Há cidades no mundo atual que são reconhecidas por sua localização
estratégica, seu grande tamanho, seu clima e recursos naturais, ou seu
potencial e sua capacidade industrial e manufatureira. Jerusalém não tem
nenhuma dessas vantagens para recomendá-la. Mas não existe outra cidade
no mundo que seja mais conhecida e mais amada por tantas pessoas de
nacionalidades e crenças diversas. E, certamente, não existe outra
cidade de maior importância para a paz mundial.
Não é necessário discutir que a paz do mundo depende da paz de
Jerusalém. Esse incrível fato é reconhecido pelas Nações Unidas, pois o
maior esforço é feito por seus membros para encontrar alguma maneira de
alcançar uma paz justa e duradoura entre árabes e judeus na Palestina – e
um progresso significativo foi aparentemente feito. Até hoje, no
entanto, a questão de Jerusalém ainda pende na balança e será o
fator decisivo. Jerusalém é, na realidade, única entre as cidades
mundiais tanto em relação à sua história como ao seu impacto presente e
futuro no resto do mundo.
Única? Sim, sem dúvida essa cidade desgastada pelo tempo se mantém
solitária, numa categoria própria. Ao contrário de qualquer outro lugar
na terra, Jerusalém sozinha é isolada e seu papel notável no destino
mundial (muito evidente hoje) está expresso claramente através da Bíblia
tanto nos registros históricos como nas afirmações proféticas. As
citações proféticas neste artigo são poucas entre as 811 vezes que
Jerusalém é mencionada nas Escrituras.
Uma Explicação Absurda?
Essa miríade de referências oferece uma explicação aparentemente
absurda para a posição surpreendente de Jerusalém no cenário mundial de
hoje, uma posição que jamais poderia ser de qualquer outra cidade e que
até a maioria dos atuais habitantes de Jerusalém não acredita pertencer a
ela. Como é que aquela que deveria ser apenas mais uma cidade
aparentemente comum (ou até mesmo obscura) do Oriente Médio poderia
alcançar tal posição? Se palavras têm algum significado, os profetas
bíblicos declaram inequivocamente e com voz ressoante, século após
século, que Jerusalém é “a cidade de nosso Deus”, escolhida por Ele para
desempenhar um papel especial no destino humano. Desafiamos o leitor a
encontrar qualquer outra justificativa para a singularidade de
Jerusalém.
Tal afirmação é geralmente rejeitada de modo sumário hoje em dia, e
por várias razões. Existem aqueles que desconsideram qualquer crença em
Deus e que ridicularizam a Bíblia como sendo uma coleção de mitos. Quão
irônico que uma alta porcentagem dos habitantes daquela que a Bíblia
designa como “a cidade do nosso Deus” aleguem ser ateus! Como tais,
porém, eles não podem negar o papel extraordinário de Jerusalém nos
assuntos mundiais nem podem apresentar uma teoria para explicá-la.
Outras pessoas, enquanto alegam algum interesse religioso e
tolerância, são todavia cautelosas em levar a Bíblia “muito ao pé da
letra”. E até mesmo os literalistas, às vezes, discordam entre si a
respeito do que as passagens proféticas da Bíblia realmente significam.
Para aumentar a confusão, um grande número de evangélicos está aceitando
a antiga opinião católica de que a Igreja substituiu os judeus como
povo de Deus. O Estado de Israel é, portanto, visto por muitos como uma
criação ilegítima de um sionismo mal direcionado e irritantemente zeloso
que teve sorte no momento exato na história.
A maioria dos judeus de hoje considera a existência de Israel como
resultado de sorte fortuita combinada com sangue, suor, e lágrimas ao
invés do cumprimento de profecia (na qual quase ninguém mais acredita).
Para os árabes, é claro, a sugestão de que Deus prometera a Palestina
aos judeus e está agora cumprindo essa promessa é absurda. Para os
muçulmanos fundamentalistas isso é blasfêmia. Apesar das palavras Palestina e Canaã
não aparecerem no Corão, o Islã ensina que essa terra não pertence aos
judeus, mas aos árabes. Por isso a própria existência de Israel e, acima
de tudo, o seu controle sobre Jerusalém são insultos intoleráveis ao
Islã. Somente com a expulsão dos judeus da Palestina é que a honra árabe
pode ser restaurada.
Apesar dos árduos esforços militares dos árabes, utilizando a
superioridade numérica impressionante de força humana e de máquinas, e
contando com o apoio da ex-União Soviética, a pequena nação de Israel
não só sobreviveu, mas na verdade tem se tornado cada vez mais forte.
Porém, apesar dos árduos esforços militares dos árabes, utilizando a
superioridade numérica impressionante de força humana e de máquinas, e
contando com o apoio da ex-União Soviética, a pequena nação de Israel
não só sobreviveu, mas na verdade tem se tornado cada vez mais forte. A
superioridade da máquina bélica israelita é um fato fascinante e bem
estabelecido que acabou forçando os árabes a negociar. E não importa a
objeção que os céticos façam, o fato de que (precisamente como a Bíblia
previu) a paz do mundo inteiro está ligada ao futuro de Jerusalém não
pode ser negado. Tampouco existe uma explicação razoável ou uma
refutação lógica dessa situação realmente inconcebível.
Um Racionalismo Religioso?
Alguns céticos têm proposto, como uma justificação puramente
racional, a atração espiritual irresistível que essa “Cidade Santa”
exerce sobre metade da população mundial. Ela é venerada por cerca de 1
bilhão de muçulmanos, 1 bilhão de católicos romanos, 400 milhões de
devotos ortodoxos, e 400 milhões de protestantes. Mas o fato em si
apenas cria mais dúvidas e aprofunda o mistério do caráter surpreendente
de Jerusalém.
Por exemplo, Jerusalém não é mencionada sequer uma vez no Corão – uma
omissão um tanto gritante se ela é mesmo tão sagrada para o Islã como
os muçulmanos de hoje crêem. Houve até mesmo uma tentativa frustrada no
início do Islã (por razões comerciais) de fazê-la o centro da adoração
muçulmana, mas essa tentativa foi rapidamente rejeitada pelo mundo
muçulmano. O historiador Will Durant escreve:
Em 684, quando o rebelde Abdullah ibn Zobeir controlou Meca e recebeu os impostos de seus peregrinos, Abd-al-Malik, ansioso por atrair um pouco dessa renda sagrada, decretou que a partir de então essa rocha [onde Abraão havia oferecido Isaque e o templo havia se situado em Jerusalém] deveria substituir a Caaba [em Meca] como o objeto da peregrinação sagrada. Sobre aquela rocha histórica seus artesãos ergueram [em 691] no estilo sírio-bizantino o famoso “Domo da Rocha”, que logo passou a ocupar o terceiro lugar entre as “quatro maravilhas do mundo muçulmano...”
O plano de Abd-al-Malik de fazer esse monumento substituir a Caaba fracassou; se tivesse tido sucesso, Jerusalém teria sido o centro de todas as três religiões que competiram pela alma do homem medieval. Mas Jerusalém não era nem a capital da província da Palestina [sob os árabes]...1
Durante os séculos em que Jerusalém esteve sob completo controle
árabe, nenhum governador árabe ou líder islâmico jamais a fez o objeto
da peregrinação religiosa – novamente uma estranha indiferença pela
cidade que agora é considerada o terceiro local religioso mais sagrado
no Islã, depois de Meca e Medina. Nós somos confrontados com uma questão
óbvia: como e por que o status de Jerusalém mudou tão dramaticamente
nos tempos modernos? O fato da enorme rocha achatada dentro do Domo ter
sido o local do sacrifício de Isaque por Abraão e também do Templo não
foi o suficiente para mover a alma muçulmana. Ela tinha que ser o
cenário de um mito associado com Maomé para estimular tal sentimento.
Uma Incoerência Muçulmana
A importância de Jerusalém na concepção popular dos muçulmanos de
hoje é derivada da crença de que dentro do Domo na Rocha fica o local
sagrado de onde Maomé supostamente subiu ao céu. Essa tradição, no
entanto, apesar de agora estar firmemente estabelecida na mente
muçulmana, é de origem recente. Ela é, na verdade, uma fantasia
inventada pelo tio de Yasser Arafat, Haj Amin el-Husseini, antigo
Grão-Mufti de Jerusalém. Ele promoveu esse mito nas décadas de 1920 e
1930 para incitar o sentimento árabe contra a crescente presença judaica
em Jerusalém e para justificar a localização do Domo da Rocha no local
do Templo.
A importância de Jerusalém na concepção popular dos muçulmanos de hoje é
derivada da crença de que dentro do Domo na Rocha fica o local sagrado
de onde Maomé supostamente subiu ao céu. Essa tradição, no entanto,
apesar de agora estar firmemente estabelecida na mente muçulmana, é de
origem recente.
É evidente que tal idéia não era a verdadeira razão para a construção
desse monumento ao Islã por Abd-al-Malik em 691, pelo fato de que o
único verso do Corão (Sura 17:1) que faz alusão a esse suposto evento,
como é afirmado agora, não é encontrado entre os versos do Corão que
estão inscritos dentro do Domo. A ausência dessa passagem-chave do Corão
explica tudo. Obviamente a interpretação agora dada a esse verso era
desconhecida antigamente, e com boa razão. O fato é que qualquer leitura
normal do verso, utilizando o significado normal das palavras, é
incapaz de sugerir a tradição de Maomé ter visitado aquele local e de lá
ter sido levado para o céu. O Corão não diz nada disso, mas sua simples
afirmação foi distorcida e se tornou uma tradição islâmica atualmente
aceita. Aqui está o verso:
Glorificado seja Ele que carregou Seu servo à noite do Inviolável Lugar de Adoração para o Lugar Distante [al-Aqsa] de Adoração, cuja vizinhança Nós abençoamos, para que Nós apresentemos a ele Nossas ofertas! Eis que Ele, e só Ele, é Quem ouve, e Quem vê.
O comentário que o acompanha diz que o “Inviolável Lugar de Adoração”
é Meca e que o “Lugar Distante de Adoração” é Jerusalém. O primeiro é,
com certeza, verdade, porque Meca desfrutou dessa posição desde o
princípio. O outro, porém, não tem fundamento porque Jerusalém nunca
havia sido cenário de adoração islâmica até essa época, nem o seria
pelos próximos séculos. Como já notamos, Jerusalém não é mencionada pelo
nome no Corão, nem nesse verso nem em qualquer outro lugar. Então, como
poderia ser um lugar de oração para o muçulmano que nunca foi
direcionado a ela?
Obviamente, o magnífico Domo na Rocha foi erguido naquele local em
particular não somente numa tentativa de Abd-al-Malik de obter recursos
potencialmente vastos dos peregrinos, mas também para impedir que os
judeus algum dia reconstruíssem o Templo. Sem dúvida pensou-se que, sem
aquela estrutura sagrada, os judeus não teriam razão para se reunirem
novamente em Jerusalém. Assim, há mais de um milênio, estava pronto o
cenário para um conflito futuro que hoje ameaça a todos nós com uma
Terceira Guerra Mundial – uma guerra por causa de Jerusalém, uma guerra
da qual a Terra provavelmente jamais se recuperará.
Internacionalização de Jerusalém
O fato de Jerusalém ser singular é atestado ainda mais porque a
maioria das nações do mundo de hoje quer que ela esteja sob controle
internacional. O Vaticano até exigiu a internacionalização de Jerusalém
durante o debate da ONU em 1947 a respeito da divisão da Palestina.
Nenhum desejo semelhante é expresso ou sequer faz sentido para outras
cidades, então por que seria imposto a Jerusalém? Isso não é razoável e
não tem precedente. No entanto, até agora as nações do mundo concordam
entre si que Jerusalém não pode ser a capital de Israel, apesar de
Israel ter designado e situado seu Knesset (Parlamento) ali em 1980. O
resto do mundo já ditou a uma nação onde ela poderia ou não estabelecer
sua capital? Então, por que o fazem a Israel? Certamente governos
seculares não crêem no que a Bíblia diz sobre Jerusalém, então porque
eles consideram essa pequena e isolada cidade do Oriente Médio tão
especial?
Para termos uma comparação, considere o caso da Alemanha Oriental.
Quando aquele país derrotado, desafiando o acordo de Potsdam, designou
Berlim Oriental como sua capital, as nações consentiram imediatamente
sem qualquer murmúrio de protesto. Não com Jerusalém. Não há nenhum
acordo internacional que dê a outras nações qualquer controle de
Jerusalém. Porém ela é tratada como se pertencesse não a Israel, mas ao
resto do mundo.
Na verdade, as maiores potências do mundo, no que aparentemente é um
acordo não-escrito entre elas, determinaram que um dia Jerusalém será um
centro mundial de “paz” sob controle internacional. Não é coincidência
que o Vaticano teve um papel principal nesse programa e recentemente
alcançou o favor de Israel para buscar esse estranho propósito. O fato
de Jerusalém ser a chave da paz mundial é óbvio demais para ser
discutido. Mas o fato de que Jerusalém, dentre todas as cidades do
mundo, desempenhe tal papel não faz sentido, a não ser que se aceite o
que a Bíblia diz sobre ela.
Como outras nações, os Estados Unidos, apesar de terem apoiado Israel,
no entanto colocaram sua embaixada não em Jerusalém mas em Tel Aviv, ao
contrário dos desejos de Israel.
Como outras nações, os Estados Unidos, apesar de terem apoiado
Israel, no entanto colocaram sua embaixada não em Jerusalém mas em Tel
Aviv, ao contrário dos desejos de Israel. Até a mídia mundial acompanha
essa negação aberta a Israel de dirigir seus próprios assuntos. Por
exemplo, de maneira arbitrária e desafiando a lógica, a BBC e outras
emissoras européias de rádio e televisão habitualmente se referem a Tel
Aviv como a capital de Israel, uma distorção inexplicável dos fatos que
persiste como uma espécie de conspiração mundial gigante. Num recente
programa de perguntas na televisão alemã, Tel Aviv foi considerada a
resposta correta para a pergunta sobre a localização da capital de
Israel. Quão frustrante para Israel que a capital que escolheu não seja
considerada como tal pelo resto do mundo!
Só se pode perguntar novamente: “Por que esse tratamento sem
precedentes para Jerusalém?” O que a faz tão especial? Por que ela tem
tanta importância para todas as nações? Só a Bíblia oferece uma
explicação razoável. Se a resposta bíblica para essa questão é
rejeitada, então nenhuma outra resposta racional pode ser encontrada.
Sua significância religiosa, como já vimos, não é suficiente para
explicar completamente a singularidade de Jerusalém, uma singularidade
que tem significância totalmente irracional para as potências seculares
mundiais. Por que um mundo que não crê nas promessas da Bíblia a
respeito de Jerusalém, mesmo assim trata essa cidade como se o que a
Bíblia diz é verdade?
Uma Traição nos Bastidores?
Surpreendentemente, os líderes de Israel estavam envolvidos numa
considerável intriga de bastidores para concretizar o controle
internacional – negociações que equivaliam a uma traição à sua nação. De
acordo com o boletim de inteligência Inside Israel, o
ex-ministro do Exterior, Shimon Peres, enviou uma carta para Yasser
Arafat em outubro de 1993, “comprometendo Israel a respeitar
instituições governamentais da OLP em Jerusalém.” Após Peres ter negado a
existência da carta, finalmente foi admitido que ela fora enviada. Essa
confissão relutante foi seguida por uma revelação ainda mais
perturbadora. Mark Halter, um amigo chegado de Peres, “disse ao
semanário israelense Shishi que em maio [de 1994] ele entregou
uma carta de Peres ao papa que descrevia os planos do então ministro do
Exterior em relação a Jerusalém. De acordo com Halter, ‘Peres ofereceu
entregar o governo da Cidade Antiga de Jerusalém ao Vaticano’.”
De acordo com o plano secreto (e para a maioria dos israelenses,
inimaginável), a cidade teria tanto um prefeito israelense como um
palestino, ambos sob a autoridade do Vaticano. O Vaticano deixou claro
que considera os locais religiosos em Jerusalém sagrados demais para
estarem sob o controle de autoridades locais. Ele quer carregar sobre
seus próprios ombros essa responsabilidade e, aparentemente, Peres
estava disposto a permitir isso. Num acordo aparente com o Vaticano, os
“líderes da comunidade cristã” em Jerusalém entregaram ao governo
israelense no final de 1994 um documento não-publicado que também
aclamava a internacionalização de Jerusalém.2 Numa tentativa aparente de
assegurar a todos os lados que trataria do assunto imparcialmente, o
Papa João Paulo II declarou numa entrevista exclusiva para a revista Parade no começo de 1994:
Nós acreditamos que, com a aproximação do ano 2000, Jerusalém se tornará a cidade de paz para todo o mundo e que todas as pessoas poderão se reunir ali, principalmente os fiéis das religiões que encontram sua herança na fé de Abraão [obviamente incluindo os muçulmanos].3
Jerusalém será o centro religioso do mundo sob o domínio do anti-cristo.
Outras revelações confidenciais indicam que Jerusalém deveria
tornar-se o “segundo Vaticano do mundo”, com todas as três religiões
principais operando ali, como o Papa insinuou, sob a autoridade de Roma.
Um Estado palestino surgiria em aliança com a Jordânia, com sua capital
religiosa em Jerusalém, mas tendo sua capital administrativa em outro
lugar, possivelmente Nablus. O Ministério de Relações Exteriores de
Israel justificou essa aparente traição prometendo que os novos laços de
Israel com o mundo católico iriam levar ao comércio, turismo, e
prosperidade e que um governo católico de Jerusalém daria uma mão forte
para a rápida solução de futuras disputas entre judeus e árabes. Um
pronunciamento vindo da Jordânia no final de 1994 pareceu confirmar o
que foi declarado acima:
A Jordânia renunciou na semana passada às suas ligações religiosas com a Judéia, Samaria e Gaza, mas reteve suas reivindicações religiosas com respeito a Jerusalém... Relações entre a Jordânia e a Autoridade Nacional Palestina (AP) se desgastaram após a assinatura de uma declaração jordaniano-israelense em 25 de julho, na qual Israel reconhecia um papel especial da Jordânia quanto aos locais muçulmanos de Jerusalém...
Em Jericó, o ministro de Relações Islâmicas da AP recebeu com prazer a decisão da Jordânia de cortar suas relações religiosas com os territórios.4
Na Conferência de Cúpula de Washington que se seguiu, o [entrementes
falecido] rei Hussein da Jordânia, esperando defender o seu direito ao
controle jordaniano dos locais sagrados de Jerusalém, declarou que “só
Deus tem o direito de decidir quem será dono do Monte do Templo e de
Jerusalém.” Como um comentarista judeu afirmou, no entanto, “Ele está
certo, é claro. Mas a questão então se torna, Deus de quem? Pois... o
Alá de Hussein não menciona Jerusalém nem uma vez no Corão, enquanto a
Bíblia hebraica e o Novo Testamento se referem ambos à cidade mais de
800 vezes. O Deus de Israel já exerceu Seu direito de decidir. E Ele deu
Jerusalém aos judeus como sua herança eterna... [um fato que] desafia a
insidiosa teologia ‘interconfessional’ que iguala Deus ao Alá do
Islã.”5
O mesmo escritor, ao comentar um livro recente de Eliyahu Tal intitulado Whose Jerusalem?
(Jerusalém de Quem?), acusa os “possíveis redivididores” de Jerusalém
de terem “a intenção de arrancar o próprio coração da alma judia.” Sua
resenha apresenta a essência de um livro convincente:
Tal fala sem rodeios. E para aqueles que ainda escolhem legitimidade histórica ao invés das reivindicações dos xiitas iranianos, árabes palestinos, hachemitas, marroquinos e árabes sauditas, inspiradas pelo Islã, e ‘lubrificadas’ com petróleo, a informação reunida em Whose Jerusalem? oferece uma base sólida com a qual rebater os apelos cada vez maiores para a redivisão de Jerusalém, ou sua rejeição como a capital exclusiva do Estado judeu...
Apenas os judeus viveram e morreram por séculos na esperança de serem fisicamente restaurados a esta cidade. Só quando um rei judeu reinava aqui é que a Shechinah (glória de Deus) brilhava visivelmente em Jerusalém, e, portanto, foi somente para os judeus que a própria cidade tem sido santa por todos esses anos.”6
A Sinceridade Ameaçadora de Arafat
Jerusalém parece ter uma importância singular, também, no programa de
Deus dos eventos dos últimos dias. Jesus declarou: “Até que os tempos
dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles” (Lucas 21.24).
Será que a tomada de Jerusalém pelos judeus em 1967 marcou o fim da era
gentílica e trouxe Israel de volta ao centro do palco no programa de
Deus? Se assim for, Jerusalém deve continuar em mãos judias até
Armagedom. Isso não significa, porém, que a batalha pelo controle de
Jerusalém terminou. Na verdade, sem dúvida, ela se intensificará à
medida que a revelação do Anticristo se aproxima.
Essa batalha certamente já está esquentando. No começo de 1994, num
discurso numa mesquita de Johannesburgo, Yasser Arafat pediu a jihad
(guerra santa) contínua por parte dos árabes para retomar Jerusalém.
Quando o conteúdo de seu discurso, obviamente direcionado apenas aos
ouvidos árabes, tornou-se de conhecimento público, criou um distúrbio
compreensível no ambiente governamental israelense. Arafat tentou
disfarçar sua afirmação dizendo que jihad também significa um confronto pacífico.
Não existe, no entanto, tal conceito no Corão; e “confronto pacífico”
certamente não foi nem ensinado nem praticado por Maomé. Na verdade,
outra afirmação naquele discurso de Arafat não deixa nenhuma dúvida da
sua intenção: “Esse acordo [entre a OLP e Israel], eu não o considero
mais que o acordo que foi assinado entre nosso Profeta Maomé e os
Quraish.” Essa referência foi ameaçadora.
Os Quraish, a própria tribo de Maomé, controlava Meca mas não com
poder suficiente para aguentar a crescente força militar de Maomé. Então
seu povo assinou um tratado de paz com Maomé, que, por pretexto, o
Profeta quebrou dois anos mais tarde, matando os líderes dos Quraish e
conquistando Meca. Assim, Arafat estava dizendo que o acordo da OLP com
Israel é apenas um passo na declarada conquista de Israel, a ser
quebrado bem facilmente e, com a consciência bem tranqüila, na medida em
que o próprio Maomé deu o exemplo de traição justificável. O analista
israelense Moshe Zak escreveu:
Não foram mentiras ou estupidez que caracterizaram as afirmações de Arafat em Johannesburgo, mas uma estupenda sinceridade. Suas declarações diretas e claras lembravam Mein Kampf (Minha Luta), no qual o autor [Hitler] foi direto a respeito de seus planos, de tal forma que seus adversários não o levaram a sério. Todos nós sabemos agora que ao se tornar realidade o programa satânico de Hitler já era muito tarde para pará-lo.
Arafat não deixou escapar segredos em Johannesburgo: ele aproveitou sua convocação para uma jihad e citou o acordo de Maomé com a tribo Quraish para testar a sua tese de que Israel iria engolir isso também.
O líder da OLP tinha certeza de que os protestos israelenses fortaleceriam sua posição entre seu próprio povo – pois ele jamais poderá dar a impressão de estar cooperando com Israel contra o Hamas e o Jihad Islâmico [dois importantes grupos terroristas]. Sua retórica sobre uma guerra santa para libertar Jerusalém foi criada para remover toda suspeita de tal cooperação...
Seja qual for a interpretação das afirmações de Arafat, uma coisa é certa: as massas palestinas entendem sua mensagem sobre uma guerra santa para libertar Jerusalém.7
Não se engane: O mundo terá guerra ou paz dependendo do que acontecer
na “cidade de nosso Deus.” Na verdade, nós sabemos o que acontecerá ali
porque a Bíblia profetizou isso com muitos detalhes. Vamos nos referir a
essas profecias nas próximas páginas.
Gostando ou Não
Será mera coincidência que Jerusalém, a chave atual da paz mundial, foi originalmente chamada Salem, que significa “paz”?
Será mera coincidência que Jerusalém, a chave atual da paz mundial,
foi originalmente chamada Salem, que significa “paz”? Ela foi governada
naqueles antigos dias por uma das figuras mais enigmáticas na história:
Melquisedeque, rei de Salem. Ele aparece subitamente do nada nas páginas
das Escrituras, depois desaparece. Esse era território pagão, mas
Melquisedeque era “o [não um] sacerdote do Deus
Altíssimo” (Gênesis 14.18; cf. Hebreus 7.1). Abraão, conhecido como “o
amigo de Deus”, admirava Melquisedeque como alguém maior que ele mesmo,
honrou-o com uma oferta, e aceitou sua bênção (Gênesis 14.19,20; Hebreus
7.1,2).
Conversando com Deus, Salomão chamou Jerusalém de “a cidade que tu escolheste...” (1 Reis 8.44).
Jerusalém, com o seu destino profético pronto para atingir força total,
apresenta uma mensagem clara para o mundo: a humanidade não é o produto
do acaso e de forças evolucionárias cegas. Nada no universo, nem a
própria energia nem as míriades de formas em que se manifesta, pode ser
explicado pelo acaso. Claramente as leis da física e química não
iniciaram seu controle organizado sobre a matéria mas foram criadas por
um Legislador; e tão obviamente quanto isso, o átomo e a célula viva,
com sua organização e função incompreensíveis, só poderiam ter sido
criados e concretizados por um Criador infinito. Em concordância com o
universo que a cerca, Jerusalém declara ao mundo que a humanidade tem um
lugar especial na criação de Deus e que um destino glorioso espera
aqueles que reconhecerem e obedecerem ao Deus de Israel que escolheu
Jerusalém como Sua cidade.
Se alguém gosta das implicações ou não, permanece o fato de que o
papel, racionalmente inexplicável, desempenhado por Jerusalém foi
profetizado na Bíblia milhares de anos atrás. E se alguém gosta das
implicações ou não, permanece também o fato de que essas profecias
bíblicas oferecem a única explicação racional para o lugar singular de
Jerusalém no cenário mundial de hoje. Os fatos permanecem por si sós, e
não podem ser refutados apesar de muitos israelenses e sionistas
rejeitarem seu sabor milagroso.
Sem a Bíblia não é possível fazer sentido da história humana. Nós nos
deparamos com apenas duas escolhas: ou a humanidade é simplesmente um
acidente, que aconteceu em um dos bilhões de planetas (e se aqui, talvez
em outros espalhados pelo cosmo), ou fomos criados por Deus para Seus
próprios propósitos. É só o Deus da Bíblia que dá propósito e
significado à Sua criação, e Ele decretou que Israel terá um papel
importante em Seu plano.
Jerusalém! Ela é diferente de qualquer outra cidade na terra. Ela
fica no centro da história e no próprio coração dos propósitos de Deus
para este planeta e todos os seus habitantes. Essa é a “Cidade de Deus”,
onde Deus escolheu colocar Seu nome e para a qual Ele dará a última
palavra. Quer goste ou não, o mundo inteiro não pode escapar das
implicações dessa escolha. (Dave Hunt - http://www.chamada.com.br)
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