domingo, 28 de junho de 2020

Educação dos filhos


Como influenciar os filhos

Sidney Machado
Costumo dizer que não tenho poderes para converter o coração dos meus filhos. Não tenho condições nem de mudar a minha vida por mim mesmo. Mas isso não me isenta da responsabilidade, do dever de ensinar aos filhos.
Uma das principais tarefas dos pais é ensinar a Palavra de Deus aos filhos, cuidando de seu bem-estar espiritual, conduzindo-os a Deus. Davi teve dificuldades em ensinar os filhos por intermédio da influência. Falta de tempo? Muito trabalho? Muitas mães diferentes? Filhos de mães diferentes? Crises? A história de Davi parece se repetir em muitos lares. Repito, não quero trazer mais peso à cabeça de ninguém. Mas, diante dos equívocos de Davi, somos motivados ao acerto. Portanto, vejamos o que a Bíblia nos diz.
O ensino da Palavra de Deus deve ser uma tarefa altamente prioritária dos pais (Deuteronômio 6.5-9; cf. Salmo 103.13; 2Timóteo 3.3). Sabemos que há muito tempo os pais têm se descuidado desta prioridade, muitas vezes inclusive terceirizando a educação dos filhos.
A história de Davi parece se repetir em muitos lares.
Isso não é apenas uma questão cultural, pois poderíamos dizer que em muitos lares o fato de os dois pais trabalharem é uma questão de sobrevivência.
Com isso não estou querendo jogar a responsabilidade do fracasso em muitos casos na parte feminina. Homens também são responsáveis pela educação dos filhos. Na cultura judaica, as responsabilidades na educação dos filhos sempre foram de ambos. Todos precisam ter sua parcela de contribuição.
Mesmo trabalhando (o tempo desprendido para o trabalho sempre é citado como vilão), precisamos arrumar mais do que um “tempinho” para nossos filhos. Esse tempo de qualidade deve prestigiar diversas áreas do cotidiano de nossos filhos. Entre essas áreas, não podemos nos descuidar da instrução bíblica.
No famoso texto da Shemá (Deuteronômio 6), a ideia transmitida é de que a instrução da Palavra de Deus deve ser encarada como prioridade. O termo “inculcar” descreve uma gravação; algo que vai muito além da simples repetição, mas que é a resposta eficaz do coração da criança.
Lembro-me de um amigo que descreveu de maneira preciosa o testemunho de sua própria vida. Anos após ter se afastado de Deus, o que o Espírito usou para um retorno a Deus foi exatamente os textos bíblicos memorizados em sua infância, fruto da insistência de seus pais.
O ensino das coisas de Deus deve partir do lar, e nisso tanto o pai como a mãe devem participar. O ensino bíblico no lar não é uma opção, mas sim um mandamento do Senhor (Êxodo 20.12; Levítico 20.9; Provérbios 1.8; 6.20; 2Timóteo 1.5).
O ensino das coisas de Deus deve partir do lar, e nisso tanto o pai como a mãe devem participar.
O propósito da instrução bíblica pelos pais é ensinar os filhos a temer o Senhor, a andar em todos os seus caminhos, a amá-lo, a ser grato a ele e a servi-lo de todo o coração e de toda a alma (Deuteronômio 10.12; Efésios 6.4).
O cristão deve proporcionar aos filhos uma educação teocêntrica, onde tudo se relaciona com Deus e às suas coisas (Gênesis 18.19; Êxodo 10.2; 12.26-27; 13.14-16; Deuteronômio 4.9; 11.19; 32.46; Isaías 38.19).

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Jesus Incomparável.


Jesus: único, incomparável, maravilhoso – no que faz pelos Seus

Norbert Lieth
Para evitar mal-entendidos e excluir a possibilidade de auto-engano, primeiro deve ser esclarecida a questão: "quem faz parte dos Seus", quem pertence a Jesus?
A Bíblia nos dá uma resposta muito clara. O Senhor ressurreto diz:
  • "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo" (Apocalipse 3.20).
  • "Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome" (João 1.12).
  • "Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o filho de Deus não tem a vida" (1 João 5.12).
Aquele, portanto, que conscientemente decide receber a Jesus em seu coração passa a ser propriedade Sua – sobre a qual Ele tem direitos – e passa a fazer parte da família de Deus. Tal pessoa é um filho de Deus. Você é um deles? Se a resposta é não, então você deveria ainda hoje tomar a decisão de segui-lO. Veja no último capítulo como fazer isso. Faça-o logo, pois cada dia que passa sem que você seja de Jesus é um dia miserável, um dia perdido. Quem é propriedade de Jesus pode experimentá-lO no dia-a-dia. Você não apenas passa a ter uma maravilhosa esperança para o futuro, mas o seu presente também se torna imensamente rico e pleno de sentido!
Se alguém está em Cristo é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
Coisas grandiosas passam a acontecer na vida de quem se decide ou já se decidiu por Jesus:
1. O relacionamento com Deus não é mais de um pecador com um Juiz justo, mas a relação de um filho com seu Pai"Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo" (1 João 3.1).
2. Filhos de Deus são amados do Pai celestial. O amor que Ele tem por nós não é um amor volúvel e inconstante, mas um amor eterno. Quando você abre seus olhos pela manhã e quando os fecha ao dormir, seu primeiro e seu último pensamento devem ser: "Sou aceito por Deus e amado por Ele com amor eterno!" Romanos 8.38-39 nos mostra toda a abrangência e a grandeza desse amor: "Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor".
3. Você adquiriu uma posição completamente nova, pois passou a ser nova criatura. "Começar tudo de novo", é o desejo de muitas pessoas. Isso torna-se possível entregando a vida a Jesus. E assim, "se alguém está em Cristo é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Coríntios 5.17).
4. Agora você pode levar a Jesus todos os dias seus problemas e suas dificuldades"Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus" (Filipenses 4.6-7). Quem, além de Jesus, poderia fazer-lhe uma oferta dessas?
5. Você pode ter certeza: "Tenho um Deus que é fiel, permanece fiel e cumpre Suas promessas." A garantia de alcançar o alvo não está em você, mas no Senhor. Você pode confiar totalmente nEle nos dias bons e nos dias maus. Ele não o abandona: "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1.6).
6. Você pode ter a certeza que qualquer pecado do passado, grande ou pequeno, leve ou pesado, conhecido ou secreto, está perdoado se você o confessou com sinceridade e pediu perdão de todo o coração. Através deste perdão perfeito, pleno e completo, você também estará liberto de toda e qualquer amarra oculta ou demoníaca. A partir de agora você não estará mais debaixo do poder de Satanás, mas passará a viver debaixo do domínio de Jesus: "Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós, e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz" (Colossenses 2.14-15). A Bíblia Viva diz: "Então Ele deu-lhes participação na própria vida de Cristo, porque lhes perdoou todos os pecados, e apagou as acusações confirmadas que havia contra vocês, a lista dos seus mandamentos a que vocês não tinham obedecido. Tomando esta lista de pecados, Ele a destruiu, pregando-a na cruz de Cristo. Deste modo Deus tirou o poder de Satanás de acusar vocês de pecado e exibiu publicamente ao mundo inteiro o triunfo de Cristo na cruz, onde foram tirados todos os pecados de vocês."
Se você, depois de ter-se tornado filho de Deus, cometer algum pecado, – o que é comparável a um acidente – então isso é uma triste derrota. Mas, mesmo assim você não precisa desesperar. Você pode e deve arrepender-se por ter falhado, pedindo perdão ao Senhor Jesus e seguir adiante olhando para Ele: "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo" (1 João 2.1).
7. Sua vida passou a ter sentido! Muitas pessoas passam a vida inteira procurando pelo sentido da vida. O verdadeiro sentido da vida consiste em reconhecer a Deus e a Seu Filho Jesus Cristo, viver em plena comunhão com Ele e ter parte na vida eterna: "Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna" (1 João 5.20).
“Começar tudo de novo”, é o desejo de muitas pessoas. Isso torna-se possível entregando a vida a Jesus.
8. Uma pessoa que recebeu a Jesus em sua vida pode ter certeza de sua salvação eterna"Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus" (1 João 5.13).
9. Quem está intimamente ligado a Jesus pode ter certeza que o Senhor lhe dá a força para superar o dia-a-dia com todos os seus problemas, grandes e pequenos. Tal pessoa não depende mais exclusivamente de si mesma, de sua força e de seus dons naturais, pois Deus: "Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor" (Isaías 40.29).
10. O Senhor também dá alegria e paz aos Seus. A vida de um cristão não é nada monótona, como muitos pensam. Pelo contrário, a fé em Jesus e a prática do discipulado tornam a vida interessante: podemos ter experiências de fé; podemos experimentar a Deus em nosso dia-a-dia! O Senhor nos prometeu essa alegria e essa paz: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (João 14.27). "Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós e o vosso gozo seja completo" (João 15.11). E continua sendo verdadeiro o que Jesus disse: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (João 10.10).
E agora pergunto a você, prezado leitor, prezada leitora: vale a pena tornar-se cristão?!
Seria uma ilusão concluir que a vida de um cristão é sempre um mar de rosas, que todos os dias brilha o sol, que não existem mais problemas e que tudo funciona com perfeição. Não é assim. A verdade é que a vida de um cristão que segue a Jesus de verdade pode ser uma vida muito atribulada e cheia de provações.
Filhos de Deus também não são poupados automaticamente de dores, enfermidades e sofrimentos e das angústias da vida. Mas tempos difíceis tornam-se suportáveis porque temos a certeza de que nada do que nos acontece anula as promessas de Deus.
Temos a mais absoluta certeza de que nossa vida está protegida em Suas mãos e que Ele nos protegerá em meio às crises e provações. Além disso tudo, temos ainda uma esperança viva para o futuro. Saber que as circunstâncias difíceis pelas quais um cristão tem de passar não são o fim de tudo, mas que existe uma glória posterior, dá-nos tranqüilidade, força e segurança. Por isso vale a pena ser cristão!

LIÇÕES DE ALGUÉM QUE NÃO MORREU - Luciano Subirá





Uma mensagem bem curta e de um significado muito importante para nosso crescimento espiritual.

O Tempo


O tempo que não para

Daniel Lima
Na semana passada eu vestia camiseta, camisa, blusa de lã e casaco para manter afastado o frio que insistia em penetrar. Ontem eu andava de camiseta, bermuda e chinelo buscando um lugar com um pouco de brisa. Assim é o inverno em Porto Alegre. Tivemos uma semana de frio na saída do outono e a primeira semana de inverno foi novamente quente. Pessoalmente, gosto de viver em uma parte do Brasil em que as estações são nítidas e demarcadas. Apesar de uma clara preferência pelo inverno, o ritmo das estações me faz lembrar de algumas verdades importantes.
A primeira verdade é que o avanço do tempo é inevitável. Uma estação se sucede a outra. Por mais que eu goste do inverno, eu sei que o verão vai chegar. Não é possível parar o tempo. Na verdade, o tempo talvez é o aspecto mais fugidio da realidade. O tempo não para! Um momento especial em família – onde todos estão juntos, sem doenças nem conflitos, com amor e alegria – é um tesouro passageiro. Em breve a família estará espalhada, conflitos terão de ser tratados, doenças desafiarão nossa tranquilidade. Uma oportunidade de negócio ou uma condição de vida podem durar, mas sabemos que estas bênçãos também não serão eternas: a economia muda, as condições variam, a idade chega. Não se pode parar o tempo. Aqueles que tentam preservar o tempo além do que nos é dado acabam em situações artificiais e frustrantes.
Visão espiritual nos mostra o mover de Deus e cegueira nos faz perder o que Deus tem para nós.
Não, não se pode parar o tempo. Essa verdade traz à tona um segundo princípio: há muitas razões para não querermos parar o tempo! As temperaturas mais baixas do inverno acabam cansando até mesmo um amante do frio como eu. Lembramos com alegria da infância, mas na época ansiávamos por sermos “grandes”. No ensino médio resmungávamos contra os limites impostos e sonhávamos com os privilégios dos jovens. A alegria de terminar a fase de estudos para entrar na vida adulta é logo temperada pelos desafios desta fase.
Dessa forma, temos duas opções: ou compreendemos que a beleza da vida não está em nenhuma destas fases, mas na jornada, no fluir de um fase para a próxima, aprendendo com a anterior, enfrentando os desafios e privilégios da atual e sonhando com os benefícios da próxima; ou, então, podemos inverter tudo e viver lamentando os privilégios perdidos, resmungando por causa dos desafios de hoje e temendo as incertezas do futuro.
Como reagir ao tempo que não para, às estações que parecem se atropelar? Recentemente li um texto em Isaías que ficou na minha mente:
Esqueçam o que se foi; não vivam no passado. Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está surgindo! Vocês não a reconhecem? Até no deserto vou abrir um caminho e riachos no ermo. (Isaías 43.18-19)
Percebo cinco instruções de Deus para enfrentarmos as mudanças de estações, de condições de relacionamento e mesmo de pandemias...
  1. Esqueçam o passado. A primeira orientação de Deus é para esquecermos o passado. Isso não significa apagar a nossa memória, mas não permitir que nossa mente fique presa ao passado. Uma das maneiras garantidas de nos fazer desperdiçar o presente é mantermos nossa mente nos benefícios do passado. Imagine se José, ao invés de se dedicar às tarefas que tinha diante de si no Egito, ficasse relembrando cada vantagem perdida na casa de seus pais...
  2. Não vivam no passado. Viver no passado é a consequência de não seguir a primeira instrução. Se eu continuar relembrando o que se foi, pouco a pouco viverei nesse tempo que já não existe. O processo de luto é longo e deve ser enfrentado, mas não arme sua tenda nos vales do passado.
  3. Vejam o novo. Podemos ver o novo! Eliseu pediu a Deus e ele abriu os olhos de seu servo para que visse a libertação de Deus – e logo depois pediu que seus inimigos perdessem a visão (2Reis 6.17-18). Visão espiritual nos mostra o mover de Deus e cegueira nos faz perder o que Deus tem para nós. Precisamos pedir a Deus que abra nossos olhos para o mover de Deus em cada fase de nossa vida.
  4. Reconheçam. Precisamos também de discernimento para compreender a mão de Deus no meio das mudanças. José reconhece isso de maneira muito clara ao dizer: “Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos” (Gênesis 50.20). Não basta ver; precisamos reconhecer que é Deus quem está no controle.
  5. Eu estou fazendo. Por fim, Deus afirma que é ele quem está fazendo. A convicção da mão poderosa de Deus já tem sido usada muitas vezes para justificar erros e distorções humanas. No entanto, o fato é que Deus usa mesmo erros humanos para dirigir seu plano soberano. Podemos descansar que o mesmo Deus que nos trouxe através da última fase irá nos conduzir com sua poderosa mão na próxima.
À medida que o inverno se transforma em primavera, à medida que os anos se acumulam e seu corpo dá indícios de que está perdendo o vigor da juventude, podemos manter nosso coração seguro com a esperança do futuro. Sabemos que as fases vão se suceder, mas também sabemos que um dia estaremos para sempre com o Senhor nos céus. Que esta doce esperança mantenha nossos olhos voltados para ele enquanto vivemos cada nova estação de nossas vidas.

domingo, 14 de junho de 2020

Heróis


Heróis Desconhecidos do Evangelho

Norbert Lieth
O apóstolo Paulo escreve aos cristãos na Galácia: “Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém” (Gálatas 6.3-4).
A igreja é denominada de corpo de Cristo. Esse corpo é composto de muitos membros. Cada membro tem a sua função. Por isso cada membro é importante. No entanto, é somente na comunhão que podemos ser eficientes em nossa função. Quando um membro se perde, todo o corpo é prejudicado. O corpo de Cristo somente terá um ótimo funcionamento se todos os membros trabalharem em conjunto.
O livro de Atos conta a história dos grandes feitos dos apóstolos. Todavia, além deles houve ainda outros “heróis desconhecidos”. Homens e mulheres que trabalharam nos bastidores e quase não apareciam.

Os cinco diáconos desconhecidos: trabalho de retaguarda

“‘Irmãos, escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria. Passaremos a eles essa tarefa e nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra’. Tal proposta agradou a todos. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, além de Filipe, Prócoro, Nicanor, Timom, Pármenas e Nicolau, um convertido ao judaísmo, proveniente de Antioquia” (Atos 6.3-5).
O corpo de Cristo somente terá um ótimo funcionamento se todos os membros trabalharem em conjunto.
Todos nós conhecemos Estêvão e Filipe. No entanto, havia mais outros cinco que também prestaram um serviço importante à igreja primitiva. O trabalho dedicado, prático e diaconal deles proporcionava a necessária liberdade para que os apóstolos pudessem realizar sua missão. O trabalho desses homens quase não foi visto, mas ele foi muito importante para o funcionamento do corpo de Cristo. O mesmo aconteceu com os apóstolos que, no decorrer da propagação posterior do evangelho, não são mais mencionados (p. ex. Tomé, André, Filipe, Simão, o zelote, Judas, filho de Tiago, Bartolomeu, Tiago, filho de Alfeu etc.). No entanto, o Senhor Jesus falou sobre todos os seus discípulos: “Eu rogo por eles. Não estou rogando pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus. Tudo o que tenho é teu, e tudo o que tens é meu. E eu tenho sido glorificado por meio deles. Não ficarei mais no mundo, mas eles ainda estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um” (João 17.9-11).
Querida leitora, querido leitor, o seu trabalho de apoio é importante se ele contribuir para promover o evangelho que outros estão proclamando!

Ananias: obediente nas coisas simples

“Em Damasco havia um discípulo chamado Ananias. O Senhor o chamou numa visão: ‘Ananias!’ ‘Eis-me aqui, Senhor’, respondeu ele. O Senhor lhe disse: ‘Vá à casa de Judas, na rua chamada Direita, e pergunte por um homem de Tarso chamado Saulo. Ele está orando; numa visão viu um homem chamado Ananias chegar e impor-lhe as mãos para que voltasse a ver’” (Atos 9.10-12).
Ananias não se tornou uma personalidade famosa como Paulo, Pedro ou Tiago. No entanto, por sua obediência, ele foi a chave utilizada pelo Senhor para introduzir Saulo (Paulo) na obra do Senhor.
Justamente a obediência nas pequenas coisas pode proporcionar que a obra do Senhor se torne ainda maior.

Lídia: o valor da hospitalidade

“Tendo sido batizada, bem como os de sua casa, ela nos convidou, dizendo: ‘Se os senhores me consideram uma crente no Senhor, venham ficar em minha casa’. E nos convenceu. Depois de saírem da prisão, Paulo e Silas foram à casa de Lídia, onde se encontraram com os irmãos e os encorajaram. E então partiram” (Atos 16.15,40).
Logo após a sua conversão, Lídia abriu sua casa para Paulo e seus auxiliares. Ali puderam descansar e se recuperar. A partir dali muitas pessoas passaram a crer e em Filipos foi organizada uma igreja. A hospitalidade tem um valor incalculável, assim como o encorajamento. Isso proporciona alívio para outros.
Justamente a obediência nas pequenas coisas pode proporcionar que a obra do Senhor se torne ainda maior.

Jasom: empenho altruísta

“Mas os judeus ficaram com inveja. Reuniram alguns homens perversos dentre os desocupados e, com a multidão, iniciaram um tumulto na cidade. Invadiram a casa de Jasom, em busca de Paulo e Silas, a fim de trazê-los para o meio da multidão. Contudo, não os achando, arrastaram Jasom e alguns outros irmãos para diante dos oficiais da cidade, gritando: ‘Esses homens, que têm causado alvoroço por todo o mundo, agora chegaram aqui, e Jasom os recebeu em sua casa. Todos eles estão agindo contra os decretos de César, dizendo que existe um outro rei, chamado Jesus’. Ouvindo isso, a multidão e os oficiais da cidade ficaram agitados. Então receberam de Jasom e dos outros a fiança estipulada e os soltaram” (Atos 17.5-9).
“Jasom os recebeu em sua casa” é uma boa acusação. Ele arriscou a sua vida pelo evangelho, não proferindo grandes discursos, mas simplesmente colocando sua casa à disposição para os judeus convertidos. O que nós empenhamos por amor a Jesus?

O sobrinho de Paulo: coragem exemplar

“Na noite seguinte o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: ‘Coragem! Assim como você testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma’. Na manhã seguinte os judeus tramaram uma conspiração e juraram solenemente que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem Paulo. Entretanto, o sobrinho de Paulo, filho de sua irmã, teve conhecimento dessa conspiração, foi à fortaleza e contou tudo a Paulo” (Atos 23.11-12,16).
Não sabemos o nome desse sobrinho de Paulo. Supõe-se que Paulo, após sua conversão, tenha sido abandonado por sua família (ver Filipenses 3.8). No entanto, de algum modo esse sobrinho ainda se relacionava com Paulo. Os parentes podiam visitar seus familiares na prisão, se estes fossem cidadãos romanos (Atos 24.23). Deus simplesmente poderia ter arrebatado Paulo como havia feito com Filipe (Atos 8.39). Todavia, ele não o fez para nos mostrar quão importante é o nosso serviço. Deus poderia ter enviado um anjo. No entanto, Deus utilizou o sobrinho de Paulo para salvar a vida do apóstolo. Esse jovem teve a coragem de denunciar um plano de assassinato.
Deus pode utilizar qualquer pessoa (independentemente de sua idade); crentes que lhe são obedientes e que têm disposição. Nesse caso, o jovem teve disposição porque ele não andava com a multidão nem se adaptava à opinião dos outros.
Seja uma pessoa que não concorda com tudo que seu ambiente lhe transmite, mas faça aquilo que o Espírito Santo lhe diz!

Júlio: bravo empenho

“Quando ficou decidido que navegaríamos para a Itália, Paulo e alguns outros presos foram entregues a um centurião chamado Júlio, que pertencia ao Regimento Imperial. Os soldados resolveram matar os presos para impedir que algum deles fugisse, jogando-se ao mar. Mas o centurião queria poupar a vida de Paulo e os impediu de executar o plano. Então ordenou aos que sabiam nadar que se lançassem primeiro ao mar em direção à terra” (Atos 27.1,42-43).
O capitão Júlio salvou a vida de Paulo quando os demais soldados planejavam matá-lo. Desse modo o evangelho alcançou o destino previsto – Roma. O bravo empenho que você faz também promove a propagação do evangelho, seja esse empenho amplo e visível, ou mesmo de modo invisível. Seja uma pessoa que não concorda com tudo que seu ambiente lhe transmite, mas faça aquilo que o Espírito Santo lhe diz!
Não importa se é jovem ou idoso, com muitos ou poucos dons, em público ou na retaguarda: você é importante!