Para
muitas pessoas hoje em dia, fazer compras online é a melhor opção. Você não tem
que enfrentar o trânsito nas estradas ou esperar em longas filas. Não há
corredores lotados e a loja nunca fecha. Você pode ligar o computador,
sentar-se, relaxar e fazer compras em seu tempo de lazer.
Atualmente,
você pode comprar online qualquer coisa que quiser, inclusive livros, roupas,
eletrônicos – até mesmo mantimentos. É, isso mesmo, você pode fazer as suas
compras de supermercado online, e o supermercado vai entregá-las diretamente em
sua porta dentro de 24 horas.
A
tecnologia está mudando a forma como fazemos quase tudo. Ela até mesmo está ousando
mudar a moeda que usamos.
A
Bíblia indica que, no final dos tempos, o mundo vai usar uma moeda universal. O
apóstolo João escreveu que, durante a futura Tribulação de sete anos, o
Anticristo:?“A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres
e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre
a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a
marca, o nome da besta ou o número do seu nome. (...) Ora, esse número é
seiscentos e sessenta e seis” (Ap 13.16-18).
João
deve ter perguntado a si mesmo: “Como é que o Anticristo irá exercer controle
internacional e manipular quem compra e vende em uma economia enorme?”. Mas o
que parecia incompreensível no tempo de João tornou-se uma realidade hoje. Os
avanços tecnológicos tornaram o nosso mundo muito menor e mais conectado com o
simples clique de uma tecla de computador.
A
“marca” em Apocalipse 13.16-17
Ela
pode ser interpretada como um selo, um carimbo ou uma gravação de algum tipo,
feita pelo homem. Receber a marca da besta será obrigatório para todos durante
a Tribulação. De acordo com o Apocalipse, a marca possui duas funções:
Identificação:
Ela
identifica as pessoas que mostram lealdade à missão e à obra do Anticristo.
Aqueles com a marca aceitam o objetivo dele de unificar as nações sob sua
administração e de forçar todos a adorá-lo em sua completa arrogância. O
versículo 16 não coloca nenhum limite social ou cultural em quem pode receber a
marca. É para “os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os
escravos”, em todos os lugares. Ninguém ficará isento do plano do Anticristo.
A
marca também comunica a mensagem de completo desligamento de Deus. O Apocalipse
diz que aqueles que recebem a marca estão em rebelião contra o Senhor e
destinados a enfrentar Sua ira (Ap 14.9; Ap 19.20).
Por
outro lado, aqueles que recusarem a marca estarão em perigo de serem
martirizados; mas eles permanecerão em fidelidade a Deus, e sua recompensa é grande:
a vida eterna (Ap 20.4).
Controle:
A
marca da Besta também funciona como uma maneira para o Anticristo controlar
toda a população. A menos que uma pessoa receba a marca, ela será incapaz de
comprar ou vender qualquer coisa no mercado global, o que significa que muitos
provavelmente aceitarão a marca simplesmente para poderem sobreviver. Gerenciar
o que as pessoas compram e vendem em uma escala tão imensa exigiria uma moeda
corrente mundial para monitorar todas as transações.
O
controle social e financeiro dessa magnitude teria sido inconcebível na Roma do
século I. Não obstante, com os desenvolvimentos sociais e financeiros de hoje
na tecnologia, a idéia de controle financeiro mundial é desconfortavelmente
plausível.
Proposição
da ONU
Não
muito tempo depois da recessão dos Estados Unidos que se espalhou globalmente em
2008, a Conferência Sobre Comércio e Desenvolvimento da ONU propôs uma moeda
mundial gerenciada, um “Global Reserve Bank” (Banco Central Global), para
ajudar a sair da dominação do dólar e impedir que uma moeda única afete
negativamente a economia global. O relatório de 218 páginas declara que uma
moeda controlada internacionalmente ajudaria a estabilizar cada país-membro.[1]
A idéia de uma moeda global não está somente nas mentes dos burocratas da ONU,
mas também nas mentes daqueles que chegaram ao ponto de não mais confiar no
sistema bancário em geral.
Veja
o exemplo da “Bitcoin”, uma moeda peer-to-peer* digital criada pelo
desenvolvedor cujo pseudônimo é Satoshi Nakamoto. A moeda altamente controversa
transcende a todos os países, moedas e mercados. Ela carece de regulamentação e
não tem nenhuma necessidade de um banco que atue como mediador.[2]
Quando
quer comprar um produto com Bitcoin, você faz uma transação digitalmente
secreta, com carimbo da data, com a pessoa ou a empresa com quem você está fazendo
negócios. Você e seu computador se tornam o banco. E, como não há banco físico,
Bitcoins são salvos em uma carteira digital que fica em seu computador ou
armazenada na nuvem digital, o que significa que essa moeda reside em um
gigantesco centro de dados em algum lugar no grande desconhecido.
Com
Bitcoin, você e seu computador se tornam o banco.
Qualquer
um pode ser pago, poupar e investir Bitcoins; tudo o que você precisa é um
computador, tablet ou smartphone para se conectar à internet. Como Bitcoin é
uma moeda sem dinheiro, você adquire Bitcoins através de uma troca de produtos,
serviços ou outras moedas. Isso significa que, se você vender um produto ou
prestar serviços, você tem a opção de ser pago em Bitcoins. Você também pode
comprar Bitcoins, pagando com a moeda do seu país, através de uma empresa de
processamento de Bitcoins, como a BitPay.
Orgulhosamente,
este sistema oferece transações anônimas. No entanto, a capacidade de controlar
tal moeda digital para supervisionar compras seria simples de se implantar.
Não
se trata de uma idéia bizarra
Provavelmente,
você está pensando que essa moeda é uma invenção bizarra, vanguardista,
clandestina, que não tem base para se manter. Não é assim. Não fique surpreso
ao saber que Bitcoin é muito mais desenvolvida do que muita gente pode
imaginar.
Para
começar, as grandes corporações amam a taxa de serviço de menos de 1% cobrada
sobre as transações, comparada às taxas de serviço de 2% ou de 3% que as
empresas de cartões de crédito cobram. Além disso, muitas empresas vêem o mundo
se movendo na direção de uma sociedade sem dinheiro e querem estar à frente da
curva na transição das moedas.
Empresas
como a megastore online Overstock.com recentemente começaram a aceitar
pagamentos na forma de Bitcoins. Os Sacramento Kings e os Golden State
Warriors, times da Associação Nacional de Basquetebol dos EUA, com prazer
aceitarão sua moeda digital, e a Tesla Motors, a mais jovem empresa americana
de automóveis, alegremente venderá os seus carros elétricos de 100.000 dólares
em troca dos seus Bitcoins.
BitPay,
uma empresa processadora de Bitcoins com sede em Atlanta, no estado americano
da Georgia, se orgulha por ter mais de 15.000 negociantes em 200 países. E
pensar que, recentemente, em setembro de 2012, a BitPay tinha meros 1.000
negociantes. A BitPay também afirma ter processado a quantidade espantosa de
100 milhões de dólares em transações de Bitcoins peer-to-peer.
A
revista Forbes, uma das principais editoras mundiais de notícias sobre
negócios, apregoa: “Bitcoin começou em 2013 a 13 dólares americanos cada moeda,
para atingir, em 2014, cerca de 800 dólares, com a fascinação mundial
conduzindo a um ganho de 60 vezes”.[3] A taxa extraordinária de crescimento da
Bitcoin provavelmente indica que a moeda não está para desaparecer tão cedo.
John
Dyer, autor de From the Garden to the City: The Redeeming and Corrupting Power
of Technology [Do Jardim à Cidade: O Poder Redentor e Corruptor da
Technologia], diz: “Quando a tecnologia tiver nos distraído tanto a ponto de já
não a examinarmos mais, ela terá a maior oportunidade para nos escravizar”.[4]
Vivemos em uma cultura que mergulha de cabeça na tecnologia, sem jamais avaliar
as conseqüências a longo prazo.
E,
embora Bitcoin possa ou não ser confiável, ou ser a moeda única do mundo no
futuro, ela revela que há uma infraestrutura, um desejo e um mercado para uma
moeda sem dinheiro, digital, global. A pergunta é: “Quem a controlará?”.
(Christopher J. Katulka — Israel My Glory — Chamada.com.br)
*
Peer-to-peer (do inglês par-a-par ou simplesmente ponto-a-ponto, com sigla P2P)
é uma arquitetura de redes de computadores onde cada um dos pontos ou nós da
rede funciona tanto como cliente quanto como servidor, permitindo
compartilhamentos de serviços e dados sem a necessidade de um servidor central.
(Wikipédia)
Christopher
J. Katulka (www.chamada.com.br)
Notas:
Declan McCullagh, “United Nations Proposes
New ‘Global Currency”’, 9 de setembro de 2009, CBS News,
www.tinyurl.com/NewGlobalC.
Bitcoin “quick tour”, www.bitcoin.com.
Samantha Sharf, “$10: One Perspective On
What Bitcoin Will Be Worth In 2014”,?Forbes,?15 de janeiro de 2014,
www.tinyurl.com/bbbitcoinn.
John
Dyer,?From the Garden to the City?(Grand Rapids, MI: Kregel, 2011), 28.