terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Ezequias


Ezequias – o Homem Que Confiava em Deus

Wolfgang Bühne
No terceiro ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel, começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá. 2Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém; sua mãe se chamava Abi e era filha de Zacarias. 3Fez ele o que era reto perante o Senhor, segundo tudo o que fizera Davi, seu pai”. 2Reis 18.1-3
O Rei Ezequias é um dos reis de Judá, ao lado de Josias, em cujo reinado Deus concedeu um reavivamento impressionante. Isso aconteceu numa época em que o juízo de Deus já havia sido comunicado ao povo através dos profetas Oséias e Isaías e que se cumpriu através dos babilônios poucas décadas depois da morte de Ezequias.
No entanto, pouco antes do ocaso, Judá teve esse reavivamento espiritual, uma reforma radical e abrangente. É isso que nos relatam os livros de Reis (2Rs 18-20) e de Crônicas (2Cr 29-32), além do profeta Isaías (Is 36-39).
Estima-se que Ezequias reinou nos anos 715-686 a.C. (alguns consideram o período de 726-697 a.C.), em todo o caso, foi a época em que grande parte do Reino do Norte – Israel – devido à sua idolatria, havia sido levado cativo pelos assírios. Assim, era um período de opressão espiritual e de insegurança, com perspectivas de um futuro deprimente.
É interessante observar que, nos livros de Reis e de Crônicas, a vida de Ezequias é relatada sob perspectivas diferentes:
O livro de 2Reis ressalta as reformas políticas e morais implementadas por Ezequias, enquanto 2Crônicas relata detalhadamente sobre a purificação do Templo e o restabelecimento dos cultos, incluindo a festa da Páscoa, aspectos estes que são totalmente omitidos em 2Reis.

Despertamento no fim dos tempos do povo de Deus

A história de Ezequias é especialmente atual e desafiadora porque nós – Igreja do Novo Testamento – nos encontramos igualmente no fim dos tempos. Esta começou notadamente por ocasião do Pentecoste, porém– se observarmos corretamente os sinais dos tempos – atualmente se encontra no último estágio.
Já no Século XVI, Martinho Lutero escreveu um ensaio alertando sobre a apostasia no Cristianismo da sua época.
Já no Século XVI, Martinho Lutero escreveu um ensaio (“Von der babylonischen Gefangenschaft der Kirche” - “Sobre o Cativeiro Babilônico da Igreja”), alertando sobre a apostasia no Cristianismo da sua época. Quanto mais temos motivos hoje para alertar contra as influências liberais, esotéricas e de fanatismo que ocorrem em igrejas que se denominam “evangélicas”!
Mesmo assim, são poucas as personalidades conhecidas que falam em um reavivamento mundial, de uma futura “segunda reforma”, da “transformação” de povos e nações inteiras ao Cristianismo, etc.
Já há vinte anos, o missiólogo C. P. Wagner, que se auto-denomina “apóstolo” do Cristianismo atual – profetizava que, até que ele morresse, haveria “18 milhões de cristãos na Turquia!”[1]
Além disso, não faz tanto tempo que a organização evangélica mundial “AD 2000”, juntamente com a organização católica “Evangelização 2000”, pretendiam oferecer “um mundo majoritariamente evangelizado” como presente a Jesus no Seu 2.000º aniversário.
Naquela época havia vários “profetas” dizendo que “Deus quer que nos preparemos para o maior avivamento de todos os tempos” e , na opinião deles, “esta é a melhor época, de todos os tempos, para viver com Deus”.
Se, porém, analisarmos com seriedade a situação das igrejas que se consideram evangélicas, pelo menos no mundo ocidental, precisamos concluir que, na maioria dos países, o testemunho cristão está extinto ou sob ameaça de extinção.
No entanto, isso não deve ser motivo de resignação. Apesar de que, nas cartas do Novo Testamento, não haja promessas de um avivamento global para os tempos finais, mas uma tendência para a apostasia, mesmo assim Deus pode, a qualquer tempo e em qualquer lugar, promover avivamentos locais e que podem se expandir. É exatamente isso que podemos aprender da história de Ezequias e também de Josias, em cujas épocas – no fim dos tempos de Israel – Deus concedeu esses avivamentos impressionantes e imprevisíveis.
Um exemplo atual da ação de Deus é a China onde, na nossa opinião, estamos observando o maior avivamento de todo o mundo.
Um exemplo atual para isso é a China onde, na nossa opinião, estamos observando o maior avivamento de todo o mundo e que, no entanto, ocorre sem grandes alardes e que talvez nem seja observado pelos próprios cristãos na China, porque eles somente conseguem acompanhar o desenvolvimento espiritual de seu imenso país em âmbito apenas regional. Lá não existem – pelo menos oficialmente – publicações ou informativos cristãos que relatem sobre o avivamento nas diversas províncias e que, por exemplo, apresentem estatísticas sobre o enorme crescimento da chamada “Igreja Subterrânea”.

“Tempestade tropical” inesperada e repentina

É significativo que o avivamento à época de Ezequias, aparentemente, ocorreu sem que tivesse havido um histórico anterior de vida espiritual do povo de Deus. Ao menos não lemos nada sobre reuniões de oração públicas ou secretas que muitas vezes acontecem durante anos antes de um avivamento. Podemos observar isso diversas vezes na história posterior da Igreja, porém, não parece ter sido o caso no fim dos tempos de Israel. Fica a impressão que não havia nenhuma condição de prognosticar esse avivamento, mas que ele lembra uma repentina “tempestade tropical”, como Martinho Lutero, em 1524, a retratou acertadamente e de modo impressionante:
Queridos alemães, comprem enquanto o mercado está com portas abertas; recolham enquanto houver o brilho do sol e tempo bom; aproveitem a graça e a Palavra de Deus enquanto estiver disponível! Saibam isto: A graça e a Palavra de Deus são como uma tempestade tropical e que não volta mais para o lugar onde ela já passou. Ela esteve com os judeus; no entanto, o que passou, passou, agora eles não tem mais nada. Paulo a levou para a Grécia. O que passou, passou; agora eles têm o turco. Roma e a terra latina também a tiveram; o que passou, passou, agora eles têm o Papa. E vocês, alemães, não pensem que a terão para sempre, pois, a ingratidão e o desprezo não permitirão que ela fique. Por isso, apanhem e segurem aqueles que conseguem apanhar e segurar! Mãos preguiçosas devem ter um ano difícil.[4]

Condições desfavoráveis

Ezequias cresceu em um ambiente ímpio. Seu pai Acaz foi um rei extremamente cruel e ímpio. É inimaginável que o seu filho tenha sido preparado com uma formação especial “bíblica” para suas futuras atribuições. Somente a menção expressa do nome da mãe Abi (abreviatura do nome Abijah [“Deus é meu pai]) e do pai desta, Zacarias (“o Senhor lembra”) parecem indicar que, por parte da mãe, pode ter havido uma influência positiva.
Isso seria um grande consolo e um incentivo para as mães que, ao lado de pais não crentes ou não espirituais, educam os filhos para o Senhor e os preparam para que se tornem discípulos de Jesus.
Ainda assim, por razões que nós desconhecemos, o filho do ateu Acaz recebeu o nome “Ezequias” (“Deus é minha força”) quando nasceu e, de fato, Ezequias posteriormente viveu de modo que honrou o nome de Deus – ele confiava em Deus!
Confiou no Senhor, Deus de Israel, de maneira que depois dele não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele” (2Rs 18.5).
Esse rei, cuja confiança em Deus não foi superada por nenhum outro rei entre o povo de Deus, de fato, deveria incentivar-nos ao estudo e à imitação!
Outra peculiaridade na vida de Ezequias é que, quando clamou ao Senhor, sua vida foi acrescida de exatos 15 anos. Como confirmação para isso, Deus fez a sombra do relógio solar retroceder 10 graus.
Finalmente Ezequias é um dos poucos reis que, ao término de sua vida, não estava marcado por pecados ou idolatria, mas pelas “boas obras”. Ele não morreu “sem ser encontrado” (como aconteceu com Jorão, um de seus antecessores), pelo contrário, ele foi sepultado com honrarias e na presença de todo o povo (2Cr 32.32-33).

Avivamento sempre ocorre por graça

Destas poucas observações, vistas até agora, podemos aprender que o avivamento sempre é uma manifestação da graça de Deus. Não é possível organizar um avivamento. Não há uma fórmula confiável para tanto, ao contrário do que algumas personalidades, tanto da história recente como da história antiga da Igreja, tentaram comprovar inutilmente.
O avivamento sempre é uma manifestação da graça de Deus. Não é possível organizar um avivamento. Não há uma fórmula.
O avivamento sempre é uma dádiva de Deus. Às vezes é uma resposta de Deus às orações insistentes e intensivas, porém, outras vezes é uma “chuva passageira” não programável. Isso pode nos trazer esperança e nos encorajar, também em nossa época em que as circunstâncias externas e a situação do povo de Deus apontam para qualquer outra coisa, menos para um avivamento.
Preguiça, mornidão, indiferença e conformação ao mundo são características marcantes entre os cristãos na Europa. Livros do mercado evangélico como “Gottesdienst ohne Mauern” (Cultos sem muros”) ou “Die Welt umarmen” (“Abraçar o Mundo”, ambos os títulos em tradução livre) sem querer descrevem a situação atual das igrejas também em nosso país e que foi descrito acertadamente por A.W.Tozer, há mais de 50 anos:
Fomos criados para nos relacionarmos com anjos, arcanjos e serafins, sim, com o próprio Deus que criou a todos – fomos chamados para sermos como águias voando livremente pelos ares, mas que, agora, afundamos a ponto de estarmos ciscando ao lado de galinhas comuns nos quintais das fazendas – isto, assim eu penso, é o pior que poderia ter acontecido a este mundo”.[5]
Ou, ainda, não menos drasticamente:
Uma igreja debilitada arremeda um mundo forte a se divertir com pecados astuciosos – para a sua própria vergonha eterna.[6]
Atualmente, como cristãos, em nossa latitude é mais comum presenciarmos “momentos sublimes de inutilidade” do que algum sinal de avivamento. No entanto, um monte de esterco pode se tornar em adubo para uma grande área de lavoura. Por isso, a história de Ezequias deveria nos encorajar para “esperar grandes coisas de Deus e fazer grandes coisas para Deus”, como disse, fez e vivenciou William Carey, o missionário pioneiro na Índia.
O fim dos tempos nunca deve ser motivo de resignação ou servir de álibi para a indolência. Muito menos serve de calmante para a desobediência!
“Em cada crise há uma oportunidade”. Nos últimos anos ouve-se constantemente essa afirmação, vinda de todas as direções – tanto de políticos como também de executivos economistas. Por isso, o baixo nível espiritual ou as atuais crises nas igrejas deveriam ser um incentivo, não para investir em “piedosas bolhas de ar”, mas para voltar às raízes e aos sólidos fundamentos da nossa fé.

A importância de modelos espirituais

A sabedoria popular diz que “figuras moldam”. Da mesma forma, um modelo pode marcar e influenciar o curso de uma vida. Ezequias tinha um modelo, um parâmetro para sua vida, no qual ele podia e queria se orientar e comparar. Era um modelo que o ajudou a fazer aquilo que era certo aos olhos de Deus:
Fez ele o que era reto perante o Senhor, segundo tudo o que fizera Davi, seu pai” (2Rs 18.3)
Como o seu pai físico, o rei Acaz, era um homem ímpio e, assim, inadequado para marcar positivamente a vida espiritual de seu filho, Ezequias procurou por orientação entre seus antepassados e encontrou Davi, o rei de Israel, o “homem segundo o coração de Deus”.
É uma bênção quando se encontra, no pai físico, um modelo e alguém que orienta nos caminhos de Deus. É o que lemos, por exemplo, no caso do rei Azarias que foi marcado positivamente pelo seu pai Amazias (2Rs 15.3). Sobre Amazias, a Bíblia relata:
Fez ele o que era reto perante o Senhor, ainda que não como Davi, seu pai; fez, porém, segundo tudo o que fizera Joás, seu pai” (2Rs 14.3).
Quando eu era um cristão jovem, fiquei muito impressionado com uma cena que Wilhelm Busch descreveu na biografia de seu irmão: “Johannes Busch – ein Botschafter Jesu Christi” (“Johannes Busch – um Mensageiro de Jesus Cristo”, em tradução livre).
Os dois filhos estavam, em pé, junto ao esquife de seu pai – Wilhelm com 24 anos de idade e Johannes com 16 anos. Eles estavam se despedindo de um homem, o seu amado pai, pastor e famoso evangelista e que foi um brilhante modelo para eles:
Nós dois ficamos por muito tempo, quietos, junto ao esquife. Então nos damos as mãos, ao lado do esquife, numa aliança silenciosa: Queríamos absorver a herança do pai, queríamos amar ao Salvador.[7]
Essa cena é uma ilustração comovedora para as palavras de Provérbios 17.6: “...a glória dos filhos são os pais”.
Que grande bênção é para nossos filhos quando, como pais e mães, podemos lhes deixar tal herança! Provavelmente a maioria dos pais não imagina quão precioso é esse presente que eles proporcionam para toda a vida a seus filhos e filhas, quando estes, já em tenra idade, podem amar e viver com o seu “pai herói”.
Entrementes, minha esposa Ulla e eu nos tornamos avós de um número crescente de netos. Para nós sempre é uma experiência especial quando observamos como os pequenos olham admirados para o seu pai quando ele se destaca em alguma atividade esportiva ou em brincadeiras ou também em suas atitudes durante o dia-a-dia. (Naturalmente, o mesmo é verdade para as mães!).
Temos a convicção que tais experiências são uma influência muito positiva para a saúde espiritual e psicológica dos filhos e, de fato, representam um “adorno” ou “tesouro” de valor inestimável para toda a vida deles.
Hoje há muitos jovens cristãos à procura de modelos na família ou na Igreja e se decepcionam quando não os encontram.
Hoje há muitos jovens cristãos à procura de modelos na família ou na Igreja e se decepcionam quando não os encontram ou não correspondem às suas elevadas expectativas. No entanto, podemos consultar nossa lista de “antepassados espirituais” e estudar as biografias de homens e mulheres cuja vida foi exemplar, desafiadora e orientadora.
Oswald Sanders expressou isso muito bem:
Se estiver certo que podemos conhecer uma pessoa pelos amigos que ela tem, então também é possível reconhecê-la através da leitura de sua biografia, pois ela reflete a sua fome interior e o seu desejo. (...) Para um líder, as biografias sempre são emocionantes porque elas transmitem personalidades. Nenhum outro gênero literário é capaz de transmitir melhores ensinamentos sobre os caminhos de Deus para a sua gente, além da Bíblia. Não é possível ler sobre a vida de grandes homens e mulheres sem que isso provoque entusiasmo e surja o desejo de uma realidade semelhante.[8]
Cito apenas alguns exemplos de como a leitura de diários e biografias influenciou decisivamente a vida de muitos cristãos:
- Os diários de David Brainerd inspiraram e incentivaram, entre outros, a Jonathan Edwards, John Wesley, William Carey, Henry Martyn, David Livingstone e Jim Elliot;
- A biografia de George Whitefield deixou marcas inextinguíveis em C.H. Spurgeon e em Georg Müller;
- Através dos diários de Georg Müller, por sua vez, Hudson Taylor e muitos outros adquiriram ânimo para se dedicar às Missões, unicamente na confiança em Deus;
- E quem consegue contar quantos homens e mulheres, da nossa geração, que foram desafiados a ter uma vida dedicada a Jesus, baseados no diário de Jim Elliot: “À Sombra do Altíssimo”?

O modelo de vida decisivo

Contudo, na avaliação de boas biografias, não devemos e não queremos nos tornar “luteranos”, “calvinistas”, “menonitas”, “wesleyanos”, “metodistas” ou outros “...istas”. Também a vida e a obra desses homens devem apontar para o nosso Senhor Jesus – cuja vida e exemplo deve ser e permanecer como o único “modelo original” perfeito para nossas vidas. Assim como Ezequias não se contentou apenas com os antepassados tementes a Deus, como Asa, Josafá, etc, mas tomou a Davi como modelo, assim também nós – na apreciação de nossos pais e mães espirituais – devemos permanecer “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus...” (Hb 12.2). (Wolfgang Bühne - chamada.com.br)

Notas

  1. C.P. Wagner, Der Herrschaftsbereich der Himmelskönigin, Solingen: Ed Gottfried Bernard, 2001, p.32.
  2. W. Bühne, Die Propheten kommen, Bielefeld: CLV, 2 Ed., 1995, p.135 (comparar toda a explanação p. 135-163).
  3. Rick Joyner, Die Engel, die Ernte und das Ende der Welt, Wiesbaden: Projektion J, 1993, p.22-23.
  4. Martin Luther, An die Ratsherren aller Städte deutschen Landes, dass sie christliche Schulen aufrichten und halten sollen, URL: http://www.lutherhaus-eisenach.de/lutherhaus_lutherzitate.htm (1ª parte) e hhttp://clv-server.de/pdf/fut/206/04.pdf (2ª parte), download em 18/01/2013.
  5. A.W. Tozer, Verändert in sein Bild, Bielefeld: CLV, 2ª Ed. 2012 – Meditação para o dia 16/Jan.
  6. A.W. Tozer, Wie kann man Gott gefallen? , Bielefeld: CLV, 2001, p.50.
  7. Wilhelm Busch, Johannes Busch – Ein Botshcafter Jesu Christi, Wuppertal: Aussaat Verlag, 6ª Ed. 1960, p.67.
  8. Oswald Sanders, Geistliche Leiterschaft, Bielefeld: CMV, 2003, p.96-97.

O Novo Céu


Lothar Gassmann
Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia.” (Apocalipse 21.1)
Haverá novos céus e nova terra. A Bíblia diz claramente que o mundo atual, o atual cosmos hostil a Deus, é passageiro (Mateus 24.35; 1Coríntios 7.31; 1João 2.17; 2Pedro 3.10-13; Apocalipse 6; 8–9; 16; 19–21). Os elementos se fundirão pelo fogo. Surgirá então um novo e maravilhoso mundo que terá dimensões bem diferentes do que nossa realidade conhecida e imaginável. Sua glória será tão imensa que é comparada com uma cidade que possui portas de pérolas e as mais belas pedras preciosas. Palavras humanas conseguem apenas fazer uma alusão a essa glória.
Como será o céu? Podemos dizer algo a respeito? Com muita humildade e com alegre expectativa, menciono as seguintes características:
  • O objetivo é que poderemos ver, amar e servir a Deus (Apocalipse 4–5; 7.15; 22.4);
  • A recompensa que nos aguarda é eterna salvação, alegria e paz (1Pedro 1.9; Apocalipse 7.16-17);
  • O único caminho que conduz ao céu passa por Jesus Cristo, que morreu por nós na cruz do Gólgota (João 14.4; Atos 4.12; 1Coríntios 3.11);
  • Como preparação, devemos buscar pelo reino de Deus e sua justiça, então tudo o mais nos será concedido por sua graça (Mateus 6.33);
  • No céu há uma herança aguardando por nós que jamais perecerá (1Pedro 1.4);
  • Louvaremos a Deus juntamente com todos os anjos (Apocalipse 4–5);
  • Receberemos um novo corpo celestial que será imperecível, puro e repleto de poder (1Coríntios 15.35-58);
  • Estaremos lavados e purificados por meio do sangue de Jesus Cristo, o Cordeiro sacrificado por nós, e teremos vestes brancas (Apocalipse 7.14);
  • O inferno, a morte e o Diabo não poderão nos atingir, nem mesmo enfermidade e sofrimento, fome e sede etc. (1Coríntios 15.55-57; Apocalipse 21.1-4);
  • O céu é um lugar sagrado onde nada impuro pode entrar (Apocalipse 21–22);
  • No céu não haverá lugar para “os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos” – a não ser que eles se converteram para Jesus Cristo e se arrependeram de suas infâmias (Apocalipse 21.8);
  • Para os crentes, vale: seremos reis e sacerdotes de Deus (Apocalipse 5.10);
  • Diante do trono de Deus encontraremos pessoas de todos as tribos, povos, línguas e nações (Apocalipse 7.9);
  • Os vencedores receberão diferentes coroas: a coroa da vida para tentações sofridas (Tiago 1.12), a coroa da alegria para os conquistadores de almas (1Tessalonicenses 2.19), a coroa da justiça para todos os que permaneceram firmes à espera do Senhor (2Timóteo 4.8) e a coroa da fidelidade para todas as testemunhas de sangue de Jesus Cristo (Apocalipse 2.10);
  • A nova Jerusalém, a cidade que veio dos céus, terá a beleza e a pureza que as palavras humanas podem apenas sugerir: ouro, pedras preciosas, portões de pérolas, medidas perfeitas, com o próprio Deus sendo a sua luz (Apocalipse 21–22).
O conhecido pastor Charles Haddon Spurgeon falou acertadamente sobre a glória celestial: “As ruas de ouro pouco nos impressionarão e os sons das harpas dos anjos pouco nos alegrarão em comparação ao Rei no meio do trono. É ele quem atrairá para si os nossos olhares e pensamentos, que despertará nosso amor e levará nossos sentimentos santificados ao nível máximo de infindável adoração. Nós veremos Jesus!”

sábado, 14 de dezembro de 2019

Fazer discípulos


O desafio de fazer discípulos

Daniel Lima
O Brasil tem registrado um aumento significativo no número de pessoas que se declaram evangélicas. Mesmo no sentido mais amplo, evangélico significa seguidor de Jesus segundo os evangelhos. Portanto, era de se esperar que o país mudasse em termos de ética, de moral, de respeito humano. No entanto, para tristeza de qualquer observador, não é isso que acontece. Infelizmente não são raros os casos de indivíduos que se dizem cristãos, mas cuja vida não se distingue em nada de um incrédulo. Onde está o erro? Por que não estamos causando maior impacto em nossa nação? Quero propor que o problema básico está em entender qual a missão que nos foi confiada por Jesus.
Na passagem conhecida por Grande Comissão (Mateus 28.19-20) lemos as seguintes palavras de Jesus:
19Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.
Mesmo em uma leitura superficial entendemos que nossa missão é “fazer discípulos”. Muitas interpretações têm sido aplicadas a este termo ao longo da história da igreja. Atualmente, muito embora não creio que seja intencional, a ênfase parece estar em “fazer membros de minha associação religiosa”. Pastores e igrejas disputam membros e “associados”. O que importa parece ser o número de pessoas que têm se associado às nossas instituições cristãs.
Digo uma vez mais: não creio que seja intencional ou sequer que seja a regra única. No entanto, conforme nossa teologia é invadida por termos como “sucesso” e “relevância” (curiosamente nenhum dos dois termos é encontrado no Novo Testamento), somos igualmente contaminados por uma ideologia de sermos bem-sucedidos e termos relevância diante do mundo. O Novo Testamento usa o critério de fidelidade e não o critério de sucesso. Relevância é consequência desta fidelidade e não alvo de ministério. É óbvio que como pastor eu orava para que meu ministério fosse bem-sucedido e que minha igreja fosse relevante, mas estes não podem ser nossos critérios, nosso padrão de avaliação de um ministério.
O Novo Testamento usa o critério de fidelidade e não o critério de sucesso.
O que significa fazer um discípulo? O que é um discípulo de Cristo? Deixe-me compartilhar contigo o que a Bíblia define como discípulo de Cristo:
  1. Um discípulo obedece ao seu mestre. A passagem de Mateus 28.20 define que devemos ensinar a obedecer ao que Jesus tem ensinado. Ou seja, não basta ensinar o que Jesus ensinou, é necessário auxiliar a pessoa a viver estes princípios. Por exemplo, ensinar que devemos perdoar é muito fácil, mas ensinar como perdoar quem nos ofendeu é algo totalmente diferente. Um discípulo que não aprendeu a obedecer ainda não é um discípulo. Com isso não estou propondo um padrão perfeito, mas uma declaração de propósitos. Meu propósito como discípulo é estar em constante aprendizagem sobre como obedecer a meu mestre.
  2. Um discípulo busca formar novos discípulos. No segundo livro de Paulo ao jovem pastor Timóteo, ele ensina alguns dos elementos fundamentais de um discípulo. Na passagem de 2Timóteo 2.2 lemos: “E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensiná-las a outros”.

    Paulo realmente esperava que Timóteo passasse a fé, o evangelho a uma próxima geração, que por sua vez passaria à geração seguinte. Um discípulo que não compartilha sua fé ainda não aprendeu a ser discípulo.
  3. Um discípulo será perseguido. Mais uma vez é na segunda carta de Paulo a Timóteo que aprendemos este princípio: “De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12).

    Isso não significa que devemos buscar perseguição, mas que seremos perseguidos se vivermos de forma piedosa (dedicada a Deus). O mundo não se agradará de nós. Talvez até nos admire, mas não nos suportará. Um discípulo que busca a aprovação do mundo às custas de sua intimidade com Deus ainda não aprendeu a ser um discípulo.
  4. Um discípulo é capaz e preparado para toda boa obra. Na mesma carta Paulo encoraja Timóteo a permanecer naquilo que havia aprendido. Em 2Timóteo 3.16-17 lemos: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra”.

    Mais uma vez isso não significa perfeição, mas um compromisso de serviço de prontidão para desempenhar toda boa obra. Essa prontidão está diretamente ligada ao conhecimento da Palavra de Deus. Podemos afirmar com toda certeza que um discípulo que não está continuamente crescendo no conhecimento da Palavra de Deus ainda não aprendeu a ser discípulo.
Estas são apenas algumas das características de um discípulo. Imagine o impacto que uma multidão de pessoas obedientes a Cristo, evangelizadoras, discipuladoras, dispostas a sofrer e aptas para toda boa obra faria neste mundo! Este é meu compromisso. Reconheço que tenho muito a crescer, mas oro para que nós tenhamos um compromisso de sermos verdadeiramente discípulos de Cristo. A simples membresia em uma igreja, por melhor que esta seja, não faz de ninguém discípulo de Cristo.

Momentos Escuros da Alma


Como lidar com momentos escuros da alma

Daniel Lima
De modo geral, eu não luto com períodos de tristeza prolongada. Minhas “depressões” duram apenas algumas horas. No entanto, eu conheço pessoalmente cristãos sérios que ficam por longos períodos de tempo incapacitados de reagir por um estado mental de profunda desesperança. Houve um ano em minha vida em que eu me deixei levar por amargura (pecado) diante de algo que entendi como ofensa, e as consequências foram noites e dias sem perspectiva, sem esperança, vivendo alheio ao meu Salvador (mais uma vez: pecado).
Em uma destas noites eu acordei no meio da madrugada e minha mente começou a passar um velho e amargo “filme”. No caso, eu revivia uma ofensa e voltava a viver a dor e a indignação. Tentei orar, mas minha mente parecia estar em um beco sem saída. Um pensamento invadiu minha mente após algum tempo: “Eu te amo e meu amor é suficiente!”. O pensamento soou como uma voz em minha mente. Acredito que foi uma intervenção sobrenatural de Deus. Gostaria de dizer que esta é uma experiência normal para mim, mas infelizmente foi uma exceção (muito bem-vinda).
Jesus nos diz que nos traz uma vida em abundância. Isso não significa uma vida sem desafios. A promessa de Deus é uma vida em confiança e na presença dele.
Passei então a “discutir” com o pensamento. Em minha mente eu argumentava: “Pode ser, mas ele (meu ofensor) não podia ter feito isso comigo!”. Novamente o pensamento vinha à minha mente: “Eu te amo e meu amor é suficiente!”. Esse debate continuou por quase uma hora. Até que finalmente me rendi e confessei minha arrogância, minha justiça própria e minha amargura. Repeti (embora não sentisse isso!): “É verdade Senhor, tu me amas e teu amor é suficiente”. Continuei repetindo esta oração enquanto meu coração se rendia mais e mais ao meu Senhor. Foi para mim o princípio de um processo em que fui liberto da cadeia que eu havia permitido que o Diabo criasse para mim.
Não conto este relato para estabelecer um processo de cura de depressão. Sei que este estado mental é algo muito mais complexo. Para mim, esse se tornou um exemplo encapsulado do poder da Palavra em libertar nossa mente desse e de outros processos mentais nos quais nos deixamos aprisionar. Como reagir quando nos damos conta de que estamos em um estado do qual não conseguimos sair? Eu me refiro a pensamentos repetidos e paralisantes. Refiro-me a discussões mentais que se repetem sempre com resultados frustrantes. Refiro-me a “filminhos” em que repito discussões ou revivo meus medos de forma interminável e, em geral, em uma versão piorada da realidade. Deixe-me alistar alguns passos que tenho tomado e que têm me conduzido à liberdade, ainda que, às vezes, ao longo de um processo demorado:
  1. Avalie seus próprios pensamentos. Não se pode julgar uma emoção, mas pode-se avaliar tanto os fatos que a provocaram como as reações que ela provoca. Imagine comigo a seguinte situação: eu ouço uma crítica infundada. Revoltado com a crítica, eu desanimo do que estava fazendo e passo a reagir com ira ou alienação. O sentimento de indignação diante da crítica ou a sensação de injustiça e tristeza é verdadeira, mas a crítica em si não é, e minha reação também não foi correta diante de Deus. Não adianta eu dizer que foi isso que eu senti (verdade) se meu sentimento foi baseado em uma mentira. Essa situação descreve armadilhas que Satanás usa para nos aprisionar (2Timóteo 2.26Jeremias 17.9).
  2. Procure na Bíblia o que Deus tem a dizer sobre esta situação, sobre você. A experiência que descrevi acima não representa algo normal e corriqueiro em minha vida. Em geral o Senhor me leva a procurar e encontrar por mim mesmo as verdades que devem confrontar meu coração. Aquela foi uma exceção pela misericórdia de Deus. Identifique quais verdades em sua vida confrontam as mentiras que aprisionam sua mente (João 8.31-3217.172Coríntios 10.3-5).
  3. Ore com convicção afirmando estas verdades, mesmo que você “não sinta” estas verdades. Com isso não digo para ignorar suas emoções, mas não permita que estas determinem seus pensamentos e reações. Ouvi certa vez uma frase que foi fundamental em minha vida: “O que eu sinto não determina quem eu sou” (Isaías 55.9Romanos 8.31-39).
  4. Procure ajuda. Converse com um cristão mais experiente, converse com seu pastor, procure ajuda profissional cristã e, especialmente, não acredite na mentira de que você vai sair desta sozinho (Hebreus 10.24-25Tiago 5.16).
Jesus nos diz que nos traz uma vida em abundância (João 10.10). Isso não significa uma vida sem desafios (João 16.33). A promessa de Deus é uma vida em confiança e na presença dele. Como somos caídos, com frequência nossa mente se envereda por caminhos em que nos vemos derrotados. Minha oração é que possamos lidar com estas situações baseados na verdade e nas misericórdias de nosso Deus.

No mundo sem ser do mundo


Vivendo no mundo sem ser do mundo

Daniel Lima
Uma nova polêmica atingiu o povo de Deus nesta última semana. A popular provedora de filmes, Netflix, lança na época do Natal dois filmes do grupo “Porta dos Fundos” que satirizam a pessoa de Jesus Cristo. Por um lado, alguns cristãos muito bem-intencionados estão promovendo um movimento de cancelamento de assinaturas por parte dos crentes; por outro, um número de crentes critica os primeiros pois devemos perdoar os que nos ofendem. Enquanto isso, talvez a maioria dos crentes ou não liga ou corre para casa para assistir o conteúdo.
É evidente que a intenção da Netflix e do grupo Porta do Fundos é ganhar dinheiro, por isso procuram oferecer filmes que atinjam os mais altos níveis de audiência. Uma sátira é definida em qualquer dicionário como “uma técnica literária ou artística que ridiculariza um determinado tema”. O propósito, apesar de ser meramente econômico, usa da técnica de ridicularizar não só os cristãos, mas Jesus Cristo. Na verdade, este evento demonstra algo que qualquer cristão sério já sabe: há uma conspiração satânica que influencia a cultura em geral a uma postura hostil aos ideais cristãos.
Pessoalmente, estamos avaliando se vamos cancelar nossa assinatura. Com isso não estou odiando a equipe do Portas do Fundo, não estou promovendo um ataque aos escritórios da Netflix e nem sequer entendo que seja uma questão de perdão versus não perdão. O que deveríamos esperar de pessoas que não conhecem o Senhor Jesus? O que devemos esperar de um mundo que jaz no Maligno? Estamos avaliando cancelar, pois não quero contribuir com uma empresa que justamente na época do Natal lança um filme que ridiculariza meu Senhor. O mesmo Senhor que, “pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus” (Hebreus 12.2). Não fiquei pessoalmente ofendido. Vejo apenas um grupo de artistas, brilhantes por sinal, promovendo uma sátira à causa que defendo, ao Senhor a quem amo. Não me sinto bem apoiando-os com minha pequena contribuição.
O que deveríamos esperar de pessoas que não conhecem o Senhor Jesus? O que devemos esperar de um mundo que jaz no Maligno?
O dilema maior para mim, no entanto, não é cancelar ou não a assinatura – inclusive porque não creio que os outros provedores de programas semelhantes sejam necessariamente melhores. Eu creio que como cristãos somos chamados a salgar a terra e iluminar o mundo (Mateus 5.13-16). Isso não significa promover cruzadas e inquisições, cobrando atitudes cristãs de incrédulos; ao mesmo tempo, não significa passividade e silêncio diante de ataques ao cristianismo por medo de parecer retrógrado.
O apóstolo Paulo afirma com clareza que “todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Timóteo 3.12). Eu entendo os filmes do Porta dos Fundos lançados na época do Natal como uma perseguição à minha fé. Se o lançamento deles nesta época não te incomoda, preciso perguntar se você tem vivido piedosamente ou não. A questão central, no entanto, parece ser: como devemos reagir? Há reações equivocadas tanto em protestos como em um silêncio que não aproveita o momento para promover um diálogo ou pelo menos um posicionamento profético.
Central a esta discussão é um trecho da oração sacerdotal de Cristo registrada em João 17.14-17:
14Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou. 15Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. 16Eles não são do mundo, como eu também não sou. 17Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.
O texto indica algumas verdades que, creio eu, se aplicam a este debate:
  1. Cristo nos deu sua Palavra. Resta saber se temos preservado e permanecido em sua Palavra ou se temos cultuado e apresentado ao mundo uma outra “palavra”, devidamente adaptada para não ferir os ouvidos sensíveis dos incrédulos.
  2. Cristo nos enviou ao mundo, assim como ele mesmo foi enviado. Cristo não foi enviado para atacar e destruir, mas para resgatar este mundo sem deixar-se contaminar pelas suas filosofias vãs.
  3. Protegidos do Maligno. Não somos do mundo (cuidado para não assumir uma identidade que não é a nossa), mas o mundo é terreno hostil, e nosso inimigo não é o mundo em si, mas o Maligno, o próprio Satanás.
  4. Santificados na Palavra da verdade. O pedido de Jesus é que sejamos santos. O critério de santidade não se resume às nossas opiniões e ao que está na moda (mesmo no mundo dito gospel) – a Palavra é a verdade. Este é o critério de nossa santificação.
Não sei o que você vai fazer com a Netflix, caso seja assinante. Parece-me que momentos assim pedem de nós um posicionamento. Como seguidores de Jesus, nosso posicionamento deve sempre ser resgatador e não “afastador”. Não creio que a Netflix ou o “Porta dos Fundos” ficarão ofendidos com meu cancelamento. Nem é esta minha intenção. Minha intenção é me posicionar como seguidor de Jesus em um mundo caído. E este posicionamento não é tudo que faço para proclamar meu Jesus, é apenas mais um ato, mais uma ação que faço em amor ao meu Deus e amor àqueles que não conhecem a Jesus. Fico atento para que este evento e meu posicionamento pessoal abram portas para conversas resgatadoras. Oro para que nós tomemos posição em amor ao nosso Senhor Jesus Cristo!