quinta-feira, 29 de junho de 2017

A Arca da Aliança e Jesus


A Arca da Aliança e Jesus

Britt Gillette
Sendo a Palavra confirmada de Deus, a Bíblia é o maior livro já escrito. Uma das muitas razões para isso é o número espantoso de profecias específicas cumpridas que ela contém. E, muitas dessas profecias dizem respeito à vida e aos tempos do Messias. Por exemplo, o livro de Daniel predisse o momento exato da chegada do Messias com 483 anos de antecedência (veja Daniel 9.25).
O livro de Zacarias previu a traição de Cristo por 30 moedas de prata (Zacarias 11.12), e Miquéias predisse que o local do nascimento do Messias seria Belém (Miquéias 5.2). As Escrituras contêm dezenas e dezenas de profecias messiânicas como estas, todas apontando para um Homem – Jesus de Nazaré.
Mas, você sabia que a Bíblia contém ainda mais evidências da autoridade divina de Jesus? Apesar da probabilidade remota dEle cumprir apenas algumas dezenas, as profecias messiânicas apenas arranham a superfície do que a Bíblia tem a dizer sobre o Messias. Na verdade, se as afirmações de Jesus forem verdadeiras (e elas são!), todo o Antigo Testamento aponta para Ele. Isso mesmo, todo o Antigo Testamento.

O Antigo Testamento

Infelizmente, quando se trata de estudar a Bíblia, muitos cristãos negligenciam o Antigo Testamento. Claro, eles podem ler Gênesis, Salmos e Provérbios. Em sua maioria, porém, os cristãos consideram os outros livros do Antigo Testamento como chatos ou irrelevantes.
No entanto, nada poderia estar mais longe da verdade! Pois, um estudo cuidadoso do Velho Testamento revela o plano mestre de Deus para enviar um Salvador cuja vida seria dada como oferta pelo pecado (Isaías 53).
Em referência ao que chamamos o Antigo Testamento, Jesus disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5.39). Jesus também disse que não veio abolir a lei ou os profetas, mas para cumprir o seu propósito (Mateus 5.17).
E, após Sua ressurreição, Ele explicou como as Escrituras apontavam para Ele mesmo (Lucas 24.27), como tudo que estava escrito sobre Ele na lei de Moisés, nos profetas e nos salmos tinha de ser cumprido (Lucas 24.44).
Ao fazer isso, Jesus não estava se referindo apenas às profecias messiânicas. Ele também estava lembrando as histórias, os símbolos, as leis, os costumes e outros elementos do Antigo Testamento. Porque todos os aspectos do Antigo Testamento apontam para Jesus.
Como declara o livro de Hebreus, “...a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas” (Hb 10.1a). Em outras palavras, a lei e os profetas nos deram um vislumbre da vida, morte e ressurreição de Jesus.
E um desses lampejos é descrito no livro do Êxodo. Trata-se da Arca da Aliança.

A Arca da Aliança

Durante o êxodo do Egito, Deus instruiu os israelitas a construirem uma caixa conhecida como a Arca da Aliança. Mas Deus não disse apenas: “Vamos lá, construam uma caixa”. Ele forneceu instruções detalhadas e específicas sobre como a caixa era para ser feita.
E, sabe de uma coisa? Quando você estuda Suas instruções, você verá que elas servem para fazer uma só coisa: glorificar o nome de Jesus Cristo.
A descrição da Arca de Deus é encontrada no livro do Êxodo. Lá, Ele revela suas dimensões, como carregá-la, e o que colocar dentro dela. Ele instrui os israelitas a fazer a cobertura da Arca (que Ele chama de “propiciatório” ou “lugar de expiação”) de ouro puro. Sobre este, eles devem montar dois anjos feitos de ouro puro e colocá-los em ambos os lados, um de frente para o outro, e olhando para baixo sobre o propiciatório (Êxodo 25.18-20).
Ele então os instrui a colocar dentro dela as tábuas de pedra inscritas com os Dez Mandamentos. Aprendemos mais tarde que a Arca também continha o bordão de Arão que floresceu, bem como uma urna contendo o maná (Hebreus 9.4).
Em seguida, Deus instruiu os hebreus a fazerem uma cortina especial e a colocarem a Arca da Aliança por trás dela. Esta cortina era para separar o Lugar Santo do Santo dos Santos (Êxodo 26.33), e simboliza a barreira que o pecado cria entre a humanidade e o Criador.
No Santo dos Santos, o próprio Deus estava presente em uma nuvem sobre o propiciatório (Levítico 16.2; Números 7.89). Este era o lugar onde o sumo sacerdote aspergia o sangue de um sacrifício para expiar os pecados do povo (Levítico 16.14-15).
Enquanto os israelitas provavelmente não entenderam o propósito de todas estas instruções, o objetivo de Deus foi revelado mais tarde na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Tudo aponta para Jesus

Jesus disse: “as Escrituras... testificam de mim” (João 5.39). E as instruções de Deus para a concepção e a utilização da Arca da Aliança não são exceção. Basta estudar os relatos dos Evangelhos, e você vai perceber como é verdade que tudo nas Escrituras aponta para Jesus.
Vamos começar com o conteúdo da Arca. Um dos itens encontrados no seu interior era uma urna de maná (Hebreus 9.4). Maná foi o pão do céu que Deus forneceu aos hebreus enquanto vagavam pelo deserto (Êxodo 16). Este é um símbolo de Jesus, que é o verdadeiro Pão da Vida.
O próprio Jesus disse: “...não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo” (João 6,32-33).
A Arca também continha a vara de Arão que brotou (Hebreus 9.4). Você se lembra da história da vara de Arão? Deus tinha mandado Moisés colocar doze bordões de madeira (representando as doze tribos de Israel) na frente da Arca. Em cada bordão estava escrito o nome do líder da sua tribo, e Deus prometeu que o cajado do homem que Ele escolheria para servir como sumo sacerdote floresceria (Números 17.1-8).
A presença da vara de Arão na Arca é adequada, uma vez que Jesus serve como nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 4.14-15). Como Sumo Sacerdote, Jesus se aproximou de Deus em nosso nome e ofereceu um sacrifício de sangue para expiar nossos pecados.
Mas aqueles não eram os únicos itens na Arca. Ela também continha as tábuas de pedra inscritas com os Dez Mandamentos (Hebreus 9.4). Este é um símbolo da dedicação que Jesus teve à lei. Ao contrário do que alguns acreditam, Jesus não veio abolir a lei, mas cumpri-la (Mateus 5.17).
Isaías disse que o Messias iria exaltar e honrar a lei (Isaías 42.21), e Paulo descreveu como Jesus nos resgatou da maldição pronunciada pela lei, porque, quando Ele foi crucificado, tomou sobre si a maldição por nossos erros (Gálatas 3:13).
No entanto, não é apenas o conteúdo da Arca que aponta para Jesus e glorifica Seu nome. O desenho da própria Arca aponta para Ele.
Chorando fora do túmulo vazio, Maria Madalena olhou para dentro e viu dois anjos – um assentado onde estivera a cabeça de Jesus e o outro assentado onde os pés de Jesus tinham estado (João 20.12). Será que isso parece uma imagem familiar? Deveria.
Lembre-se, Deus ordenou que os hebreus colocassem dois anjos em extremos opostos na tampa da Arca. Estes dois anjos deveriam olhar para baixo sobre o propiciatório, também conhecido como “o lugar da expiação” (Êxodo 25.18-20). Foi precisamente o que Maria viu no túmulo vazio: anjos em extremidades opostas no lugar onde Jesus foi colocado para descansar – o verdadeiro propiciatório e local de expiação.
A Arca prenunciava a vinda de Jesus e os eventos que cercam Sua ressurreição. Jesus foi o sacrifício final. Como nosso Sumo Sacerdote, Ele entrou no Lugar Santíssimo e assegurou nossa redenção para sempre com o seu próprio sangue, em vez do sangue de animais (Hebreus 9.12).
Quando Jesus fez isso, a cortina do templo que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos se rasgou em duas, de alto a baixo (Mateus 27.51). O pecado já não separava os homens de Deus, porque, uma vez por todas, Jesus veio e tirou nossos pecados, dando Sua própria vida como um sacrifício santo (Hebreus 9.26). — Britt Gillette

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Desnutrição Profética

Desnutrição Profética

Steve Schmutzer
Quão bom seria o desempenho do seu carro se você removesse dele uma das suas rodas? Você se sentaria em uma cadeira que estivesse sem uma das pernas?
Essas perguntas podem parecer absurdas, mas cada uma tem algo em comum com a outra. Em cada caso, 25% de alguma coisa importante está faltando. E, em cada cenário, você estaria correndo riscos caso se contentasse com menos do que o todo. Nenhuma pessoa razoável teria disposição para escolher se colocar nessas situações.
Então, por que escolhemos considerar a Bíblia de modo diferente do que consideraríamos o carro e a cadeira? Vou fazer a mesma pergunta de outra maneira, mas com maior relevância: “Por que tantos pastores, mestres e ‘líderes cristãos’ escolhem ignorar, ultrajar, abrandar e interpretar mal 25% da Palavra de Deus, os quais representam as Escrituras proféticas?”.
Aqui estão alguns fatos convincentes a serem considerados, da Encyclopedia of Biblical Prophecy [Enciclopédia de Profecia Bíblica], de J. Barton Payne:
  • Há 1.239 profecias no Antigo Testamento e 578 profecias no Novo Testamento, formando um total de 1.817 profecias.
  • Estas profecias estão escritas em 8.352 versículos da Bíblia.
  • Como há 31.124 versículos na Bíblia, os 8.352 versículos que contêm profecias constituem 26,8% do volume da Bíblia.
Portanto, estou sendo conservador. Na verdade, as profecias são mais de 25% da Palavra de Deus!
Por toda a Bíblia há temas proféticos. Ela é profética no seu começo, em Gênesis 3, quando foi predito o conflito entre o descendente da mulher e a semente da serpente.
E ela é profética até o final do Apocalipse, quando o reino de Cristo é previsto para toda a eternidade. As Escrituras proféticas dominam tanto a Bíblia inteira que é impossível evitá-las, a menos que se mude intencionalmente a caminhada pelas páginas dela, da mesma forma que alguém evita pisar em ranhuras nas calçadas.
Se formos um pouco mais fundo, descobriremos mais coisas para pensarmos. Mais de 1.500 das profecias da Bíblia são dedicadas à Segunda Vinda de Cristo. Para cada profecia no Antigo Testamento sobre a Primeira Vinda de Jesus, há oito sobre a Segunda Vinda dEle.
É aqui que acontece algo incrível. Se a Bíblia faz da profecia uma prioridade, também nós devemos fazer dela uma prioridade. Se uma ênfase do Novo Testamento é a Segunda Vinda de Cristo, também devemos fazer disso uma ênfase. Se os temas proféticos surgem a todo momento por toda a Palavra de Deus, deveríamos ver temas proféticos temperando muitos de nossos sermões e ensinos.
Mas não é isso que fazemos.
Nem sempre é assim, e podemos ver o exemplo de Paulo no caso em questão. Conhecemos Paulo como o perseguidor dos primeiros cristãos que se converteu, e como o agente através do qual o Espírito Santo escreveu a maior parte do Novo Testamento. Somos menos familiarizados com as atividades de Paulo durante suas viagens missionárias, mas é aqui que quero apontar algo importante.
Se uma ênfase do Novo Testamento é a Segunda Vinda de Cristo, também devemos fazer disso uma ênfase.
Diz respeito à igreja em Tessalônica, a qual Paulo visitou em sua segunda viagem missionária. Seu tempo com os tessalonicenses foi curto, como parece sugerir Atos 17.2. Paulo deu sequência à sua visita por meio das cartas a que chamamos de 1 e 2 Tessalonicenses, e é aí que o assunto fica interessante.
Chegou uma notícia a Paulo dizendo que ensinamentos apóstatas haviam sido espalhados na jovem igreja dos tessalonicenses, heresias que conflitavam com as coisas que ele lhes havia ensinado pessoalmente. O capítulo 2 de 2 Tessalonicenses vai direto ao problema, que era relativo à Segunda Vinda de Jesus Cristo. Paulo apresenta uma boa porção de alimento sólido e saudável neste capítulo, mas faz uma pergunta em 2 Tessalonicenses 2.5: “Não se lembram de que, quando eu ainda estava com vocês, costumava lhes falar essas coisas?” (NVI).
É fácil não prestarmos a devida atenção às condições desta situação, mas eis algo importante:
  • A igreja de Tessalônica era nova na fé e em sua organização.
  • Paulo não tinha passado muito tempo com eles, mas usou o pouco que tinha para enfatizar o tema da profecia.
  • Especificamente, Paulo ministrou àqueles cristãos primitivos sobre a Segunda Vinda de Cristo, sobre o Anticristo, sobre o Arrebatamento e sobre a Grande Tribulação.
Está na hora de uma checagem da realidade. Esta era uma igreja jovem, certo? Sim. E os crentes enfrentavam perseguição externa e desacordo interno, exatamente como os crentes hoje em dia, certo? Certo. E a congregação estava tentando ministrar conforme as necessidades dos de dentro e dos de fora da fé, certo? Pode apostar que sim.
Então, o que acontece com esta ênfase nas profecias? Não deveria Paulo ter se concentrado na comunidade cristã, no amor de Jesus, no dízimo com responsabilidade e no que significa de fato cuidar e se importar com as pessoas? Vamos pensar bem, será que ele tinha que falar sobre Escatologia? Não é este um assunto periférico, que não é realmente central à nossa fé? Será que ele não deveria ter enfatizado Jesus, já que, de uma maneira ou de outra, tudo gira mesmo em torno de Jesus?
Talvez seja a igreja da atualidade que precise aprender alguma coisa com a igreja dos dias passados. Nossos pastores, mestres e “líderes cristãos” seriam mais sábios se aprendessem a dica que Paulo nos dá. Já está na hora de reintroduzirmos os 25% da Palavra de Deus divinamente inspirada em nossa dieta regular.
Tenho que ser brutalmente honesto aqui. Fico alarmado com a postura da igreja em geral com relação à Palavra Profética de Deus. Em uma demonstração desprezível de 2 Pedro 3.4, a igreja mediana de hoje duvida e faz pouco das doutrinas que Paulo considerava vitais para a fé de um crente e para a saúde da congregação. (“Eles dirão: O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da criação” – 2 Pedro 3.4.)
Descrita em Apocalipse 3.15-20, a Igreja atual está cega para seu próprio prognóstico. Ela se vacinou contra o recebimento da verdade completa, permitindo que somente uma parcela da verdade tenha algum efeito.
Estou preocupado que tenhamos permitido que o bom se torne inimigo do melhor. Para repetir a expressão que usei anteriormente, é comum ouvirmos: “Mas tudo gira mesmo em torno de Jesus”. Este é um raciocínio padrão que muitos repetem como papagaios quando são confrontados por questões espirituais que desafiam suas preferências pessoais e suas zonas de conforto.
Não vou discutir aqui a essência de tal raciocínio, mas vou oferecer uma perspectiva que alguns que são ligeiros para abraçá-lo não consideraram. Em Apocalipse 19.10, lemos: “O testemunho de Jesus é o espírito de profecia”. Vamos dizer isto de outra maneira: a profecia é projetada para revelar a Pessoa e a Divindade completas de nosso Senhor Jesus.
A profecia é projetada para revelar a Pessoa e a Divindade completas de nosso Senhor Jesus.
Este é um problema para qualquer pessoa que justifique colocar as doutrinas proféticas lá atrás para que, em vez de tratar delas, possa “se concentrar em Jesus”. É problemático para tais pessoas dizerem: “Tudo gira mesmo em torno de Jesus”, porque isto as incrimina.
Elas não conseguem maximizar seu relacionamento com Deus quando se recusam a entendê-lO completamente, da maneira que a revelação inteira da Bíblia pretende que o façam. É como termos um bando de “amigos” no Facebook. Dizer que eles são seus amigos dificilmente significa que você compartilha com eles um relacionamento que verdadeiros laços de amizade exigem.
Vou fechar o círculo aqui e terminar. Os 25% das Escrituras que são proféticos revelam de forma inigualável a Pessoa, os planos e o propósito de Jesus Cristo. Como tal, foram divinamente projetados para serem uma parte vital na dieta espiritual do crente. Qualquer outra escolha resulta na desnutrição espiritual e num relacionamento superficial com nosso Senhor e Salvador.
Assim como Paulo percebeu que o relacionamento de uma pessoa com Jesus vai deixar de lado uma grande parte de sua dimensão significativa se os planos futuros dEle e Seu retorno dramático no final dos tempos forem negligenciados, também nós seremos menos eficientes em relação às Boas Novas da salvação se não proclamarmos 100% do testemunho de Jesus. (Steve Schmutzer — www.raptureready.com — chamada.com.br)