O Caminho
dos Romanos é um termo familiar aos evangélicos. Ele se refere
a uma série de versículos do Livro aos Romanos (do Novo Testamento) que muitos
usam para comunicar o Evangelho. Embora seja um método eficiente, este não é o
único meio de transmitir o plano de Deus para a salvação.
Anos antes
de haver um Caminho dos Romanos, Jesus apresentou a mensagem do
Evangelho para dois homens judeus quando estes iam de Jerusalém para Emaús (Lc
24.25-27). Um deles era Cleopas. O nome do outro homem não foi revelado.
Os dois
homens estavam perturbados devido à recente morte de Jesus de Nazaré, a pessoa
que eles esperavam que fosse redimir Israel (vv. 17,20-21). Eles tinham ouvido
dizer que o corpo de Jesus havia desaparecido da sepultura e que anjos haviam
dito que Ele estava vivo, mas eles mesmos não O tinham visto (vv. 23-24).
À medida que
esses dois homens caminhavam para Emaús, o Messias ressurreto se uniu a eles e
pregou-lhes uma mensagem que eles jamais esqueceriam:
“Ó néscios e
tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não
convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por
Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito
constava em todas as Escrituras” (vv. 25-27).
Aquela
mensagem no “Caminho de Jerusalém” foi apresentada por um homem judeu a dois
outros homens judeus a respeito de um Redentor judeu, usando Escrituras
judaicas. Embora o Evangelho de Lucas não forneça o conteúdo específico da
mensagem, ele dá alguma revelação, citando Jesus: “São estas as palavras que
eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim
está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44).
Jesus
aparentemente começou pela Torá (os Cinco Livros de Moisés) e continuou a
partir dali. Os homens eram tardios de coração para crerem (v. 25). Eles
esperavam que o Redentor de Israel fosse um guerreiro poderoso e estavam cegos
para a realidade de um Messias que deveria sofrer para que entrasse na glória
(v. 26). Sem dúvida, as Escrituras que Jesus usou trataram da cegueira deles.
Ele
provavelmente abordou desde a Semente (o Descendente) da mulher em Gênesis
3.15, continuando através do Profeta que seria levantado conforme Deuteronômio
18.15, o nascimento virginal em Isaías 7.14, o sofrimento do Servo em Isaías
53, e o reinado do descendente de Jessé em Isaías 11. Ele também deve ter usado
o texto do Salmo 16.9-10: “Alegra-se, pois, o meu coração, e o meu espírito
exulta; até o meu corpo repousará tranqüilo. Pois não deixarás a minha alma na
morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção”.
“São estas
as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse
tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc
24.44).
Talvez Ele
tenha se referido aos profetas Jeremias e Daniel, descrevendo o Renovo justo
que nasceria do Rei Davi (Jr 23.5-6), que seria “morto e já não estará” antes
da destruição do Segundo Templo no ano 70 d.C (Dn 9.26). Gosto de imaginar que,
no momento anterior ao que Jesus “desapareceu da presença deles” (Lc 24.31),
Ele tenha citado Zacarias 12.10, explicando que, um dia, “sobre os
habitantes de Jerusalém” será derramado “o espírito da graça e de
súplicas”, e eles “olharão para aquele a quem traspassaram”.
Sejam quais
forem as Escrituras que Ele tenha usado (há muitas dentre as quais se pode
escolher), os homens no caminho aquele dia tiveram uma profunda reação: “Porventura,
não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos
expunha as Escrituras?” (Lc 24.32).
O salmista
escreveu as seguintes palavras: “Bem-aventurados todos os que nele se
refugiam” (Sl 2.12). Não há dúvida de que esses homens fizeram exatamente
isso! (Steve Herzig - Israel My
Glory - http://www.beth-shalom.com.br)