segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O PRINCÍPIO DO FIM



William L. Krewson

O cenário está posto e os aconteci­mentos na Terra são dirigidos pelo céu. Apocalipse cap.4 contém a visão re­gistrada do apóstolo João sobre a sala do trono nos céus, de onde se desdo­bram os planos de Deus para Seu Rei­no terreno. Louvor contínuo é ofereci­do para o supremamente santo Deus, cujos direitos como Criador estão próximos de serem revelados. 


O LIVRO SELADO (APOC.5:11 -14) 


A cena enfoca um livro que nin­guém é capaz de abrir, que está sendo segurado pela mão direita de Deus. Ele contém o relato escrito do programa de Deus para recuperar a terra amaldi­çoada pelo pecado e estabelecer Seu reino de paz e justiça.

Somente uma pessoa surge como sendo digna de tomar o livro e abrir seus selos: “o Leão da Tribo de Judá, a Raiz de Davi" (Ap 5.5). A referência é a Jesus, o Messias, o único que é digno de tomar o livro do plano mestre de Deus para o destino final da Terra e de abrir os ­sete selos que o fecham. A morte sacrificial de Jesus proporcionou a base para a expressão do juízo final que Deus conduzirá na história hu­mana, como será descrito adiante no Livro de Apocalipse.

João estabeleceu o palco e depois enfocou o livro. Esta cena mostra Cris­to quebrando os sete selos de cera que protegem a mensagem escrita em am­bos os lados - uma mensagem de juízo para os pecadores e de bênção para o povo de Deus. Cada selo representa um juízo diferente. Os quatro primei­ros selos são uma unidade e mostram quatro cavaleiros cavalgando por toda a terra, ecoando Zacarias 1.8-10 e Za­carias 6.1-8.

"Os selos restantes revelam cenas mais amplas da ira de Deus, que colo­ca o mundo sob juízo por sete anos de devastação, acabando com a vida na Terra, do modo como a conhecemos. Apenas depois deste evento é que a terra será preparada para o retorno do Messias de Deus, quando os crentes "reinarão sobre a terra" (Ap 5.10). 


PRIMEIRO SELO:O ANTICRISTO (APOC. 6:1-2) 
 
O primeiro cavaleiro vem em um cavalo branco. Diferentemente de Apocalipse 19.11, em que o cavaleiro é Jesus Cristo, neste contexto o cavaleiro é o Anticristo. Seu papel como con­quistador é compatível com a descri­ção que o Antigo Testamento faz do rei do final dos tempos que conquista seus rivais para estabelecer sua própria autoridade iníqua (Dn 7.8,20-25). 


SEGUNDO SELO: A GUERRA (APOC. 6:3-4) 


Batalhas mundiais estouram- como é simbolizado pelo cavaleiro em um cavalo vermelho. As pessoas matarão umas às outras em guerras e violência, marcando o início do período final da história do mundo. 


TERCEIRO SELO: FOME (APOC. 6:5-6) 


Um cavalo preto surge com um ca­valeiro segurando uma balança, que simboliza o preço inflacionado dos ali­mentos como resultado da fome cau­sada pelas batalhas em larga escala do segundo selo. 


QUARTO SELO: A MORTE (APOC. 6:7-8) 


A seguir vem um cavalo pálido, amarelo, "sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo" (Ap 6.8). Ele anuncia a destruição de um quarto da população do mundo por causa do efeito cumulativo da guerra, da pobre­za e da fome. Além disso, animais selvagens estarão soltos, aumentando a carnificina humana.

Hoje a população do mundo é de cerca de 7 bilhões. Imagine a morte súbita de mais de 2 bilhões de pesso­as, as populações atuais da China e da Índia juntas; é algo incrivelmente amedrontador. Este é somente o iní­cio do juízo de Deus para o mundo decaído, em preparação para Seu Rei­no vindouro. 


QUINTO SELO: MARTÍRIO (APOC. 6:9-11)


Aqui a cena muda da Terra para o céu, à medida que as vozes dos márti­res da Tribulação, em estado incorpó­reo, clamam a Deus por vingança. Esta a cena é tanto encorajadora quanto grave. Ela revela que a Tribulação produ­zirá muitos crentes em Jesus Cristo, mas também que muitos deles serão mortos por causa de sua fé.

Esses crentes refletem o desejo pela justiça de Deus: "Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro. Não julgas, o nem vingas o nosso sangue dos que ha­bitam sobre a terra?" (v. 10). Deus fala a nós todos: "Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; por­que está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Rom. 12:19)



O SEXTO SELO: CATÁSTROFES PLANETÁRIAS (APOC. 6:12-14)


A terra e o céu começam a reagir à mão de juízo de Deus. Um poderoso terremoto rearranja as montanhas e as ilhas em conjunto com catastróficas perturbações solares e lunares, à medi­da que Deus abala os céus e a terra (cf. Ag 2.21; Hb 12.26). João usou de lin­guagem não-científica para descrever as trevas do Sol, a vermelhidão da Lua e a queda das estrelas: "Sobreveio gran­de terremoto. O sol se tornou negro co­mo saco de crina, a lua toda, como san­gue, as estrelas do céu caíram pela ter­ra, como a figueira, quando abalada por vento forte" (Ap 6.12-13).

Ele descreveu a aparência destes corpos celestes como resultado dos quatro primeiros selos e de seus efeitos pai destrutivos sobre a atmosfera. A Escritura do Antigo Testamento também revela o severo juízo de Deus por meio de perturbações cósmicas (Êx 10.21-  23; 1s 13.9 10; 1s 34.4; 51.6; Ez 32.7-8;  Jl 2.2,31; Jl 3.16; Am 8.9; Sf 1.14-15). Jesus citou Sofonias quando disse: "Logo em seguida à Tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão ser abalados" (Mt 24.29).

Neste ponto, o terror tomará conta dos líderes mundiais, que ficarão impotentes para impedir essas calamidades. A humanidade tentará em vão es­conder-se da ira do Cordeiro, "porque  chegou o grande Dia da ira deles" (Ap 6.16-17). A humanidade testemunhou breves explosões da ira de Deus, tais como aquela quando Ele destruiu Sodoma e Gomorra por causa do pecado dessas cidades (Gn 18.20; Gn 19.24-25), e quando Ele executou Ananias e Safira porque mentiram (At 5.5-10).  

Mas, como a atitude de paciência de Deus predomina, freqüentemente nos esquecemos de Seu atributo de justiça. As Escrituras são claras ao afirmar que Deus é tanto misericordioso quanto justo. Seu amor e Sua misericórdia nunca amainam a Sua ira: "O Senhor é Deus zeloso e vingador. O Senhor é vingador e cheio de agi ira; o Senhor toma vingança contra os seus adversários e reserva indignação do para os seus inimigos" (Naum 1.2). O tema da ira de Deus começa em Apocalipse 4 e continua por todo o livro na (Ap 11.18; Ap 14.10,19; Ap 15.1,7;  Ap 16.1,19; Ap 19.15).

Os crentes em Cristo têm a pro­messa de completo livramento da ira de Deus na Terra e do eterno Lago de Fogo: "Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salva­ção mediante nosso Senhor Jesus Cristo" (lTs 5.9), ': .. que nos livra da ira vin­doura" (l Ts 1.10). Agora os pecadores estão acumulando contra eles mesmos "ira para o dia da ira e da revelação do juízo de Deus" (Rm 2.5).

Um dia Deus liquidará todos os pecados que os incrédulos deposita­ram em suas contas. Aqueles que en­trarem na Tribulação de sete anos sentirão a ira de Deus de maneira sem paralelo, culminando com a sen­tença de punição eterna no Lago de Fogo (Ap 20.15). 


SÉTIMO SELO: SILÊNCIO (APOC. 8:1) 


Depois de um interlúdio no qual o apóstolo João descreveu os 144 mil is­raelitas "servos do nosso Deus", que fo­ram selados (Ap 7.1-8) e a grande multidão no céu (Ap 7.9-17), o selo fi­nal é aberto. Em vez de conter uma descrição de juízo, o resultado é:

"Houve silêncio no céu cerca de meia hora" (Ap 8.1).

O sétimo selo reflete o descanso do shabbath na semana da criação, mas em um contexto completamente diferente. Após a criação, tudo na ter­ra de Deus "era muito bom" (Gn 1.31); agora, tudo na Terra está longe de ser bom. O planeta inteiro estará sofren­do sob a maldição do pecado e do de­creto da ira de Deus. O silêncio é uma pausa antes do derramamento adicio­nal da ira de Deus através das sete trombetas. (Israel My Glory) 

William L. Krewson é o diretor do Programa A Bíblia e Israel no Universidade Bíblica Filadélfia em Longhorne, Pennsylvania, EUA.



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