segunda-feira, 26 de abril de 2021

Fim do Mundo?


 

SERÁ O FIM DO MUNDO QUE CONHECEMOS?

Aumenta o número de rabinos que falam abertamente sobre o fim dos tempos e da iminente chegada do Messias. Alguns vão além do alvo com suas especulações, outros mencionam fontes antigas.

No final do mês de julho, havia mais de 68 700 casos de israelenses contaminados com o novo coronavírus (35 500 já recuperados), sendo que 497 já haviam falecido. Comparativamente, trata-se do 65º lugar no índice de mortalidade a nível mundial, abaixo da média mundial. No site Worldometers é possível acompanhar a propagação do vírus. Em Israel ocorreram apenas 54 vítimas fatais por um milhão de pessoas. O Brasil, com seus cerca de 210 milhões de habitantes, apresenta 424 mortes por um milhão de pessoas (/mi). Outros países, por exemplo, apresentam as seguintes taxas: Alemanha (110/mi), Suécia (567/mi), Dinamarca (106/mi) e Espanha (608/mi).[1]

O vírus causou a destruição da economia local. Há um milhão de israelenses desempregados. A sociedade israelense encontra-se num modo sabático como nunca houve anteriormente. A maioria entre o povo teme pelos dias após a crise da pandemia. Como o povo conseguirá sobreviver a isso?

Os sinais dos tempos


Alguns religiosos em Israel, entre eles o ministro da Saúde, Yaakov Litzman, opinam que o caos e o sofrimento causados pelo Covid-19 são um sinal para a iminente vinda do Messias. Em uma entrevista, perguntaram a Litzman se as restrições para evitar a propagação do Covid-19 seriam suspensas após a festa da Páscoa. Sua resposta: “Tenho certeza de que o Messias virá na festa da Páscoa e trará cura e salvação, do mesmo modo como Deus nos salvou durante o Êxodo e nós fomos libertos. O Messias virá e salvará a todos nós”.

Infelizmente podemos afirmar, com toda certeza, de que as esperanças do ministro da Saúde não se confirmaram. O Messias não apareceu e, diante do ainda drástico crescimento do número de infectados, podemos deduzir que ainda não ocorreu a esperada cura na Páscoa. Para piorar ainda mais, o próprio ministro da Saúde foi afetado. Diante de sua infecção, ele imediatamente determinou a quarentena para o primeiro-ministro Netanyahu, com o qual ele manteve atividades em conjunto. “O senhor Litzman nos disse que o Messias nos salvaria do coronavírus. Como psiquiatra, eu já internei pessoas que fizeram declarações menos significativas do que essa”, foi o comentário rude do famoso neurocientista e professor Yoram Yovell.

Netanyahu: tenham confiança!


Parece ser mais importante do que nunca, em nossos dias, não colocar nossa confiança em pessoas, mas em Deus e, assim, não perder nossas esperanças. Não sabemos quando virá nosso Redentor, sabemos apenas que os sinais dos tempos apontam para a sua vinda e que os tempos estão justamente mudando.

“Cidadãos israelenses, vocês estão em meio a uma grande mudança, realmente uma grande mudança”, reforçou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. “Tenho certeza de uma coisa somente: que, com a ajuda de Deus, poderemos conjuntamente superar essa crise.” Ele conclamou que, com emunah [fé], se mantenha um corpo saudável e uma alma saudável.

As dores de parto do Messias


Lancemos um olhar sobre o que famosos sábios judeus disseram sobre as “dores de parto do Messias” (Chevlei Mashiach), já que as mais de 670 mil vítimas fatais ao redor do mundo e os mais de 17 milhões de infectados podem ser considerados como dores de parto. Um renomado sábio judeu é o rabino Zamir Cohen, o líder da organização judaica Hidabroot.

O rabino Cohen diz que a salvação poderá ocorrer de duas maneiras. Uma possibilidade seria que o povo israelense fizesse penitência e então a salvação ocorreria pacífica e suavemente. O outro caminho para a salvação seria por meio de guerras e muito sofrimento, quando a atual ordem mundial se dissolver.

O Talmude (Toldos 139a; 140a; Shemot 10a) diz que, no fim dos dias, “não haverá diferença entre este mundo e os dias do Messias, exceto a opressão dos povos”. O livro de Daniel diz sobre o fim dos dias: “Será um tempo de muitas dificuldades, como nunca se viu antes”.

A guerra entre Gogue e Magogue já começou?


A guerra entre Gogue e Magogue faz parte das profecias de Ezequiel (cap. 38) sobre o fim dos tempos. O famoso rabino Chafetz Chaim (Yisrael Meir Kagan), falecido em 1933, falou de uma guerra tripla em relação a Gogue e Magogue. A Primeira Guerra Mundial seria a primeira etapa. Chaim previu com certeza que haveria uma nova guerra mundial em 25 anos, que seria ainda mais destruidora. Então, muitos anos depois, haveria uma terceira guerra entre o mundo cristão e o mundo árabe. Esta fase da guerra entre Gogue e Magogue iniciaria no Hoshaná Rabá, o sétimo dia da festa das Cabanas.

Após o dia 11 de setembro de 2001, os EUA formaram uma coalizão para derrotar a Al-Qaeda e os Talibãs no Afeganistão. O ataque no Hoshaná Rabá começou em 2001, e a guerra perdura até hoje. Ela destruiu vários países árabes hostis, tanto ao Israel antigo como ao moderno.

A chamada “Primavera Árabe” na verdade foi um inverno islâmico, pois os islamitas tentaram assumir países seculares no Oriente Médio. O regime islamita no Irã também tentou fazer isso. O Irã sustenta forças militares Quds (Quds = Jerusalém), mesmo que essa cidade não tenha significado algum para o islã xiita. Erdogan, atual presidente da Turquia, também promove uma coalizão puramente muçulmana para a “libertação de Jerusalém”. Isso faz parte da profecia sobre Gogue e Magogue.

Tempos difíceis pela frente


O rabino Abraham Azulai escreveu sobre os 45 dias finais dessas dores de parto: “As dificuldades aumentarão tanto como nunca se apresentaram antes” (Chessed LeAvraham, Maayan 5, Nahar 5).

O rabino compara essas dificuldades àquelas que Ló e sua família passaram, os quais foram tirados de sua casa e levados ao deserto, onde sobreviveram à destruição de Sodoma. Ele disse que, nos últimos 45 dias das dores de parto do Messias, Israel sofreria um destino semelhante: “Ali [no deserto] Israel contará 45 dias [...] em que comerão apenas as raízes salgadas que encontrarão no deserto e então todos farão penitência ali. Aqueles que não suportarem isso se unirão às nações e lá serão eliminados juntamente com estas”.

Recentemente o rabino Zamir Cohen proferiu uma palestra sobre o que vivenciamos nos dias contemporâneos. Ele disse que agora é muito importante que o povo israelense se mantenha unido. Cohen tem bons conhecimentos sobre a área da ciência e das escrituras judaicas. Numa palestra anterior, ele afirmou que haveria um momento, antes da redenção, em que os judeus não teriam mais condições de chegar a Israel. Desde então, quase todas as companhias aéreas cancelaram seus voos para Israel.

Precisamos fazer a nossa parte


Em sua palestra sobre a crise do novo coronavírus, o líder da Hidabroot disse que “fé” não seria a tradução correta para emunah, mas seria antes “confiança” ou “esperança”. É necessário confiar em Deus, ressaltou Cohen. No entanto, isso não significa que é possível ficar descontraído e esperar que o Criador do mundo faça tudo, permanecer passivo e até se descuidar dos perigos do vírus. Assim como foi na primeira libertação, Deus espera que nós primeiramente entremos na água e então, quando nós fizermos a nossa parte, ele salvará Israel. Foi assim que ele fez junto ao mar Vermelho, quando o exército do faraó perseguiu o povo de Israel, mas então submergiu nas torrentes. O povo de Israel estava salvo.

Yochanan Visser

Publicado com autorização de israeltoday.co.il.

Nota

  1. “COVID-19 CORONAVIRUS PANDEMIC”, Worldometer, atualizado em 30 jul. 2020. Disponível em: <https://www.worldometers.info/coronavirus/>. Acesso em: 30 jul. 2020.

Yochanan Visser é um jornalista freelancer e diretor da Missing Peace Information, uma agência de notícias independente.

sábado, 24 de abril de 2021

Êutico


 

A Verdade Sobre Êutico (At 20.1-16)

É comum ouvir pessoas mencionarem a história de Êutico a fim de indicar que a pregação foi longa demais. As pessoas dizem, de forma humorística: não nos mate de tanto pregar! Será que o Espírito Santo inspirou Lucas a adicionar essa história no livro de Atos a fim de ensinar os pastores a limitarem a duração de suas lições?

Embora os pastores devam ser sábios no que diz respeito ao tempo de cada sermão, veremos que o propósito da história de Êutico deve ensinar uma verdade mais elevada.

O capítulo 19 termina com uma descrição do tumulto que eclodiu em Éfeso após a oposição da associação dos ourives ao evangelho. Logo após essa comoção, Paulo encorajou os discípulos e despediu-se deles. Foi então para a Macedônia. Ele passou por essas áreas e encorajou os discípulos de lá com muitas palavras de incentivo. Por fim, chegou na Grécia e ficou ali por três meses.

Quando estava prestes a embarcar para a Síria, os judeus locais vieram perturbá-lo, para o seu detrimento, de forma que ele decidiu retornar pela Macedônia e ir até Trôade. Ali havia muitos irmãos no Senhor esperando por ele.

No domingo, os crentes se reuniram e celebraram a ceia do Senhor. Paulo, que iria deixar Trôade no dia seguinte, continuou a ensinar até a meia-noite. Precisamos compreender que Paulo continuou a ensinar porque o povo estava faminto por ouvir a verdade, e ele estava prestes a partir. Apenas imagine quão vívida a Bíblia se tornou para eles à medida que Paulo revelava a verdade a respeito do Messias!

Um rapaz (Êutico), que estava sentado na janela e acabou dormindo, caiu do terceiro andar e morreu. O apóstolo Paulo desceu, estendeu-se sobre Êutico e, enquanto o abraçava, disse: “Não fiquem alarmados! Ele está vivo!” (v. 10b). Paulo voltou a pregar e no próximo dia continuou sua jornada até Mileto.

A questão é: qual é o propósito dessa história para Teófilo?

Precisamos nos lembrar que o evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos foram escritos por Lucas para provar a Teófilo que Jesus é o Senhor que os profetas bíblicos profetizavam e esperavam, e os apóstolos de Jesus eram os encarregados de levar a mensagem da salvação (Lc 1.1-4; At 1.1-2).

Se é assim, como o caso de Êutico deveria ajudar Teófilo a entender que Paulo era um profeta verdadeiro, que levava a mensagem de Deus? Como essa história ajudaria Teófilo a aceitar as cartas de Paulo e dos demais apóstolos como a Palavra de Deus?

Aqui está a verdade sobre Êutico:

Contexto

Em primeiro lugar, em Atos 19 os idólatras gentios rejeitam o evangelho e fazem com que Paulo deixe Éfeso. No início do capítulo 20, judeus rabínicos o perseguem e atormentam, forçando-o a ir para outras cidades.

Em segundo lugar, Lucas menciona os nomes de apenas sete irmãos no Senhor que estavam esperando por Paulo em Trôade.

Por fim, Paulo ressuscita Êutico, que caiu de uma janela do terceiro andar. O milagre foi para autenticar Paulo como encarregado de levar a Palavra de Deus.

Lucas descreve a maneira como Paulo ressuscita Êutico com as mesmas palavras e da mesma maneira que os profetas Elias e Eliseu ressuscitaram jovens dentre os mortos durante seu serviço (1Rs 17.21; 2Rs 4.34-35).[1]

No caso de Eliseu em 2Reis 4.35, é usada a palavra hebraica ga-har; no caso do profeta Elias, va-itmoded, que é um sinônimo de ga-har, que significa “esticar-se sobre”.

Assim, pode-se ver um paralelo (analogia) entre os eventos descritos em Atos 19.21–20.16 e os eventos na vida dos profetas Elias e Eliseu.

Perceba que pelo menos dois componentes importantes são necessários para criar uma analogia:

  • um enredo similar;
  • uso de palavras idênticas (indicadores de que há uma ligação).

Explicação da analogia


A. Um enredo similar

Primeiramente, a pagã Jezabel, que adorava ídolos, e seu marido, o rei judeu Acabe (que não temia a Deus), perseguiram os profetas do Senhor. Naquele tempo, apenas um remanescente permaneceu fiel a Deus (1Rs 17–20). O mesmo aconteceu ao apóstolo Paulo. Em Atos 19, muitos gentios pagãos perseguiram Paulo, e, em Atos 20, judeus rabínicos o perseguiram.

Em segundo lugar, na história dos profetas do Antigo Testamento, apenas uma minoria seguia os verdadeiros profetas de Deus, e a prova disso está em que Deus disse que apenas sete mil israelitas não tinham se inclinado diante de Baal (1Rs 19.18). Já em Atos 20.4-5, são mencionados os nomes de apenas sete pessoas fiéis que estavam esperando por Paulo em Trôade.

B. Uso de palavras idênticas

O profeta Elias ressuscitou o filho da viúva (1Rs 17.21). O profeta Eliseu ressuscitou o filho da mulher sunamita (2Rs 4.34-35). Em ambos os casos, a Escritura usa a palavra ga-har (Eliseu) e a palavra va-itmoded (Elias), e ambas significam “esticar-se sobre...”.[2]

Conclusão

Podemos concluir que Lucas queria provar a Teófilo que o Espírito Santo habita o apóstolo Paulo, assim como habitou nos fiéis profetas de Deus Elias e Eliseu. Dessa forma, a mensagem do evangelho de Jesus proclamada pelo apóstolo Paulo é verdadeira e tem autoridade, assim como as palavras dos profetas do Antigo Testamento. Consequentemente, Paulo é um mensageiro de Deus, um profeta genuíno – assim como Elias e Eliseu.

Depois que o profeta Elias ressuscitou o filho da viúva, ela disse: “Agora sei que tu és um homem de Deus e que a palavra do Senhor, vinda da tua boca, é a verdade” (1Rs 17.24).

É exatamente assim que Teófilo e qualquer pessoa deve pensar a respeito de Paulo: ele é um homem de Deus, e a palavra do Senhor é verdade na boca dele!

Igualmente, a comparação entre o apóstolo Paulo e Elias coloca Paulo no mesmo status de Elias, como um profeta verdadeiro carregando a mensagem de Deus.

Portanto, os crentes em Jesus devem aceitar os escritos de Paulo como parte integral de toda a Escritura.[3]

“Teófilo, o apóstolo Paulo é um profeta de verdade, como os queridos profetas da Bíblia. Aquele que rejeita o evangelho da boca do apóstolo Paulo se coloca na mesma posição de Jezabel e Acabe, os quais tentaram matar Elias e Eliseu, os profetas do Senhor.”

Você faz parte do abençoado remanescente que crê em Jesus, ou da equivocada maioria que faz parceria com Jezabel e Acabe?

 

Notas

  1. John MacArthur, The MacArthur New Testament Commentary: Acts 13-28 (Chicago: Moody, 1996), p. 204.
  2. “מדד”, HALOT, 2:547.
  3. Dr. Seth Postell (Academic dean of the Israel College of the Bible). Discussão por WhatsApp sobre Atos 20 (23 nov. 2020).

Meno Kalisher é doutor em teologia pelo The Master's Seminary e pastor da Jerusalém Assembly - House of Redemption, em Jerusalém. Ele também ensina e prega no mundo todo.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Egito

 


Grande Museu do Egito pronto para ser inaugurado

Projetado pelo escritório de arquitetura irlandês Heneghan Peng, o tão aguardado Grande Museu Egípcio—uma estrutura inteiramente dedicada à egiptologia e implantada junto às grandes pirâmides do Egito—, deverá finalmente ser inaugurado no próximo verão. A apenas 2 km de distância das pirâmides de Gizé e considerado o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização, o complexo cultural do Grande Museu Egípcio está sendo construído para abrigar uma coleção de aproximadamente 100.000 artefatos antigos, cobrindo uma área total de 24.000m² além de contar com um museu infantil anexo, um centro de conferências, espaços educacionais, um núcleo de conservação e restauração assim como extensos jardins paisagistas dentro e fora do edifício principal.

Cortesia de Heneghan Peng ArchitectsCortesia de ArupCortesia do Ministério do Turismo e Arqueologia do EgitoCortesia de Heneghan Peng Architects+ 21




O projeto para o Grande Museu Egípcio foi escolhido através de um concurso internacional de arquitetura organizado pelo governo egípcio em 2003, no qual o escritório irlandês recebeu o primeiro prêmio. Além da equipe de arquitetura do Heneghan Peng, o projeto inclui também uma equipe de mais de 300 pessoas e 13 empresas de 6 diferentes países. Para o desenvolvimento do projeto executivo, o escritório irlandês contou com a colaboração do BuroHappold Engineering e da equipe de engenharia da Arup. A West 8, por sua vez, esteve comprometida com o desenvolvimento do projeto de paisagismo e do plano diretor para o local, enquanto a empresa alemã Atelier Brueckner foi contratada para desenvolver o projeto da galeria expositiva dedicada a Tutancâmon, o projeto da praça e da grande escadaria de acesso assim como do museu infantil.

Cortesia de Heneghan Peng Architects
Cortesia de Heneghan Peng Architects
Cortesia do Atelier Brueckner GmbH
Cortesia do Atelier Brueckner GmbH

A topografia do terreno junto ao sítio arqueológico de Gizé, o qual cobre uma área de mais de 500.000 metros quadrados, é definida por uma diferença de nível de até 50 metros–escavada na paisagem pela contínua passagem das águas do Nilo. Enquanto as três pirâmides ficam em pleno deserto, o edifício do museu encontra-se encaixado entre o vale do Nilo e o planalto das pirâmides, operando como um elemento de conexão entre duas zonas geológicas diferentes.

Devido à diferença de nível entre a praça de acesso e o planalto das pirâmides, o projeto do museu foi concebido como uma espécie de “ponte”, o qual é caracterizado por uma extensa fachada translúcida, como um filtro arquitetônico que se transforma ao longo do dia e da noite. O projeto do edifício foi estruturado a partir de uma série de eixos visuais importantes—os quais evidentemente deveriam ser preservados. O desenho da estrutura do museu, por outro lado, procura incorporar a topografia única do terreno e assim, oferecer uma experiência espacial “ascendente”, um percurso que parte do vale e culmina no famoso planalto das pirâmides de Gizé. Na chagada ao local, os visitantes são convidados a entrar no museu através de uma praça seguida de uma escadaria monumental, a partir da qual é possível acessar cada uma das galerias expositivas. Ao final do percurso, no ponto mais alto do museu, os visitantes são premiados com uma estonteante vista panorâmica para as pirâmides.

Cortesia de West 8
Cortesia de West 8
Cortesia de West 8
Cortesia de West 8

A construção do Grande Museu Egípcio foi divida em três etapas:

  • Fase I: Limpeza e preparação do terreno para a construção.
  • Fase II: Construção de uma estação de combate a incêndios, de um centro de geração de energia, e um centro de conservação separados do edifício.
  • Fase III: Escavação, locação e construção do edifício do museu, projeto de paisagismo.
Cortesia de West 8
Cortesia de West 8

Devido a uma série de atrasos imprevistos na execução da obra, o orçamento original foi superado, ultrapassando a marca de um bilhão de dólares. Embora as obras estejam praticamente concluídas, faltando apenas pequenos ajustes, a data oficial de inauguração ainda não foi definida pelas autoridades locais, mas provavelmente o museu será aberto antes do fim do próximo verão.


segunda-feira, 19 de abril de 2021

Como Nos Dias de Noé?


 

Como Nos Dias de Noé?

A prosperidade está grande, mas a degradação moral também. Como julgar os nossos tempos? E que papel desempenham nisso as alterações climáticas?

Em maio passado, um leitor de certo jornal europeu se empolgou com a mudança global dos tempos que marca a época na qual vivemos: “Parece que nas sociedades esclarecidas e secularizadas o modo de pensar e agir vem mudando de modo fundamental e profundo. Também a crença em Deus, assim como a crença em espíritos, ídolos e deuses superou o seu ápice e é um modelo em fim de linha. Cada vez mais pessoas percebem que a religião é um eficiente placebo e que o Deus antropomórfico, masculino, onipotente, onisciente e todo-bondoso é um construto humano limitado no tempo, o que explica o crescente ateísmo”. Ele registra: “Quanto mais ateus livres de Deus existirem na sociedade, tanto mais alto será o nível mental e cultural”.

Pergunto-me a que nível mental e cultural ele se refere. Anualmente realizam-se 50 milhões de abortos – alguns até no nono mês de gravidez. O que resta são mães muitas vezes profundamente traumatizadas. E onde está o nível mental e cultural na divulgação da ideologia de gênero, que simplesmente apaga as diferenças entre mulher e homem e lança muitos jovens na insegurança? Eles não recebem resposta a perguntas que muitas vezes nos acompanham pela vida inteira: “Quem ou o que sou eu?”. Será que a sexualização precoce das nossas crianças, em parte com ensino de práticas sexuais depravadas, seria expressão do desenvolvimento do nível mental e cultural? Seu resultado são almas infantis perplexas, inquietas e perturbadas.

Isaías 5.20: “Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo”.

E já que estamos falando do nosso elevado nível mental e cultural, que tal a legalização das drogas? Esta vem resultando em cada vez mais jovens com psicoses e incapacitação laboral. Um portal na internet sobre neurologia e psiquiatria registra a respeito do consumo de maconha: “Um efeito característico da maconha é o amplo espectro de efeitos psíquicos. Assim, o sentimento e o pensamento, a memória e a percepção sofrem influência. É possível que o consumo intenso de maconha na juventude favoreça a ocorrência de psicoses”.[1]

A Bíblia tem muita razão quando afirma: “Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo” (Is 5.20). Chegamos longe com o nosso ateísmo livre de Deus! O boletim ideaSpektrum comentou uma recomendação do ministério federal da família na Alemanha dirigida a escolas e professores, de “reconhecer e apoiar a diversidade sexual na escola”. Deveriam informar sobre “temas da área dos estilos de vida homossexuais e da diversidade sexual”. Mediante a exposição de cartazes, as escolas poderiam “visualizar a diversidade”. Poderiam adquirir “livros com personagens lésbicos, homossexuais masculinos e bissexuais” para as bibliotecas das escolas e mencionar em conversas com naturalidade o parceiro homossexual de um amigo. “Além disso, será construtivo existirem adultos na escola que falem abertamente sobre seu estilo de vida homossexual.”

É assim que vivemos hoje. As consequências disso são trágicas! Em maio circulou pela imprensa a notícia de um homem que deu entrada num hospital nos EUA com fortes e recorrentes dores no abdômen inferior. Tragicamente, ele ainda disse à enfermeira que nascera como mulher. O homem era “transexual” – originalmente mulher. Mesmo assim, inicialmente nenhum dos médicos realizou um teste de gravidez. Quando finalmente descobriram que se tratava de gravidez, foi tarde demais para o bebê. É muito pertinente o que diz um antigo hino cristão: “Sem Deus vamos para a escuridão; com ele, porém, para a luz”.

As pessoas estão com medo. Observamos isso no modo como lidam com as mudanças climáticas. O que quer que pensemos a respeito disso, o fato é que as pessoas vão aos milhares para as ruas em manifestações contra o aquecimento global, temendo aquilo que ainda poderá vir.

Deus fala por meio dos sinais dos tempos. As pessoas estão com medo. Observamos isso no modo como lidam com as mudanças climáticas. O que quer que pensemos a respeito disso, o fato é que as pessoas vão aos milhares para as ruas em manifestações contra o aquecimento global, temendo aquilo que ainda poderá vir. São espantosas as propostas de solução apresentadas: consta que devemos reduzir o consumo de carne e não colocar mais crianças no mundo porque elas sobrecarregariam o meio ambiente, e também não deveríamos mais dirigir veículos a diesel.

Sim, eu também creio que há algo de errado com o nosso clima. Ainda assim, porém, pergunto-me se não poderia existir alguma outra causa para isso. Pedro opina: “Pela mesma palavra os céus e a terra que agora existem estão reservados para o fogo, guardados para o dia do juízo e para a destruição dos ímpios” (2Pe 3.7). Com isso, ele se refere ao “primeiro mundo” dos tempos de Noé (v. 1-6), aniquilado pela água. A causa foi que as pessoas não queriam ter mais nada a ver com Deus. Hoje caminhamos em direção à volta de Jesus e, cada vez mais, as pessoas não querem ter nada a ver com Deus.

O tempo que precedeu o Dilúvio é descrito assim: “O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal. Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e isso cortou-lhe o coração. Disse o Senhor: ‘Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, os homens e também os animais, grandes e pequenos, e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los feito’” (Gn 6.5-7).

Na época, a maldade da humanidade era muito grande (v. 5), os pensamentos do seu coração eram todos malignos (v. 6). Toda a terra estava corrompida (v. 11), totalmente cheia de transgressão (v. 12). As pessoas anteriores ao Dilúvio faziam o que fazemos hoje: viraram as costas a Deus e excluíram-no da sua mente, do coração e da vida; das suas famílias, escolas e comunidades. E quando convidamos Deus a sair, ele vai! E, ao ir, também leva consigo sua mão preservadora, abençoadora e protetora. Talvez também devêssemos levar em conta esse aspecto quando falamos de mudanças climáticas.

Deus expôs a Israel a bênção e a maldição para nos servir de modelo. “Entretanto, se vocês não obedecerem ao Senhor, o seu Deus, e não seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos e decretos que hoje dou a vocês, todas estas maldições cairão sobre vocês e os atingirão: O Senhor os encherá de doenças até bani-los da terra em que vocês estão entrando para dela tomar posse. O Senhor os ferirá com doenças devastadoras, febre e inflamação, com calor abrasador e seca, com ferrugem e mofo, que os infestarão até que morram. O céu sobre a sua cabeça será como bronze; o chão debaixo de vocês, como ferro. Na sua terra o Senhor transformará a chuva em cinza e pó, que descerão do céu até que vocês sejam destruídos” (Dt 28.15,21-24).

Deus nos ouve e nos cede nossa vontade. Permite-nos fazer o que quisermos. Seria assim a falta da bênção de Deus uma das causas das mudanças climáticas? Seria uma advertência dele? Deus fala conosco porque, de acordo com suas palavras, “não tenho prazer na morte dos ímpios, antes tenho prazer em que eles se desviem dos seus caminhos e vivam” (Ez 33.11). Ainda está em vigor a promessa de que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo!” (At 2.21). E nós – que amamos a Jesus, aguardamos seu retorno e precisamos viver num mundo cada vez mais tenebroso – podemos fazer aquilo que Noé fez nos tempos dele: ele atuou até o fim como pregador da justiça (2Pe 2.5), não abandonou sua missão de apontar para a salvação na Arca (Jesus Cristo) e continuou a viver com Deus – apesar de toda resistência. Também queremos agir assim.


  1. “Cannabis-Missbrauch: Bei möglichen Psychose-Anzeichen helfen Früherkennungszentren”, Neurologen und Psychiater im Netz. Disponível em: <https://www.neurologen-und-psychiater-im-netz.org/psychiatrie-psychosomatik-psychotherapie/ratgeber-archiv/meldungen/article/cannabis-missbrauch-bei-moeglichen-psychose-anzeichen-helfen-frueherkennungszentren/>. Acesso em: 3 dez. 2019.

Samuel Rindlisbacher é ancião da igreja da Chamada na Suíça e foi fundamental no desenvolvimento do grande ministério de jovens dela.