sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Salvo Pela Incrível Graça - A História de John Newton



Bruce Scott
John Newton era pastor de uma igreja crescente em Olney, na Inglaterra, quando compôs a letra daquele que talvez seja o hino mais conhecido até hoje – Amazing Grace(i.e., “Incrível Graça”). Newton estava satisfeito naquele contexto de vida campestre. Ele tinha uma esposa carinhosa ao seu lado, desenvolvia um bom ministério pastoral e estava cercado de pessoas amáveis. Naquele momento, Newton desfrutava de uma ótima vida. Mas, 25 anos antes, sua vida estava em ruínas.
Newton nasceu em Londres no dia 24 de julho de 1725. Seu pai, um capitão de navio mercante, o amava, porém era um homem severo e reservado. Por outro lado, a mãe de John era uma mulher atenciosa e cuidadosa. Ela lhe ensinou as Escrituras – capítulos inteiros da Bíblia de uma vez – bem como hinos e poemas. Infelizmente, a mãe de John Newton morreu, duas semanas antes que ele completasse sete anos de idade, e, pouco tempo depois, seu pai casou-se novamente.
Quando o novo casal teve seu próprio filho, ambos deram mais atenção e carinho a este do que a John Newton, de modo que John deixou-se levar pela companhia influente de garotos pervertidos, aprendendo a andar nos sórdidos caminhos que eles trilhavam. Com a idade de 11 anos, ele fez a primeira das cinco viagens marítimas na companhia de seu pai, durante a qual rapidamente aprendeu a xingar e amaldiçoar com os melhores marujos.
Entretanto, durante os cinco anos que se seguiram, John se viu forçado a refletir seriamente sobre a condição de sua alma. Certa feita faltou pouco para que John Newton embarcasse num navio de guerra que levava a bordo um amigo dele. Mais tarde, todavia, ele soube que aquele navio naufragara e que seu amigo, junto com vários outros tripulantes, tinha morrido afogado.
John Newton
Também foi nessa época que Newton teve um sonho perturbador no qual ele jogava fora um anel que representava toda a misericórdia que Deus lhe reservara. Essas experiências pesaram de forma tremendamente condenatória na consciência de Newton e, por algum tempo, impeliram-no a tratar as questões espirituais com mais seriedade. Contudo, passados alguns dias, ele logo se esquecia daquilo que o levara à sobriedade e continuava sua queda vertiginosa na espiral da perversidade. Newton afirmou: “Eu geralmente considerava a religião como um meio necessário para se escapar do inferno; mas eu amava o pecado e não estava disposto a abandoná-lo”.[1]
Aos 19 anos de idade, Newton foi obrigado a se alistar como aspirante da Marinha para servir no navio HMS Harwich. Passado algum tempo, ele desertou, foi capturado, encarcerado, açoitado a bordo do navio, fustigado com chicote de nove tiras, e rebaixado. Então Newton entrou em terrível depressão e desespero, que o levaram, por vezes, a querer se lançar ao mar e a planejar maneiras de assassinar o capitão que o humilhara. Entretanto, não demorou muito para que a situação dele mudasse, quando o capitão de seu navio fez uma permuta entre ele e marinheiros de um navio que estava preste a zarpar para a África Ocidental à procura de escravos.

A Época no Tráfico de Escravos

Em meados de 1700, o tráfico de escravos era um negócio lucrativo. Mais de 100 mil escravos foram trazidos para o Novo Mundo em navios ingleses.[2] William E. Phipps escreveu: “No século XVIII, a média de mortalidade dos escravos durante o trajeto [da África para algum porto no Caribe ou nos Estados Unidos, onde eram vendidos] em navios ingleses era de aproximadamente quinze por cento”.[3] Cerca de 15 mil escravos africanos morreram a bordo de navios ingleses nessa época.
Em seu novo ambiente, Newton não fez absolutamente nada para ser benquisto pelos oficiais do navio. Ele compôs uma cantiga de escárnio para ridicularizar o capitão do navio e a ensinou para a tripulação inteira. Após capturar uma lucrativa quantidade de escravos, Newton ganhou a permissão de ficar na África, ao longo da costa da Guiné, onde trabalhava para um traficante de escravos inglês que vivia com uma amante africana. Essa mulher não gostava de Newton. Quando Newton contraiu malária, ela o tratou cruelmente, com insultos e subnutrição para que morresse de fome.
Tempos depois, Newton foi injustamente acusado de roubar o traficante inglês. Ele ficou acorrentado com cadeias no convés do navio daquele homem e foi mantido com pouca comida, água e roupa. Na verdade, ele se tornou escravo daquele homem e, por ironia do destino, recebeu o mesmo tratamento com o qual eram tratadas as pessoas que tinham sido escravizadas com a ajuda dele.
Esse tormento durou um ano, até que Newton convencesse seu dono a cedê-lo para um outro traficante de escravos. Seu novo senhor tratou-o com bondade e o colocou na supervisão das “feitorias” (prisões para escravos localizadas nos portos).
Apesar dos olhos vigilantes de seu antigo senhor traficante de escravos, Newton conseguiu enviar algumas cartas para seu pai, nas quais pedia socorro. Certo dia, um navio mercante denominado Greyhound [i.e., “cão pernalta e veloz”] chegou onde Newton estava. Ele fora enviado àquele lugar por ordem do pai de John Newton. A princípio, Newton hesitou em deixar seu negócio que a essa altura já era lucrativo, mas, por fim, concordou em voltar à Inglaterra. Newton foi mantido cativo na África por 15 meses ao todo.
A bordo do Greyhound em sua viagem de volta, Newton demonstrou ser o homem mais profano e devasso do navio. Certa noite, ele estava tão bêbado, que quando seu chapéu caiu no mar pela força do vento, se outro marujo não o agarrasse pela roupa, ele teria se lançado nas águas em busca do chapéu.
Mais tarde naquela viagem, Newton folheou um dos poucos livros que havia a bordo –Imitation of Christ [i.e., “Imitação de Cristo”]. Newton começou a ler esse livro como um mero passatempo, mas, depois, passou a se perguntar o que lhe aconteceria se aquilo que nele estava escrito fosse verdade. Ele ficou com medo e fechou o livro.

Atingido Pela Tempestade

Naquela noite de 21 de março de 1748, uma violenta tempestade se abateu sobre o navio, que por pouco não afundou. Homens, animais e provisões foram arrastados pela força das águas e caíram no mar. Newton orou a Deus pela primeira vez depois de anos. Ele temia estar à beira da morte e, se a fé cristã fosse verdadeira, estava certo de que não seria perdoado. John refletiu em tudo o que fizera naqueles últimos anos, inclusive a atitude de zombar dos fatos históricos do Evangelho, e ficou abalado.
Em meados de 1700, o tráfico de escravos era um negócio lucrativo. Mais de 100 mil escravos foram trazidos para o Novo Mundo em navios ingleses.
Passados quatro dias, a tempestade diminuiu. Pela providência de Deus, a cera de abelha, que se encontrava no porão de carga, ajudou que o navio continuasse a flutuar. Newton atribuiu a Deus aquele livramento que tiveram. Ele começou a ler o Novo Testamento com mais interesse. Quando chegou à passagem de Lucas 15, John percebeu os impressionantes paralelos entre a sua vida e a vida do filho pródigo.
O navio ficou à deriva por um mês. Os suprimentos se esgotaram. O capitão culpou a blasfêmia de Newton como a causa dos problemas que enfrentavam e cogitou a hipótese de jogá-lo ao mar, à semelhança de Jonas. O navio avariado finalmente conseguiu seguir seu rumo para a Irlanda do Norte, a tempo de não ser apanhado por um vendaval que começava a ocorrer. Newton reconheceu que Deus respondera sua oração.
Ao chegarem em terra firme, Newton tomou a decisão de não mais xingar e blasfemar. Ele chegou a voltar para a igreja. Entretanto, ainda não era um crente em Jesus. Mais tarde ele declarou: “Penso que aquele foi o início de meu retorno para Deus, ou antes, o retorno dEle para mim; contudo, só considero que vim a ser crente em Cristo (no sentido pleno da palavra crente) muito tempo depois daquele momento”.[4]

Regenerado Pela Fé

Em 1749 Newton zarpou como primeiro piloto de um navio negreiro. A essa altura, ele já tinha se esquecido do compromisso que assumira e recaiu nas antigas práticas pecaminosas. Enquanto buscava escravos ao longo da costa ocidental da África, John Newton foi novamente acometido de malária, situação que o levou a refletir mais uma vez sobre a sua vida. Diante das misericórdias de Deus para com sua vida, ele estava absolutamente convicto da culpa pelos erros que recentemente cometera. Meio delirante e enfraquecido, Newton se levantou da cama e caminhou com dificuldade até um lugar afastado da ilha. Naquele local, percebendo a futilidade de tomar decisões autoconfiantes, “ele se entregou ao Senhor”, escreve Richard Cecil, “para que Deus fizesse com ele aquilo que fosse do Seu agrado. Ao que parece, nada de novo acontecia em sua mente, exceto o fato de que ele estava apto para confiar e crer num Salvador crucificado”.[5] A incrível graça de Deus preciosamente se manifestou no exato momento em que John Newton creu pela primeira vez.
Daquele momento em diante, a vida de Newton mudou gradativamente. No começo, como acontece com a maioria dos crentes, ele não percebia todas as áreas de sua vida que precisavam ser transformadas pela graça de Deus.
Por exemplo, por cinco anos, ele enfrentou lutas quanto à certeza de sua salvação. Todavia, através do encorajamento dado por outro capitão de navio, que também era crente em Cristo, as dúvidas foram vencidas, conforme Newton declarou: “Eu comecei a entender [...] e a ter esperança de ser preservado e salvo, não por meu próprio poder e santidade, mas pelo imenso poder e promessa de Deus, através da fé num Salvador imutável”.[6]
A mudança mais evidente na vida de Newton se deu na área do tráfico de escravos. Um ano antes de crer em Jesus Cristo, John Newton se tornou capitão de um navio negreiro. Nos quatro anos seguintes à sua salvação, Newton realizou três viagens com o intuito de buscar escravos na África e levá-los para serem vendidos no Caribe. Durante essas viagens, Newton liderou sua tripulação em cultos de adoração e em momentos de oração. Contudo, ele também foi forçado a sufocar rebeliões de escravos, chegando a ponto de utilizar instrumentos de tortura para apertar polegares a fim de arrancar confissões.
Mais tarde, Newton se conscientizou de que o tráfico de escravos e sua participação nele eram algo moralmente ultrajante e repulsivo. Ele afirmou: “a força do hábito, o exemplo e o interesse [comercial] cegaram meus olhos”.[7]
A partir do momento em que o Espírito Santo convenceu John Newton dos males e pecados envolvidos no tráfico de escravos, ele passou a trabalhar incansavelmente para extingui-lo num esforço de décadas. Ele foi orientador e conselheiro de um crente em Cristo mais novo do que ele, chamado William Wilberforce, o qual atuou no Parlamento Britânico. Wilberforce se tornou o mais notável e eficaz abolicionista da história da Inglaterra. Alguns meses antes da morte de Newton, ocorrida em 21 de dezembro de 1807, o Parlamento Britânico aprovou o Decreto da Abolição do Tráfico de Escravos, o que muito alegrou Newton.

A Ternura da Graça

Antes de experimentar a graça salvadora de Deus, John Newton não tinha o menor receio de xingar e proferir palavrões quando relampejava, de blasfemar contra o Deus do céu, de zombar da Bíblia, de ridicularizar a consagração a Deus, de se envolver em atos depravados, nem o mínimo escrúpulo de comprar e vender seres humanos como se fossem objetos ou mercadorias.
Entretanto, John Newton mudou completamente após a sua conversão. Mais tarde, ele se tornou pastor e exerceu o ministério pastoral por 23 anos, sempre salientando em seus sermões o tema da graça de Deus. Ele compôs e publicou centenas de hinos, inclusive o hino intitulado How Sweet the Name of Jesus Sounds [que traduzido quer dizer: “Quão doce soa o nome de Jesus”] (um nítido contraste com a época blasfema de sua vida pregressa), bem como demonstrou incessante hospitalidade em sua casa.
Ele manteve comunhão com alguns dos mais notáveis nomes do avivamento evangélico na Inglaterra, tais como George Whitefield e John Wesley; ensinou e encorajou pessoas influentes como o grande missionário William Carey, o poeta William Cowper, e o abolicionista William Wilberforce; além disso, tornou-se um dos maiores defensores do fim da escravidão na Grã-Bretanha.
Como explicar tamanha transformação na vida de um homem? Semanas antes de sua morte, já velho e debilitado, Newton explicou: “Minha memória praticamente se foi; mas ainda consigo me lembrar de duas coisas: que eu sou um tremendo pecador e que Cristo é um tremendo Salvador”.[8] (Bruce Scott - Israel My Glory - http://www.chamada.com.br)

A Origem dos "apóstolos brasileiros"



Augustus Nicodemus

A Violência e a Profecia Bíblica


Thomas Ice


Dois advogados da Bavária (Alemanha) pediram há algum tempo a um ministro do governo alemão para classificar a Bíblia como um livro perigoso para crianças, por causa do seu conteúdo violento. "Ela prega o genocídio, o racismo, inimizade para com os judeus, execuções terríveis de adúlteros e homossexuais, o assassinato de seus próprios filhos e muitas outras coisas perversas", escreveram Christian Sailer e Jeoachim Hetzel. Mais tarde, ambos também disseram que a Palavra de Deus contém "passagens sangrentas e que violam os direitos humanos". Eles queriam que a Bíblia fosse colocada na lista de livros impróprios para crianças até que as passagens ofensivas fossem removidas. Quanta intolerância desses liberais!
Uma coisa está clara sobre esses advogados alemães: eles não entendem nada da interpretação das idéias e dos ensinamentos da Bíblia. Se formos nos basear no seu modo de pensar, todos os livros de história e a maioria dos artigos de jornal também teriam de entrar nessa lista, caso fossem aplicados os mesmos padrões. É claro que esse tipo de acusação é absurda, sendo fruto da lógica "politicamente correta" levada ao extremo.
Não obstante, durante anos tenho visto muitos cristãos que criam na Bíblia abandonarem a fé, por acreditarem que a violência por si só é sempre um erro. Muitos cristãos caíram por causa dessa linha de raciocínio liberal, que diz que a violência é sempre errada. Se isso fosse verdade, teria faltado ética ao próprio Deus.
O filme "O Patriota" foi considerado impróprio para menores [nos EUA], porque mostrava um menino tentando atirar num soldado inglês durante a guerra pela independência dos Estados Unidos. Não há quase nenhum palavrão e nenhuma cena de sexo no filme, mas por causa da visão liberal de que toda violência é categoricamente algo ruim, o filme foi censurado.
Você já parou para pensar: se Hollywood fizesse um filme fiel aos relatos da Tribulação e da Segunda Vinda, esse filme seria um dos mais violentos da história do cinema? Então, podemos nos perguntar: qual é a perspectiva bíblica da violência e como ela se relaciona com a profecia?

A Bíblia e a violência

Não estou dizendo que a violência é uma coisa boa. O que quero dizer é que, na perspectiva bíblica, neste mundo caído, pode-se afirmar que existe a violência "boa" e a "ruim". Creio que a Bíblia ensina que existe uma violência que deve ser exercida contra o mal e que há também a violência ruim, aquela praticada contra os inocentes.
A violência surgiu por causa da queda do homem, através do ato de rebeldia de Adão (Gênesis 3.1-18). Por causa daquele ato de desobediência, Deus amaldiçoou Adão, Eva e a serpente [Satanás] (Gênesis 3.8-18). A maldição de Deus foi o julgamento dos culpados por causa de sua rebelião. O julgamento normalmente envolve algum tipo de violência.
Já que Deus é justo, Ele não pode permitir que o pecado e a rebelião fiquem impunes. Logo, quando a justiça de Deus encontra o pecado, o resultado é um julgamento violento. O julgamento é necessário porque Deus é justo. Essa é a violência justa, de Deus para o homem.
A violência injusta é demonstrada pelo homem caído para com o seu semelhante, sendo que ela é uma conseqüência da sua natureza caída e pecaminosa. Por exemplo, violência ruim foi o resultado do ciúme que Caim teve de Abel, quando o assassinou (Gênesis 4.3-15) com uma faca que era usada para os sacrifícios (essa idéia está implícita na palavra grega usada em 1 João 3.12). Esse é o tipo de violência ruim à qual devemos nos opor, já que ela é a expressão do nosso pecado, da nossa rebelião contra Deus e Seus mandamentos.
As coisas não ficaram melhores depois que Caim matou seu irmão. Ao invés disso, elas degeneraram, gerando mais violência. Gênesis 6.11 nos diz que uma das razões para o dilúvio nos dias de Noé foi que "a terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência".
Certamente não de violência justa, mas sim da violência reprovável dos homens, por causa do seu pecado. A justiça de Deus foi expressa no dilúvio porque Sua perspectiva era que a terra "...estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra" (Gênesis 6.12). A resposta de Deus foi: "...os farei perecer juntamente com a terra" (Gênesis 12.13) – um julgamento justo expresso no ato violento do dilúvio.
O dilúvio não lavou a natureza pecaminosa da humanidade, nem seus atos pecaminosos individuais. Já que a humanidade não poderia se autogovernar, Deus instituiu o instrumento do governo civil, acompanhado da pena capital, com o propósito de restringir a violência da humanidade (Gênesis 9.5-7), até que Cristo retorne para reinar e governar pessoalmente durante o Milênio. Gênesis 9.6 diz: "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem [isto é, pela humanidade] se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem".
Assim sendo, o ato violento da pena capital foi determinado por Deus para ser mediado pelo governo civil como um tipo da violência justa. Deus implementou a pena capital para o assassinato mesmo sabendo, em Sua onisciência, que o Seu único Filho, o Senhor Jesus, seria assassinado no maior erro judiciário da história. A crucificação de Cristo foi claramente um ato de violência ruim.

Profecia e violência

Qualquer pessoa familiarizada com as profecias bíblicas sobre o final dos tempos entende que as Escrituras retratam a violência global. A Tribulação, que durará sete anos, será um tempo em que mais da metade da população do planeta irá morrer (veja Apocalipse 6.8,8,15). Alguns irão morrer pela mão de outros homens (Apocalipse 6.8), enquanto outros serão mortos por anjos (Apocalipse 9.15). Entretanto, todo esse período de sete anos é chamado de tempo da "ira de Deus" (veja Apocalipse 6.15-17; 14.10,19; 15.1,7; 16.1,19; 19.15). Zacarias 13.8 ensina claramente que dois terços dos judeus também serão mortos durante a Tribulação. Essa passagem não indica que porcentagem será destruída por agentes humanos ou divinos. Os eventos da Tribulação são uma mera preparação para o massacre que ocorrerá no Armagedom (Apocalipse 16.16; Joel 3.2,9-17), seguido pelo julgamento que nosso Senhor trará sobre o planeta Terra (Mateus 24.29-31; Apocalipse 19.11-21). Inclusive, no intervalo de setenta e cinco dias, entre a Segunda Vinda de Cristo e o início do Seu reino de mil anos (Daniel 12.11-12), todo incrédulo que ficar na terra será julgado e destruído (Mateus 13.40-43; 25.31-46).
Quando tentamos entender o plano profético de Deus para o universo e para a terra, deveria ficar claro que o julgamento de um Deus justo faz parte dele. Mas a graça de Deus para com os Seus eleitos, em todos os tempos, está incluída em todos os julgamentos relatados na Bíblia. O julgamento de Deus, que se dá através da história, é expresso na forma de uma violência boa, ou seja, da violência justa. Mas, por que é necessário que exista a violência proveniente de Deus?
O mal não pode ser removido sem a violência de Deus
Durante anos tenho encontrado muitas pessoas que expressaram seu desejo de ver o mal e a violência removidos do mundo. Essa preocupação se manifesta seguidamente em forma da pergunta: "Por que Deus permite as guerras, o sofrimento e a violência?" Tal questionamento demonstra como o mal e a violência não são entendidos corretamente.
O mal, a morte e a violência entraram no mundo como resultado do pecado do homem (Romanos 5.12-21; 1 Coríntios 15.20-22). O mal entrou no universo por intermédio de Satanás e de seus anjos caídos (Isaías 14.1-23; Ezequiel 28.1-19; Apocalipse 12.4), e o homem optou por ele. O julgamento de Deus através de um meio violento, a morte (e outros sofrimentos), é a única resposta que um Ser verdadeiramente santo e justo poderia dar.
Logo, para atender ao pedido dos críticos – "Deus não deve permitir o mal em Seu universo" – requer-se que haja um julgamento violento, para que o mal seja separado do bem. O pedido para que se remova o mal do universo é também uma exigência para que venha o fim da história, quando Deus removerá o mal através do Seu julgamento justo. É isso que o céu e o inferno representam: a separação eterna entre o bem e o mal. Não haverá violência no céu, mas ela nunca cessará no inferno. Paulo disse aos Tessalonicenses que eles poderiam descansar e não deviam preocupar-se em buscar vingança contra aqueles que eram a fonte de suas "...perseguições e tribulações" (2 Tessalonicenses 1.4). Por quê? Porque Deus irá tomar conta do problema quando voltar para o julgamento. Note que Paulo diz: "se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho)" (2 Tessalonicenses 1.6-10).
Tal declaração requer violência para que seja cumprida. Essa violência será boa e justa porque desse modo serão corrigidos alguns dos erros da história. O Deus da Bíblia é um Deus justo.

Conclusão

Certamente todos nós já lemos uma história ou assistimos a um filme em que um indivíduo, um grupo ou uma nação são oprimidos por um tirano ou um valentão. Num ponto crucial da história, um herói chega para salvar a vítima e destrói o opressor. Quando chega esse momento na trama, sempre há uma sensação de alívio e de euforia porque o mocinho triunfou sobre o bandido, o bem sobre o mal, a justiça sobre a injustiça. Isso é o que deverá acontecer no drama real da história humana. Nosso Senhor retornará à terra, no ápice da tirania global de Satanás, do Anticristo e do Falso Profeta; e os lançará no abismo e no lago de fogo (Apocalipse 19.19-20.3). Espero que você esteja ao meu lado celebrando quando esse evento violento ocorrer. Talvez o mundo incrédulo irá questionar essa violência. Ainda assim, esse será um tempo em que Deus implementará na história a Sua retidão e justiça.
Estou convencido de que uma das razões porque muitos incrédulos se opõem à violência é porque sentem, no fundo de sua alma, que são incrédulos e que violaram os padrões de justiça de Deus. Essas pessoas sentem que, quando chegar a hora em que Deus separará para sempre o bem do mal, serão elas mesmas que receberão o julgamento violento de Deus. Logo, assim como Satanás, elas buscam estabelecer um padrão artificial, pelo qual tentarão dizer ao Deus santo: "Isso não é justo!" E, se isso não é justo, Deus não tem o direito de julgá-las. Entretanto, suas consciências pesadas não serão a base legítima para condenar a Deus e escusá-las, pois as Escrituras dizem que, no julgamento final, ninguém poderá se esconder desse evento (Apocalipse 20.11) e toda boca se calará diante dEle (Romanos 3.19). Todas as criaturas entenderão que o Deus da Bíblia é justo e reto. Sendo assim, todos os Seus atos são justos e retos, mesmo os atos de violência.
Mas é maravilhoso sabermos que Ele já providenciou uma maneira de escaparmos do julgamento violento de Deus. Ele fez isso através da morte violenta de Jesus na cruz, para que todo aquele que nEle crer receba a vida eterna e não entre em condenação. Essas são verdadeiras "boas novas" diante da realidade em que vivemos.
Por isso podemos acreditar que nem todo tipo de violência é ruim. Alguns tipos são bons, conforme tem sido demonstrado na história atual e será revelado a todos para que vejam e entendam como se dará a implementação do plano de Deus no futuro. Maranata! (Thomas Ice - Chamada.com.br)