Esta é uma mensagem para pessoas como
você, que aprecia uma boa leitura e gosta de refletir sobre a vida. Os poetas,
pensadores e escritores cantam e decantam a existência de modo subjetivo.
Muitos são levados por seus pensamentos e influenciados por suas
conjecturas. É comum reproduzir e disseminar pensamentos e valores sem
exercer uma reflexão crítica de conteúdos que cristalizam paradigmas de
verdades absolutas.
Leia esse texto. Medite. Tenha suas
próprias convicções.
Norbert Lieth
Um filósofo dedica sua vida a ampliar seu conhecimento acerca do ser, a
descobrir os princípios da existência, aquilo que não passa e o que é eterno,
para chegar, finalmente, a mais triste das conclusões: “A vida não tem
sentido”.
O Zürcher Landzeitung (um jornal de Zurique, Suíça) publicou
algumas afirmações do filósofo francês Claude Lévi-Strauss, que completou 100
anos em novembro de 2008:
“Estou firmemente convicto de que a vida não tem sentido, que nada tem
sentido”, disse Lévi-Strauss à revista Cícero. De todas as religiões,
ele declarou sentir afinidades apenas com o budismo. “Por um lado, porque não
tem um Deus pessoal, por outro, porque admite que nada tem sentido, que a
verdade última está na ausência de sentido, no não-sentido. É esse tipo de fé
que consigo aceitar sem pestanejar... Confesso que a idéia de passar para o
nada não me agrada, mas também não me inquieta...” [1]
Quer dizer que o sentido está na ausência de sentido (ou não-sentido)? É
compreensível que, então, tudo perde o sentido e se torna sem sentido. Desse
modo, essa é a única conclusão plausível. O alvo do budismo é o Nirvana, a
total não-existência. Isso não é esperança, e não foi para isso que recebemos a
vida.
A filosofia é descrita como “amor à sabedoria”. Novecentos anos antes de
Cristo já viveu um “filósofo” verdadeiro, que era cheio da sabedoria de Deus.
Ele meditou sobre a vida e seu sentido, e anotou seus pensamentos a respeito.
Estamos falando de Salomão. Suas anotações estão no livro de Eclesiastes. Ele
concluiu que a vida é vazia de sentido quando Aquele que lhe dá sentido – Deus
– não estiver presente nela.
“Eu, o Pregador, venho sendo rei de Israel, em Jerusalém. Apliquei o
coração a esquadrinhar e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede
debaixo do céu; este enfadonho trabalho impôs Deus aos filhos dos homens, para
nele os afligir” (Eclesiastes 1.12-13).
De fato, qualquer filosofia que exclua Deus parece um esforço enfadonho,
que nunca levará a um resultado que tenha sentido. Por isso, o Pregador também
escreve: “Todas as coisas são canseiras tais, que ninguém as pode exprimir;
os olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir” (Eclesiastes
1.8). A filosofia nunca conseguirá exaurir em palavras aquilo que Deus
criou: os princípios, as causas e elementos de todas as coisas, o passageiro e
o eterno. A razão da vida só pode ser encontrada nAquele que é o sentido da
vida, Jesus Cristo. Somente nEle encontramos resposta para a origem, a
finalidade e o alvo da existência.
O rei Salomão possuía poder e era infinitamente rico, sua influência
estendia-se por toda terra daquela época, sua inteligência e sabedoria eram
inigualáveis e seu sucesso era ilimitado. Ele conseguia tudo o que desejava.
Outros governantes o admiravam e eram fascinados pela sua sabedoria e pela
extensão do seu reino. O mundo estava aos seus pés e todas as portas se abriam
para ele. Mas uma coisa ele tinha perdido: o seu relacionamento com Deus, que
lhe tinha dado tudo. Salomão chegou a um ponto em que reconheceu que todos os
objetivos alcançados em sua vida não faziam mais sentido quando o Deus da vida
não fazia mais parte deles: “Que proveito tem o homem de todo o seu
trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?” (Eclesiastes 1.3).
O próprio Salomão transforma-se no exemplo clássico de uma vida em que
tudo existe em abundância e tudo é experimentado, mas que ainda assim não vale
a pena por não estar preenchida com o Senhor da vida. Ao ler o livro de
Eclesiastes, conseguimos entrever tudo o que ele tentou e experimentou, apenas
para repetidamente testemunhar que tudo era vaidade e correr atrás do vento,
que todo o esforço era inútil e que nada permanece. Qualquer coisa que ele
tenha tentado veio acompanhada dessa conclusão (Eclesiastes 1.14).
Salomão aumentou sua sabedoria e seu conhecimento de forma consciente e
também viu abundância deles em outras pessoas (Eclesiastes 1.16-18). Ele
experimentou alegria, desfrutou da vida e fez grandes obras. Ele sabia aproveitar
as coisas boas, construiu casas e plantou vinhedos, jardins e parques. Não lhe
faltaram serviçais, rebanhos de gado ou ouro e prata. Havia passatempos e
descanso em medida suficiente. Salomão tinha muitas mulheres; ele tornou-se
cada vez mais poderoso e não negou qualquer vontade ao seu coração. Mas
novamente ele concluiu: “Considerei todas as obras que fizeram as minhas
mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo
era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol”
(Eclesiastes 2.11).
Tantas
decepções após desfrutar da vida fizeram com que Salomão ficasse enfadado. Ele
resignou, desesperou, ficou deprimido e não conseguia mais dormir: “Pelo que
aborreci a vida...” (Eclesiastes 2.17). “Também aborreci todo o meu
trabalho...” (Eclesiastes 2.18). “Então, me empenhei por que o coração se
desesperasse...” (Eclesiastes 2.20). “Porque todos os seus dias são dores, e o
seu trabalho, desgosto; até de noite não descansa o seu coração; também isto é
vaidade” (Eclesiastes 2.23).
Mas Salomão não parou por aí. Ele lembrou-se novamente do Senhor: “Tudo
fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do
homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até
ao fim” (Eclesiastes 3.11).
Há algo no coração que muitas pessoas tentam sufocar, amontoando outras
coisas por cima. É a consciência da eternidade! Nada consegue apagar totalmente
essa consciência, nem a teoria da evolução, nem as ofertas do mundo, nenhuma
filosofia, nem mesmo o ateísmo. Justamente essa “insegurança”, essa meditação
sobre a eternidade, é uma prova dessa mesma eternidade e da existência de Deus,
e também de que há um sentido mais profundo em nossa vida. O homem precisa do
Deus eterno. Se não, por que tudo perderia o sentido sem Ele? Porque Ele é a
resposta, a plenitude e o amor completo. Por isso, no final do livro Salomão
chega à seguinte conclusão: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a
Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque
Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer
sejam boas, quer sejam más” (Eclesiastes 12.13-14).
A vida só terá sentido completo quando encontrarmos a Deus. Sem Ele
sempre ficará faltando algo. O Deus verdadeiro, que gravou a Sua eternidade em
nossos corações, revelou-Se em e por meio de Jesus Cristo. Jesus cumpriu todos
os mandamentos de Deus de forma completa. Por isso, todo aquele que se volta
para o Senhor é completamente justificado. O homem não poderá realizar nenhuma
obra melhor, nenhum mandamento maior do que crer em Jesus Cristo.
“Dirigiram-se, pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as
obras de Deus? Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele
que por ele foi enviado” (João 6.28-29).
Quem se entrega confiantemente ao Senhor da vida terá sua existência
preenchida com sentido e valor, não precisa continuar buscando sem descanso,
não precisa resignar, decepcionado e cansado da vida. Ele terá encontrado o
sentido de sua existência e viverá por toda a eternidade. Todo ser humano vive
impotente debaixo do sol, mas um verdadeiro Homem e verdadeiro Deus vive
onipotente acima do sol: Jesus Cristo. Entregue sua vida a Ele!
Nota:
1. Zürcher Landzeitung, “A vida não tem sentido”, 24/7/2008.
Excelente artigo de Norbert Lieth
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