domingo, 20 de dezembro de 2020

Âncora


 

Âncora na tempestade

por Eitan Shishkoff

Estamos atualmente num momento de isolamento e rotinas interrompidas. A crise mundial da saúde afetou cada um de nós. Consequentemente, algo no âmago do meu ser está em busca de um terreno sólido. As circunstâncias da vida mudaram radicalmente, de uma forma que ameaça minha segurança interior. Sem saber o propósito final da minha vida, posso começar a me afogar nas ondas do Coronavírus.

A Pandemia e a Alma

As estatísticas de saúde mental fornecem um retrato sombrio da situação. Ligações para linhas diretas de suicídio estão disparando. Com a manchete “Pandemia de solidão, ansiedade: linha direta de crise diz que as ligações suicidas dobraram”, o The Times of Israel, em 30 de outubro de 2020, relatou “um nível sem precedentes de ligações para prevenção de suicídio – e muitas delas são de pessoas que não tinham problemas de saúde mental diagnosticados antes do início da pandemia.”

O site da Covid-19 Alert afirma que “luto, isolamento, perda de renda e medo estão desencadeando problemas de saúde mental ou agravando os já existentes … (levando a) níveis elevados de uso de álcool e drogas, insônia e ansiedade”.

Isso nos traz de volta à questão do propósito da vida. A vida é um acaso? Se meu corpo está sujeito aos caprichos de um vírus desenfreado, onde posso encontrar uma âncora nesta tempestade incontrolável? Por que estou aqui?

Retornando à nossa Origem

No início do relato de Gênesis, recebemos uma resposta simples, mas profunda.

“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a.” (Gênesis 1.26-28, ênfase adicionada).

Claramente, nos inventar não foi uma ideia ou plano secundário. Faça uma pausa e procure digerir esta verdade: O eterno Criador do Céu e da Terra – que acabou de estender todo o universo – agora está descrevendo os seres humanos como portadores de sua imagem! Duas palavras são usadas aqui no texto hebraico. Uma é tzelem /צלם, do qual obtemos a palavra hebraica moderna para câmera. Nós não somos Deus. Mas, assim como uma fotografia reflete a imagem de seu objeto, refletimos o conteúdo original do cenário. A outra palavra é d’mute /דמות,  traduzida de várias maneiras como imagem, semelhança ou padrão.

Portanto, eu fui projetado para refletir a natureza de Deus. Uau! Algo profundamente assombroso. Fenomenal. Se eu permitir que esse fato penetre minha estrutura mental/emocional, sairei das ameaças de depressão, ansiedade, medo e confusão com nova clareza.

Qual é a medida da minha vida? Ou da sua? É que somos feitos à imagem de Deus. O apóstolo Pedro diz que somos “participantes da natureza divina” (2 Pedro 1.4). Minha âncora na tempestade é que estou em um relacionamento cooperativo com Deus, participando do seu empreendimento eterno. Esse fato se sobrepõe às circunstâncias imprevisíveis ao meu redor.

Que o mesmo Espírito, pelo qual o homem foi originalmente criado, conceda uma compreensão mais completa de quem somos, para que possamos não apenas sobreviver, mas florescer nestes tempos.

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