Como Nos Dias de Noé?
A prosperidade está grande, mas a degradação moral também. Como julgar os nossos tempos? E que papel desempenham nisso as alterações climáticas?
Em maio passado, um leitor de certo jornal europeu se empolgou com a mudança global dos tempos que marca a época na qual vivemos: “Parece que nas sociedades esclarecidas e secularizadas o modo de pensar e agir vem mudando de modo fundamental e profundo. Também a crença em Deus, assim como a crença em espíritos, ídolos e deuses superou o seu ápice e é um modelo em fim de linha. Cada vez mais pessoas percebem que a religião é um eficiente placebo e que o Deus antropomórfico, masculino, onipotente, onisciente e todo-bondoso é um construto humano limitado no tempo, o que explica o crescente ateísmo”. Ele registra: “Quanto mais ateus livres de Deus existirem na sociedade, tanto mais alto será o nível mental e cultural”.
Pergunto-me a que nível mental e cultural ele se refere. Anualmente realizam-se 50 milhões de abortos – alguns até no nono mês de gravidez. O que resta são mães muitas vezes profundamente traumatizadas. E onde está o nível mental e cultural na divulgação da ideologia de gênero, que simplesmente apaga as diferenças entre mulher e homem e lança muitos jovens na insegurança? Eles não recebem resposta a perguntas que muitas vezes nos acompanham pela vida inteira: “Quem ou o que sou eu?”. Será que a sexualização precoce das nossas crianças, em parte com ensino de práticas sexuais depravadas, seria expressão do desenvolvimento do nível mental e cultural? Seu resultado são almas infantis perplexas, inquietas e perturbadas.
Isaías 5.20: “Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo”.
E já que estamos falando do nosso elevado nível mental e cultural, que tal a legalização das drogas? Esta vem resultando em cada vez mais jovens com psicoses e incapacitação laboral. Um portal na internet sobre neurologia e psiquiatria registra a respeito do consumo de maconha: “Um efeito característico da maconha é o amplo espectro de efeitos psíquicos. Assim, o sentimento e o pensamento, a memória e a percepção sofrem influência. É possível que o consumo intenso de maconha na juventude favoreça a ocorrência de psicoses”.[1]
A Bíblia tem muita razão quando afirma: “Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo” (Is 5.20). Chegamos longe com o nosso ateísmo livre de Deus! O boletim ideaSpektrum comentou uma recomendação do ministério federal da família na Alemanha dirigida a escolas e professores, de “reconhecer e apoiar a diversidade sexual na escola”. Deveriam informar sobre “temas da área dos estilos de vida homossexuais e da diversidade sexual”. Mediante a exposição de cartazes, as escolas poderiam “visualizar a diversidade”. Poderiam adquirir “livros com personagens lésbicos, homossexuais masculinos e bissexuais” para as bibliotecas das escolas e mencionar em conversas com naturalidade o parceiro homossexual de um amigo. “Além disso, será construtivo existirem adultos na escola que falem abertamente sobre seu estilo de vida homossexual.”
É assim que vivemos hoje. As consequências disso são trágicas! Em maio circulou pela imprensa a notícia de um homem que deu entrada num hospital nos EUA com fortes e recorrentes dores no abdômen inferior. Tragicamente, ele ainda disse à enfermeira que nascera como mulher. O homem era “transexual” – originalmente mulher. Mesmo assim, inicialmente nenhum dos médicos realizou um teste de gravidez. Quando finalmente descobriram que se tratava de gravidez, foi tarde demais para o bebê. É muito pertinente o que diz um antigo hino cristão: “Sem Deus vamos para a escuridão; com ele, porém, para a luz”.
As pessoas estão com medo. Observamos isso no modo como lidam com as mudanças climáticas. O que quer que pensemos a respeito disso, o fato é que as pessoas vão aos milhares para as ruas em manifestações contra o aquecimento global, temendo aquilo que ainda poderá vir.
Deus fala por meio dos sinais dos tempos. As pessoas estão com medo. Observamos isso no modo como lidam com as mudanças climáticas. O que quer que pensemos a respeito disso, o fato é que as pessoas vão aos milhares para as ruas em manifestações contra o aquecimento global, temendo aquilo que ainda poderá vir. São espantosas as propostas de solução apresentadas: consta que devemos reduzir o consumo de carne e não colocar mais crianças no mundo porque elas sobrecarregariam o meio ambiente, e também não deveríamos mais dirigir veículos a diesel.
Sim, eu também creio que há algo de errado com o nosso clima. Ainda assim, porém, pergunto-me se não poderia existir alguma outra causa para isso. Pedro opina: “Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios” (2Pe 3.7). Com isso, ele se refere ao “primeiro mundo” dos tempos de Noé (v. 1-6), aniquilado pela água. A causa foi que as pessoas não queriam ter mais nada a ver com Deus. Hoje caminhamos em direção à volta de Jesus e, cada vez mais, as pessoas não querem ter nada a ver com Deus.
O tempo que precedeu o Dilúvio é descrito assim: “O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal. Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e isso cortou-lhe o coração. Disse o Senhor: ‘Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, os homens e também os animais, grandes e pequenos, e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los feito’” (Gn 6.5-7).
Na época, a maldade da humanidade era muito grande (v. 5), os pensamentos do seu coração eram todos malignos (v. 6). Toda a terra estava corrompida (v. 11), totalmente cheia de transgressão (v. 12). As pessoas anteriores ao Dilúvio faziam o que fazemos hoje: viraram as costas a Deus e excluíram-no da sua mente, do coração e da vida; das suas famílias, escolas e comunidades. E quando convidamos Deus a sair, ele vai! E, ao ir, também leva consigo sua mão preservadora, abençoadora e protetora. Talvez também devêssemos levar em conta esse aspecto quando falamos de mudanças climáticas.
Deus expôs a Israel a bênção e a maldição para nos servir de modelo. “Entretanto, se vocês não obedecerem ao Senhor, o seu Deus, e não seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos e decretos que hoje dou a vocês, todas estas maldições cairão sobre vocês e os atingirão: O Senhor os encherá de doenças até bani-los da terra em que vocês estão entrando para dela tomar posse. O Senhor os ferirá com doenças devastadoras, febre e inflamação, com calor abrasador e seca, com ferrugem e mofo, que os infestarão até que morram. O céu sobre a sua cabeça será como bronze; o chão debaixo de vocês, como ferro. Na sua terra o Senhor transformará a chuva em cinza e pó, que descerão do céu até que vocês sejam destruídos” (Dt 28.15,21-24).
Deus nos ouve e nos cede nossa vontade. Permite-nos fazer o que quisermos. Seria assim a falta da bênção de Deus uma das causas das mudanças climáticas? Seria uma advertência dele? Deus fala conosco porque, de acordo com suas palavras, “não tenho prazer na morte dos ímpios, antes tenho prazer em que eles se desviem dos seus caminhos e vivam” (Ez 33.11). Ainda está em vigor a promessa de que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo!” (At 2.21). E nós – que amamos a Jesus, aguardamos seu retorno e precisamos viver num mundo cada vez mais tenebroso – podemos fazer aquilo que Noé fez nos tempos dele: ele atuou até o fim como pregador da justiça (2Pe 2.5), não abandonou sua missão de apontar para a salvação na Arca (Jesus Cristo) e continuou a viver com Deus – apesar de toda resistência. Também queremos agir assim.
- “Cannabis-Missbrauch: Bei möglichen Psychose-Anzeichen helfen Früherkennungszentren”, Neurologen und Psychiater im Netz. Disponível em: <https://www.neurologen-und-psychiater-im-netz.org/psychiatrie-psychosomatik-psychotherapie/ratgeber-archiv/meldungen/article/cannabis-missbrauch-bei-moeglichen-psychose-anzeichen-helfen-frueherkennungszentren/>. Acesso em: 3 dez. 2019.
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