Baixas civis em Gaza: a verdade é muito diferente
Um comandante militar do Hamas relata na TV palestina assista aqui)
como as forças israelenses o alertaram com antecipação para que
evacuasse sua casa antes que ela fosse bombardeada. Ele prossegue,
descrevendo como, após o alerta, correu para juntar amigos, familiares e
vizinhos no topo do edifício.
Escudos humanos palestinos aglomerados sobre edifícios a respeito dos
quais a Força Aérea de Israel tinha dado avisos antecipados de
bombardeio iminente.
Com raras exceções, repórteres, comentaristas e analistas aceitam
sem questionamento as estatísticas sobre as baixas fornecidas pelas
autoridades médicas controladas pelo Hamas em Gaza, que
atribuem todas as mortes às Forças de Defesa de Israel (FDI). Nunca se
vê um sinal de combatentes mortos ou feridos.
Análises dos detalhes sobre as baixas divulgados
pela Al-Jazeera, com base no Qatar, indicam que a grande maioria
daqueles que foram mortos em Gaza são homens jovens em idade de combate;
não mulheres, crianças ou pessoas idosas.
A morte de todos os civis palestinos nesse conflito resulta, em
última análise, da agressão dos terroristas de Gaza contra Israel, e do
uso que o Hamas faz de escudos humanos -- a mais importante plataforma
da política de combate do Hamas.
"Então, você está indo atrás de civis inocentes ou trata-se de
incompetência, coronel Lerner?", pergunta a entrevistadora, tendo seu
rosto contorcido pelo desprezo aparentemente reservado apenas para
israelenses. Esse tom penetrante de desrespeito, proferido diante de um
oficial americano ou britânico, alienaria os espectadores e, diante de
um comandante árabe, provocaria acusações de racismo.
Esta linha de questionamento -- repetida diariamente nas redes da
mídia -- trai uma ingênua e incompreensível disposição para crer, e
encoraja os espectadores a crerem, na noção absurda de que as Forças de
Defesa de Israel são comandadas e compostas de alto a baixo por
psicopatas assassinos de crianças.
Sugerir que a incompetência militar seja a única explicação para as
mortes de civis, além do deliberado assassinato em massa, revela uma
ignorância de tirar o fôlego -- mas não surpreendente -- das realidades
do combate.
Embora raramente tenham permissão para completarem uma única
sentença, as tentativas dos israelenses de explicarem as políticas de
alvejamento das FDI são inevitavelmente rejeitadas como mentiras
deslavadas.
A verdade é muito diferente. As FDI têm desenvolvido as mais
abrangentes e sofisticadas medidas para minimizar as mortes de civis
durante os ataques contra alvos militares legítimos.
O uso obrigatórios de sistemas de inteligência multissensorial e de
segurança, para confirmar a presença ou ausência de civis, precede os
ataques em todos os alvos vistos do ar. Mensagens de texto, chamadas
telefônicas e mensagens por rádio em árabe avisam os ocupantes para
evacuarem aquela área. Folhetos são lançados do ar e incluem mapas
mostrando onde estão as áreas de segurança. Quando os avisos são
ignorados ou não são percebidos, aeronaves jogam explosivos não-letais
para avisar a população que um ataque acontecerá em breve.
Somente quando pilotos e controladores do vôo têm certeza de que os
civis estão fora do alvo é que é dada a autorização para atacar. Quando
os pilotos usam munições dirigidas por laser, eles devem pré-designar
áreas de segurança para onde desviar os mísseis que já foram disparados,
caso apareçam civis repentinamente.
Forças de terra têm procedimentos de combate equivalentes, embora a
natureza do combate no solo implica que este é mais direto e menos
sofisticado. As discussões com os homens da infantaria das FDI,
recém-chegados da fronteira com Gaza, confirmam, entretanto, que evitar a
morte de civis está predominantemente em suas mentes, mesmo quando eles
próprios estão debaixo de fogo.
Entrementes, de volta à segurança do estúdio, a visível fúria da
entrevistadora contra o porta-voz das FDI sobrepuja a objetividade
profissional: "Vocês ficam falando interminavelmente sobre todos os
avisos que dão, mas o fato é que mataram mil e quinhentas pessoas, senda
a maioria esmagadora composta por civis!".
Evidentemente o coronel não tem permissão para dar uma resposta
adequada, que poderia ajudar os espectadores a entenderem a realidade da
situação.
Com raras exceções, repórteres, comentaristas e analistas aceitam sem
questionamento as estatísticas sobre as baixas fornecidas pelas
autoridades médicas controladas pelo Hamas em Gaza, que atribuem todas as
mortes às Forças de Defesa de Israel (FDI). Há alguém em Gaza morrendo
de causas naturais? A execução em massa dos "colaboradores" e de civis
mortos por mau funcionamento dos foguetes do Hamas, é sempre atribuída
ao fogo das FDI.
Será que a "maioria esmagadora" dos mortos é mesmo composta por
civis? Pareceria que sim. Vemos uma grande quantidade de filmes
grotescos e aflitivos de mulheres e crianças mortas ou sangrando, mas
nunca vemos nada sobre combatentes mortos ou feridos. Tampouco os
repórteres questionam ou comentam sobre a completa ausência de mortes
dentre os combatentes de Gaza, um fenômeno extraordinário, exclusivo
desse conflito. A realidade é, logicamente, que o Hamas faz grandes
esforços para esconder a morte de seus militantes para preservar a
ficção de que Israel está matando somente civis. Há também crescentes
indicações de que o Hamas, através de força direta ou de ameaças, está
impedindo jornalistas de filmarem seus combatentes, estejam estes vivos
ou mortos.
Não chegaremos à verdade enquanto a batalha não terminar. Mas sabemos
que o Hamas deu ordens a seu povo para reportar todas as mortes como se
fossem de civis inocentes. Sabemos também que o Hamas tem um sólido
histórico de mentiras sobre baixas. Depois da Operação Chumbo Moldado,
os combates de 2008-2009 em Gaza, as FDI estimaram que dos 1.166
palestinos mortos 709 eram combatentes. O Hamas, sustentado por várias
ONGs -- afirmou que apenas 49 de seus combatentes haviam sido mortos, e
que os restantes eram civis inocentes. Muito tempo depois, foi obrigado a
admitir que as FDI tinham falado a verdade o tempo todo, e que entre
600 e 700 mortes haviam sido, de fato, dos combatentes. Mas a mídia de
memória curta é incapaz de ponderar sobre isto antes de divulgar
amplamente suas afirmativas erradas e inflamadas.
Análises dos detalhes sobre as baixas divulgados pela Al-Jazeera, com
base no Qatar, indicam que a grande maioria daqueles que foram mortos
em Gaza são homens jovens em idade de combate; não mulheres, crianças ou
pessoas idosas. De acordo com um analista, a despeito de representarem
50% da população, a proporção de mulheres entre os mortos é de 21%.
Análises preliminares, feitas pelo Centro Meir Amit de Inteligência e
Informações Sobre Terrorismo, sugerem que 71, ou seja, 46,7% dos
primeiros palestinos mortos eram combatentes, e 81, ou seja, 53,3% eram
civis não-envolvidos.
Nenhuma dessas análises é definitiva. Mas elas lançam dúvidas sobre
as acusações de ataque indiscriminado contra a população pelas FDI e
sobre as estimativas da ONU -- divulgadas amplamente como fato pela
mídia e pelas não exatamente imparciais Nações Unidas -- de que 70% a
80% das baixas palestinas foram de civis.
Não obstante, tragicamente, muito civis inocentes foram mortos. Como
isto aconteceu, se as medidas das FDI tinham como objetivo diminuir o
número de tais mortes?
Comandantes das FDI dizem que nunca abrem fogo intencionalmente
contra alvos nos quais civis não-envolvidos estão presentes, uma
política que vai muito além das exigências da Convenção de Genebra. Esta
política tem sido confirmada a mim por soldados no campo de batalha e
por pilotos de F16 realizando ataques sobre Gaza.
Mas, erros acontecem. Vigilância e inteligência nunca são infalíveis.
Tem havido relatos de que o Hamas força civis a voltarem para os
prédios que foram evacuados. Às vezes, há efeitos inesperados dos
ataques, por exemplo, quando desmorona um edifício adjacente, no qual
havia civis, o que é freqüentemente causado por explosões secundárias
das munições do próprio Hamas, armazenadas no local.
Erros podem ser cometidos na interpretação das imagens, na passagem
de informações, e na entrada de dados sobre o alvo. [...] Às vezes,
sistemas de direcionamento de armamentos funcionam mal e bombas, balas e
mísseis podem atingir lugares que não deveriam. Mesmo os sistemas de
comunicação mais avançados tecnologicamente podem falhar em momentos
críticos.
Em nenhum lugar esses erros são mais freqüentes e catastróficos do
que em combate no solo, onde os comandantes e os soldados experimentam o
caos, o barulho, a fumaça, o medo, a exaustão, o choque, a mutilação, a
morte e a destruição, que estão além da compreensão de nossa
entrevistadora, em seu estúdio de TV com ar condicionado.
Esses erros e maus funcionamentos acontecem em todos os exércitos e
em todos os conflitos. E, em todos os conflitos, os erros incluem a
morte de soldados pelo fogo amigo. Será que aqueles que condenam a morte
de civis palestinos como atos deliberados das FDI sugerem que os
incidentes de fogo amigo em Gaza também são intencionais?
Contudo, é provável que a política israelense de não atacar alvos nos
quais civis estejam presentes seja deliberadamente posta de lado em uma
situação específica. Se as tropas estiverem debaixo de fogo letal a
partir de uma posição do inimigo, as FDI têm direito de atacar o alvo
mesmo tendo certeza de que civis serão mortos, sujeitos que estão às
regras usuais de proporcionalidade.
Por definição, as vidas dos soldados israelenses estão colocadas em
um risco maior pelas regras restritivas do combate com a intenção de
minimizar as mortes de civis. Mas os comandantes no campo de batalha
devem equilibrar suas preocupações pelos civis com a preservação das
vidas de seus próprios homens e a efetividade da luta.
À parte dessas realidades, a morte de todos os civis palestinos nesse
conflito resulta, em última análise, da agressão dos terroristas
de Gaza contra Israel, e do uso que o Hamas faz de escudos humanos -- a
mais importante plataforma da política de combate do Hamas.
Guardar armas e abrir fogo com elas dentro de áreas densamente
povoadas, forçar civis a permanecerem num determinado lugar quando foram
avisados para sair, atrair as forças israelenses para atacarem e
matarem seu próprio povo, mostra que o número de vítimas palestinas é
vital para a guerra de propaganda do Hamas, que tem por objetivo
pressionar Israel e incitar o ódio contra Israel e anti-semita em todo o
mundo.
Esta exploração doentia do sofrimento de seu próprio povo e a
cumplicidade da mídia nessa exploração não poderia ser mais cinicamente
demonstrada do que nas salas de emergência da Faixa de Gaza. Sem a menor
consideração pela higiene necessária no salvamento de vidas, ou pelo
cuidado, privacidade e dignidade dos feridos, os militantes palestinos
empurram entusiasticamente as equipes de filmagem para dentro das salas
de emergência à medida que os cirurgiões, desesperados, lutam para
manter a vida de uma criança ensangüentada. (Richard Kemp - www.gatestoneinstitute.org - http://www.beth-shalom.com.br)
O coronel Richard Kemp passou a maior parte de
seus 30 anos de carreira no Exército Britânico comandando tropas na
frente de combate em luta contra o terrorismo e a insurgência em focos
de crise, incluindo o Iraque, os Bálcãs, o Sul da Ásia e a Irlanda do
Norte. Ele foi comandante das Forças Britânicas no Afeganistão em 2003.
De 2002 a 2006, dirigiu o grupo de contra-terrorismo internacional na
Comissão de Inteligência do Gabinete do Primeiro-Ministro
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