Por que
amamos e apoiamos Israel? A Palavra de Deus nos fornece muito mais do que cinco
razões para ficar do lado do povo judeu, mas vamos focar nossa atenção nas que
consideramos as mais significativas.
Lemos
acerca do centurião de Cafarnaum: “Tendo Jesus concluído todas as suas
palavras dirigidas ao povo, entrou em Cafarnaum. E o servo de um centurião, a
quem este muito estimava, estava doente, quase à morte. Tendo ouvido falar a
respeito de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, pedindo-lhe que viesse
curar o seu servo. Estes, chegando-se a Jesus, com instância lhe suplicaram,
dizendo: Ele é digno de que lhes faças isto, porque é amigo do nosso povo, e
ele mesmo nos edificou a sinagoga. Então, Jesus foi com eles. E, já perto da
casa, o centurião enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes,
porque não sou digno de que entres em minha casa. Por isso, eu mesmo não me
julguei digno de ir ter contigo; porém, manda com uma palavra, e o meu rapaz
será curado. Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados
às minhas ordens, e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e
ao meu servo: faze isto, e ele o faz. Ouvidas estas palavras, admirou-se Jesus
dele e, voltando-se para o povo que o acompanhava, disse: Afirmo-vos que nem
mesmo em Israel achei fé como esta. E, voltando para casa os que foram
enviados, encontraram curado o servo” (Lc 7.1-10).
O
testemunho impressionante e unânime acerca desse centurião romano e de seu
comportamento foi considerado singular por Jesus. O status social e a profissão
desse homem não o impediam de acolher Israel de forma especial em seu coração.
Obviamente essa era apenas uma conseqüência de sua convicção interior de que o
Deus de Israel era o Deus verdadeiro. Esse homem vivia e trabalhava em Israel e
observava o povo, sua cultura e sua religião. O fato de ele ter mandado chamar
Jesus em uma situação de angústia apenas comprova que o Espírito Santo também
trabalhava nos corações de não-judeus, iluminando e conduzindo-os a Cristo.
Mesmo os soldados durões e experimentados que crucificaram e vigiaram Jesus
reconheceram nEle alguém extraordinário: “O centurião e os que com ele
guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos
de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus” (Mt 27.54).
Em Atos
dos Apóstolos, alguns anos depois de Pentecostes, encontramos o relato
detalhado da conversão de Cornélio. Através da direção especial de Deus, o
apóstolo Pedro foi enviado até esse centurião romano em Cesaréia. Ele também
proclamava abertamente, junto com toda a sua casa, sua cordial simpatia pelo
povo judeu. Dava muitas esmolas e orava a Deus “de contínuo” (At 10.2).
Pedro, especialmente autorizado, abriu ali a porta para os gentios, e então
podemos ler acerca da primeira conversão real de um gentio a Cristo na era da
Igreja. Nesse evento, o amor por Israel é mencionado e salientado bem
claramente. Hoje isso nos desafia a pensar mais profundamente sobre o assunto.
1. Jesus descende de Israel
Em
Apocalipse 5.5 somos mais uma vez confrontados com a identidade de Jesus:
“...eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu...”
Não é em vão que encontramos na Bíblia muitas
genealogias cuidadosamente registradas, que retrocedem milhares de anos até
Adão. Isso é único entre todas as nações do mundo. E essas genealogias permitem
pesquisar a ascendência de Jesus. Logo no início do Novo Testamento, no
Evangelho de Mateus, José, o marido de Maria, é listado como descendente de
Davi. Sua linhagem passa pelo filho de Davi, o rei Salomão, e começa com
Abraão. Em Lucas 3.23-38 a genealogia começa com José, filho de Eli, e não como
em Mateus 1.16, onde ele é “filho de Jacó”. Ele se tornou “Filho de Eli”
(genro) por meio de seu casamento com Maria. E essa linhagem passa por Natã,
mais um filho de Davi, pelo próprio Davi até chegar a Adão, documentando a
origem de Maria como “filha de Davi”. Esses são fatos inegáveis. Assim, as
tentativas de negar a origem judaica de Jesus Cristo durante o domínio nazista
eram ridículas. Mas, em nossos dias também se ouvem teses semelhantes da parte
de líderes palestinos e islâmicos, que revisam a História e tentam converter
Abraão ao islamismo mesmo 4.000 anos depois de sua morte e procuram fazer de
Jesus um palestino. Paulo confirma: “com respeito a seu Filho, o qual,
segundo a carne, veio da descendência de Davi” (Rm 1.3). E em Romanos 9.5
ele fala dos judeus: “deles são os patriarcas, e também deles descende o
Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre.
Amém!”.
A vida de Jesus transcorreu em lugares e lugarejos
que, em sua maioria, podem ser facilmente identificados e localizados em
Israel: Belém, o rio Jordão, Nazaré, Cafarnaum, Tabgha (lugar da multiplicação
dos pães e peixes), Jerusalém e o monte das Oliveiras, o tanque de Betesda e o
recém descoberto tanque de Siloé, o monte do Templo, o vale de Cedrom e, do
outro lado, a cidadezinha de Betânia. Nos últimos anos foram descobertas
algumas pedreiras antigas em Jerusalém, de onde o rei Herodes mandou quebrar as
enormes pedras, típicas de suas construções e usadas na majestosa restauração
do Templo judeu. E depois de décadas de busca, o arqueólogo judeu Ehud Netzer
descobriu o sepulcro de Herodes no lado sul do Herodium, o monte artificial
localizado ao sul de Jerusalém e Belém. Toda essa área fazia parte da antiga
região pertencente às dez tribos de Israel.
Em Apocalipse 5.5 somos mais uma vez confrontados
com a identidade de Jesus: “...eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de
Davi, venceu...”
Saber que Jesus foi um judeu legítimo, que viveu e
ministrou em Israel, não seria razão mais do que suficiente para amar esse
povo?
2. Toda a Bíblia vem de Israel
“Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a
vantagem da circuncisão? Muita, sob todos os aspectos. principalmente porque
aos judeus foram confiados os oráculos de Deus” (Rm 3.1-2). Na Carta aos
Romanos, tão rica em ensinamentos e tão fundamental à fé cristã, Paulo enfatiza
a exclusividade de Israel como detentor e veículo da revelação do único Deus
verdadeiro, mesmo na era da Igreja. O próprio Jesus testificou à samaritana no
poço de Jacó: “Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que
conhecemos, porque a salvação vem dos judeus” (Jo 4.22). O próprio Deus
estabeleceu que assim fosse, e a nós só cabe aceitá-lo ou rejeitá-lo. O
escritor da Carta aos Hebreus traça a linha que conecta os profetas do Antigo
Testamento com a revelação divina definitiva em Jesus e por meio de Jesus: “Havendo
Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho...” (Hb 1.12a). Mesmo
que os teólogos modernos e os ateus tentem provar o contrário – o testemunho do
apóstolo Pedro sublinha a veracidade das Sagradas Escrituras: “sabendo,
primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular
elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana;
entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito
Santo” (2 Pe 1.20-21). Não esqueçamos: todos esses homens santos eram de
Israel, eram judeus (exceto Lucas).
É a Bíblia que contém informações tão
particularmente importantes, sem as quais interpretaríamos todo o nosso mundo
de forma incorreta e estaríamos perdidos em meio às religiões, filosofias e ao
intelectualismo que nos rodeia. Ela fala claramente acerca da origem da terra e
de todo o Universo: “porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o
mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor
abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êx 20.21). “Graças te dou,
visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são
admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl 139.14). “Porque os
atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua
própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo
percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso,
indesculpáveis” (Rm 1.20). Essas declarações nos provocam e nos desafiam a
tomar posição. No decorrer dos milênios, declarações assim causaram
perseguições cruéis e discriminação de judeus e cristãos. Mas continuará a ser
verdade para sempre: “Porque todos os deuses dos povos são ídolos; o Senhor,
porém, fez os céus” (1 Cr 16.26).
Por isso, está em curso uma grande guerra para
apagar essa clara luz que vem da Bíblia via Israel, para riscar Israel do mapa
e para intimidar e desanimar os cristãos. Mas, no final, o que está em jogo é a
perdição eterna ou a salvação eterna: “como escaparemos nós, se
negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente
pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus
testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por
distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade” (Hb 2.3-4). Essa
confirmação especial por meio de milagres, sinais e distribuições especiais do
Espírito Santo aconteceu por intermédio dos apóstolos judeus em Israel e nos
arredores. O próprio Jesus, depois de Sua ressurreição, salientou a veracidade
e a precisão profética dos “oráculos de Deus”: “A seguir, Jesus lhes disse:
São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se
cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos
Salmos. Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e
lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dos
mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para
remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lc 24.44-47).
Isso significa que um fio condutor se estende desde Adão e Eva, vai passando
por toda a Bíblia, indicando a Cristo e conduzindo a Jesus: “Examinais as
Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que
testificam de mim” (Jo 5.39).
3. Os judeus – uma prova da existência de Deus
Apesar de
tudo o que Israel fez, Deus não o rejeitará. “Assim diz o Senhor: Se puderdes
invalidar a minha aliança com o dia e a minha aliança com a noite, de tal modo
que não haja nem dia nem noite a seu tempo, poder-se-á também invalidar a minha
aliança com Davi, meu servo...” (Jr 33.20-21).
“Pois assim diz o Senhor dos Exércitos: Para
obter ele a glória, enviou-me às nações que vos despojaram; porque aquele que
tocar em vós toca na menina do seu olho” (Zc 2.8). A maioria das traduções
bíblicas diz que aqui se trata da menina do olho de Deus. Isso significa que
Israel tem uma posição especialmente escolhida diante de Deus. Até o mago e
sacerdote pagão Balaão foi obrigado a reconhecer esse fato. Ele havia sido
incumbido de amaldiçoar Israel pelo rei moabita Balaque. Balaão declarou: “Como
posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como posso denunciar a quem Deus
não denunciou? Pois do cimo das penhas vejo Israel e dos outeiros o contemplo:
eis que é povo que habita só e não será reputado entre as nações” (Nm 23.8-9).
Alguns versículos adiante, Balaão revela ainda mais: “Eis que para abençoar
recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar. Não viu iniqüidade em Jacó,
nem contemplou desventura em Israel; o Senhor, seu Deus, está com ele, no meio
dele se ouvem aclamações ao seu Rei. Deus os tirou do Egito; as forças dele são
como as do boi selvagem. Pois contra Jacó não vale encantamento, nem
adivinhação contra Israel; agora, se poderá dizer de Jacó e de Israel: Que
coisas tem feito Deus!” (vv.20-23). Em outras passagens bíblicas lemos que
a situação de Israel daquela época nem era tão boa assim. Mas o amor de Deus
cobria tudo, Ele “não viu iniqüidade em Jacó, nem contemplou desventura em
Israel”. No Novo Testamento encontramos algo semelhante em Efésios 5.27: “para
a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, porém santa e sem defeito”. Por meio do sacrifício perfeito de
Jesus, segundo nossa posição nEle, podemos estar perfeitos diante de Deus,
mesmo que nossa situação geralmente seja outra.
Infelizmente, muitos cristãos não ouvem falar nada
de bom sobre Israel em suas igrejas. A fidelidade de Deus e Suas promessas para
Israel são deixadas de lado. Mas então, como interpretar versículos como estes:
“Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e
às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas;
Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim,
diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante
de mim para sempre. Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em
cima e sondados os fundamentos da terra cá embaixo, também eu rejeitarei toda a
descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o Senhor. Eis que vêm
dias, diz o Senhor, em que esta cidade será reedificada para o Senhor, desde a
Torre de Hananel até à porta da Esquina. Assim diz o Senhor: Se puderem ser
medidos os céus lá em cima e sondados os fundamentos da terra cá embaixo,
também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram,
diz o Senhor” (Jr 31.35-37). A lógica é bem simples: apesar de tudo o que
Israel fez, Deus não o rejeitará. E para que tenhamos absoluta certeza, Ele
chega a colocar em jogo as grandezas e as ordens cósmicas! “Assim diz o
Senhor: Se puderdes invalidar a minha aliança com o dia e a minha aliança com a
noite, de tal modo que não haja nem dia nem noite a seu tempo, poder-se-á
também invalidar a minha aliança com Davi, meu servo...” (Jr 33.20-21).
Enquanto o homem não puder lançar o sol e os planetas para fora de suas
órbitas, o plano especial de Deus com Israel manterá sua validade. Jesus é
fiador dessa garantia: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem
que tudo isto aconteça” (Mt 24.34). Esta geração, esta linhagem
dos judeus não se extinguirá sem que Deus cumpra todos as promessas que lhes
fez.
Simplesmente é parte da estratégia divina e de Seu
plano de salvação escolher um povo como instrumento especial: “Não vos teve
o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que
qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos” (Dt 7.7). A Igreja do
Novo Testamento é descrita de forma semelhante: “Deus escolheu as coisas
humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada
as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Co
1.28-29).
No decorrer dos séculos, percebemos a fidelidade e
a bondade de Deus para com o povo de Israel. Muitas vezes Ele impediu que
Israel fosse completamente exterminado: pelo Faraó egípcio, por Balaão, por
Hamã no tempo da rainha Ester, pelos romanos, pela Inquisição católica, pela
Alemanha nazista e pelo islã. E no final Ele também impedirá que Israel venha a
ser aniquilado pelo Anticristo. Deus interferiu repetidamente e continuará
interferindo em favor de Seu povo Israel. Toda a História desse povo, tanto em
seus aspectos negativos como positivos, é uma prova inequívoca da existência de
Deus!
4. Israel é o ponteiro no relógio mundial de Deus
Não tenhamos ilusões: vivemos em um mundo perdido.
Segundo o “calendário profético”, os tempos das nações se encaminham para seu
final.
“Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai
nas terras longínquas do mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o
congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho” (Jr 31.10).
Baseados na profecia bíblica sabemos que o reaparecimento de Israel no cenário
político mundial dá a largada para os juízos apocalípticos sobre o mundo todo.
Hoje quase ninguém mais defende o direito de Israel à sua antiga pátria, já que
esse direito está intrinsecamente ligado com a Bíblia e com o Deus de Israel. O
último bastião que resta são os cristãos bíblicos. E mesmo em seu meio é triste
observar que muitos estão inseguros porque dão ouvidos a teorias conspiratórias
e nutrem um ilusório anseio amilenista. Este último é um efeito colateral
negativo da Reforma Protestante de 500 anos atrás, quando a Igreja foi colocada
no lugar de Israel.
Em todo o conflito no Oriente Médio, o que está em
jogo mesmo é o conflito entre o islã e a Sagrada Escritura. Uma vez que tanto
judeus como cristãos estão ligados à Bíblia, nesse confronto estamos juntos no
mesmo barco. No profeta Isaías vemos o mundo todo sendo avisado: “Eis que eu
farei de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor...” (Zc
12.2). Jerusalém dividirá as opiniões, e o mundo cada vez mais ímpio
prefere simpatizar com os palestinos do que com os judeus. Nesse contexto,
especialmente no mundo islâmico vivenciamos cada vez mais o que diz o Salmo
83.4: “Dizem: Vinde, risquemo-los de entre as nações; e não haja mais
memória do nome de Israel”.
Como cristãos que querem se manter fiéis à Bíblia,
somos vigilantes e reconhecemos o aspecto judaico do Armagedom apocalíptico: “Eis
que, naqueles dias e naquele tempo, em que mudarei a sorte de Judá e de
Jerusalém, congregarei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá; e
ali entrarei em juízo contra elas por causa do meu povo e da minha herança,
Israel, a quem elas espalharam entre os povos, repartindo a minha herança entre
si” (Jl 3.1-2). A política global da ONU em relação a Israel e aos cristãos
é descrita acertadamente no Salmo 2: “Por que se enfurecem os gentios e os
povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam e os príncipes
conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido...” (vv.1-2). O mundo está
se tornando cada vez mais anti-semita e anticristão. Nossas tão valorizadas
democracias ocidentais começaram a criminalizar e classificar os crentes
verdadeiros como perigosos. A isso soma-se uma tolerância doentia em nome da
não-discriminação bem como uma imoralidade vergonhosa, que beira a perversão. A
sociedade de consumo está disposta a pagar um alto preço pela garantia de uma
vida confortável, mas está podre como uma fruta prestes a cair do pé. Sem o
temor de Deus, as antigas e abençoadas democracias cristãs transmutam-se, pela
aterradora decadência de seus valores e pela perda de suas virtudes, em uma
Babilônia madura para o juízo, com o prenome de Sodoma. Ulrich W. Sahm aponta
conexões interessantes em relação às revoltas no mundo árabe: “O pequeno Satã
chamado Israel até hoje havia sido um baluarte que, com sua luta contra os
islâmicos, protegia também a Europa. Agora existe a ameaça de um cenário
imprevisível...” Quanto mais a Europa e, em parte os Estados Unidos, se
distanciarem de Israel, mais as coisas irão ladeira abaixo – de uma crise a
outra, de uma catástrofe natural a outra e de um ataque criminoso a coisas cada
vez piores! Até...
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este
mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento
em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios” (Rm
11.25). A salvação de pessoas através da proclamação mundial do Evangelho
está entrelaçada com a restauração espiritual de Israel.
“Cairão ao fio da espada e serão levados cativos
para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem,
Jerusalém será pisada por eles” (Lc 21.24). Jerusalém serve de parâmetro no
fim dos tempos. Uma vez que Israel, há 63 anos, já se encontra novamente no rol
de nações, a pressão inimiga cresce mais e mais. Até no governo israelense
ouvem-se vozes afirmando que o Estado de Israel jamais se sentiu tão ameaçado
como atualmente. Todos os levantes e revoltas populares em diversos países
árabes poderiam ser um tiro pela culatra, transformando-se em uma grande
explosão contra Israel. Não tenhamos ilusões: vivemos em um mundo perdido.
Segundo o “calendário profético”, os tempos das nações se encaminham para seu
final.
“Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me
vereis, até que venhais a dizer: bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mt
23.39). Em meio a todos os processos e desenvolvimentos em andamento e em
meio a todos os focos de perigo, Israel será dirigido inexoravelmente a uma
situação tão sem saída que somente lhe restará clamar pela intervenção divina.
5. O futuro da Igreja está intimamente ligado ao
futuro de Israel
É muito significativo que a volta de Cristo esteja
relacionada a um local bem concreto: o monte das Oliveiras em Jerusalém. Por
que justamente Jerusalém, já que, segundo a opinião de muitas denominações e
igrejas cristãs, Deus não tem nenhum plano especial com Israel no futuro?
É muito significativo que a volta de Cristo esteja
relacionada a um local bem concreto: o monte das Oliveiras em Jerusalém. Por
que justamente Jerusalém, já que, segundo a opinião de muitas denominações e
igrejas cristãs, Deus não tem nenhum plano especial com Israel no futuro?
Em Atos dos Apóstolos lemos os anjos dizendo aos
discípulos: “Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse
Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir.
Então, voltaram para Jerusalém, do monte chamado Olival, que dista daquela
cidade tanto como a jornada de um sábado” (At 1.11-12). E o profeta
Zacarias explica: “Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das
Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das Oliveiras
será fendido pelo meio... então, virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos com
ele” (Zc 14.4-5). Juntamente com todos os santos do Antigo Testamento
seremos levados pelo Senhor dos Senhores ao monte das Oliveiras em Jerusalém,
em Israel.
No final do último livro do Novo Testamento, a
Jerusalém celestial desce do céu à terra: “Tinha grande e alta muralha, doze
portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são
os nomes das doze tribos dos filhos de Israel” (Ap 21.12). Portanto, também
no Novo Testamento somos lembrados de que os nomes das doze tribos de Israel
estarão gravados nos portões da cidade divina, juntamente com os nomes dos doze
apóstolos de Israel: “A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam
sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Ap 21.14). Esse
é o cumprimento da promessa feita por meio do profeta Isaías: “Porque, como
os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o
Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (Is 66.22).
Isaías não fala da Igreja; ele está falando do futuro de Israel – o que
qualquer leitor “comum” da Bíblia compreenderá, bastando ler o contexto.
“Nos últimos dias, acontecerá que o monte da
Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os
outeiros, e para ele afluirão todos os povos. Irão muitas nações e dirão:
Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à casa do Deus de Jacó, para que nos
ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a
lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém” (Is 2.2-4). Que visão grandiosa
do reino de paz – que terá sua sede em Jerusalém, no monte Sião!
“E para o nosso Deus os constituíste reino e
sacerdotes; e reinarão sobre a terra” (Ap 5.10). Aqui são mencionados os
salvos bem como seu futuro ministério, que partirá de Sião. Por isso, crentes
realmente fiéis à Palavra também são sionistas cristãos, uma vez que sua visão
profética é acurada e porque eles crêem no futuro reino de paz. Eles defendem
Israel e seu direito à terra que Deus lhe prometeu, defendem seu direito à sua
pátria, à Terra de Israel. E os palestinos e não-judeus que hoje vivem lá?
Nessa questão a Palavra do Senhor é bem clara e indica o rumo que as coisas
tomarão: “Assim diz o Senhor acerca de todos os meus maus vizinhos, que se
apoderaram da minha herança, que deixei ao meu povo Israel: Eis que os
arrancarei da sua terra e a casa de Judá arrancarei do meio deles. E será que,
depois de os haver arrancado, tornarei a compadecer-me deles e os farei voltar,
cada um à sua herança, cada um à sua terra. Se diligentemente aprenderem os
caminhos do meu povo, jurando pelo meu nome: Tão certo como vive o Senhor, como
ensinaram o meu povo a jurar por Baal, então, serão edificados no meio do meu
povo. Mas, se não quiserem ouvir, arrancarei tal nação, arrancá-la-ei e a farei
perecer, diz o Senhor” (Jr 12.14-17). Isso significa a opção deles entre
integração pacífica ou juízo divino, desqualificando a si mesmos por se tornarem
inimigos de Israel.
Orientação pessoal
É uma pena, é muito trágico ver cada vez menos
cristãos posicionando-se em favor de Israel. Assumir seu apoio a Israel
significa nadar contra a correnteza. Significa nadar contra a tendência geral,
que é imposta pela mídia. Como cristãos, devemos estar bem informados sobre o
que acontece no mundo, sabendo dos processos e desenvolvimentos em curso para
não sermos atropelados pelos acontecimentos. Os tempos finais se caracterizam
tanto pelo engano como pela sonolência espiritual. “Ora, ao começarem estas
coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a nossa redenção se
aproxima” (Lc 21.28). O próprio Senhor exorta-nos a prestar atenção a
“estas coisas” – como prestamos atenção às luzes de alerta no painel do carro.
“O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos
afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes... E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome,
com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? Então, lhes
responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um
destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer” (Mt 25.40,44-45). Aqui
o Senhor não passa a pregar repentinamente um Evangelho social mas refere-se à
postura das pessoas em relação aos judeus. Etnicamente, sem dúvida os judeus
são irmãos de Jesus. Então devemos nos perguntar: Será que eventualmente somos
anti-semitas cristãos? Paulo exortou os cristãos de Roma da época: “não te
glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que
sustentas a raiz, mas a raiz, a ti” (Rm 11.18). Os ramos naturais aqui
mencionados são os judeus. A tradução bíblica espanhola La Biblia de las
Americas diz que não devemos ser arrogantes em relação aos judeus e
Israel. Devemos ser humildes, compreensivos e amáveis.
As cinco razões que acabamos de expor deveriam nos
incentivar a amar e defender Israel, pregando sobre seu futuro e orando pelo
povo de Deus. E já que ainda podemos viver e trabalhar por Jesus nesta era da
graça, oremos por Israel e por seus inimigos, desejando de todo o coração que
muitos ainda aceitem a Cristo antes que seja tarde demais.
Repetindo
1. Jesus foi, é e continuará sendo judeu (o Leão da
tribo de Judá).
2. Toda a nossa Bíblia é judaica.
3. Os judeus são uma impressionante prova da
existência de Deus.
4. Israel é o ponteiro no relógio mundial de Deus.
5. Nosso futuro está intimamente ligado ao futuro
de Israel.
Por isso, nós da Chamada da Meia-Noite e da
Beth-Shalom apoiamos Israel em projetos concretos, mostrando nossa
solidariedade por meio de viagens a Israel e buscando o contato com judeus para
levar-lhes o Evangelho. A Palavra de Deus diz: “Orai pela paz de Jerusalém!
Sejam prósperos os que te amam” (Sl 12.6). (Reinhold Federolf - http://www.chamada.com.br)
Reinhold Federolf é missionário alemão, artista gráfico e
palestrante. Trabalha com a Obra Missionária Chamada da Meia-Noite há 30 anos
no Brasil, fazendo parte de sua diretoria. Ele viaja por todo o Brasil, com um
grande ônibus-trailer, o VERBUS, representando a missão, palestrando nas mais
diversas igrejas e divulgando a literatura cristã. Reinhold desenvolveu em seu
ministério a pregação audiovisual que tem sido uma bênção para muitos.
Maravilhoso tema, esquecidos por muitos nos dias de hoje. A orientação do Apostolo Paulo que pediu aos Santos que sempre ore por Israel e para quem tenha paz em Israel. Eles são os ramos principal da Oliveira e nós o umbuzeiros enxertados. A paz do Senhor Jesus Possa alcançar a Israel.
ResponderExcluirPrezado, Marcos.
ResponderExcluirAgradeço por seu comentário que só vem enriquecer esse blog e animar este simples servo do Senhor.
Shalom!